Esclerose múltipla pode ser detectada no sangue 5 anos antes dos primeiros sintomas

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Pesquisadores da UC San Francisco, nos Estados Unidos, descobriram que em pelo menos 10% dos casos de esclerose múltipla (EM), o corpo começa a mandar os primeiros sinais da doença cinco anos antes.

O estudo apontou que o corpo começa a produzir um conjunto distinto de anticorpos contra as suas próprias proteínas anos antes do surgimento dos sintomas. “A esclerose múltipla é uma doença autoimune complexa e difícil de diagnosticar”, iniciou Colin Zamecnik, principal autor do artigo e pesquisador da UC San Francisco, ao site Yahoo Life.

Paciente com esclerose múltipla
É importante obter um diagnóstico precoce de esclerose múltipla

“Acreditamos que um subconjunto de pacientes que desenvolvem EM, cerca de 10% desenvolve anticorpos contra um domínio proteico comum que é prevalente em humanos e nos vírus que nos infectam”, prosseguiu o profissional.

Zamecnik disse que quando o paciente é testado no momento do primeiro surto da doença, os anticorpos aparecem tanto no sangue quanto no líquido cefalorraquidiano. Veja também: 4 sintomas precoces da esclerose múltipla que não devemos ignorar.

“Acreditamos que é possível que esses pacientes apresentem uma resposta de reação cruzada a uma infecção anterior, o que está de acordo com muitos trabalhos atuais na literatura sobre a progressão da doença da esclerose múltipla”, disse o pesquisador.

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A descoberta caminha lado a lado com o fato das células B (que produzem anticorpos) serem cruciais para a progressão da doença. Por isso, os pesquisadores acreditam que traçar o perfil desses anticorpos em pessoas que têm ou desenvolverão esclerose múltipla lhes daria uma visão sobre a doença e revelaria um possível biomarcador, ou seja, sinal a ser observado.

Exame de sangue
Segundo pesquisador, a esclerose múltipla pode deixar indício no sangue cinco anos antes do diagnóstico

“Obtivemos amostras de sangue de pacientes com esclerose múltipla anos antes do início dos sintomas e traçamos o perfil de anticorpos contra os próprios ‘autoanticorpos’, que estão associados ao diagnóstico de esclerose múltipla. Encontramos o primeiro marcador molecular de esclerose múltipla que aparece no sangue cinco anos antes do diagnóstico”, explicou Zamecnik.

O resultado da pesquisa é importante para o diagnóstico precoce. “Esta poderia ser uma ferramenta útil para ajudar na triagem e diagnóstico de pacientes com sintomas neurológicos inespecíficos e priorizá-los para uma vigilância mais próxima e possível tratamento”, declarou Zamecnik.

O neurologista do Wexner Center da Universidade Estadual de Ohio, Cole Harrington, concorda que a descoberta feita pela pesquisa pode ajudar a diagnosticar e tratar a esclerose múltipla de forma precoce.

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“Sabemos, a partir de dados no Canadá que analisam retrospectivamente as pessoas em atendimentos de emergência e visitas e sistemas de saúde, que muitas pessoas têm uma fase prodrômica de esclerose múltipla, onde apresentam muitos sintomas antes de serem realmente diagnosticadas”, analisou.

“(…) Acho que qualquer avanço nessa área será útil para o diagnóstico porque os sintomas no início tendem a ser um tanto inespecíficos”, concluiu. Veja também: Christina Applegate revela uso de fraldas e conta sintoma sete anos antes do diagnóstico de esclerose.

O biomarcador também poderá ajudar a categoria de pessoas que apresentam síndrome radiologicamente isolada, com alterações na substância branca do cérebro, uma indicação de esclerose múltipla.

“Eles não atendem aos critérios para esclerose múltipla, mas alguns deles correm o risco de desenvolver esclerose múltipla, portanto, a utilização potencial desses biomarcadores nessa população de pacientes pode ser útil para determinar quais dessas pessoas desenvolverão a doença ou têm um risco aumentado de desenvolver esclerose múltipla”, detalhou. Harrington.

O mesmo pode acontecer com pessoas que tiveram recaída clínica de esclerose múltipla, mas não atendem a todos os critérios para a doença, assim como pacientes que têm parentes com EM e também apresentam alterações na substância branca no cérebro.

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“Nem todas as pessoas que têm um parente de primeiro grau desenvolvem EM, mas o risco é maior nesses indivíduos e, portanto, aplicá-lo potencialmente também a essas pessoas com um parente de primeiro ou segundo grau pode ser útil”, destacou Harrington.

O diagnóstico precoce faz uma grande diferença em termos de redução da incapacidade a longo prazo. 

“Se as pessoas não são diagnosticadas precocemente em seus sintomas ou têm um diagnóstico tardio, estamos perdendo aquela janela terapêutica crítica onde podemos fazer a diferença, suprimindo a inflamação e prevenindo a formação de novas lesões”, afirmou o profissional.

Alguém da sua família tem esclerose múltipla? Acredita que o estudo é promissor? Comente abaixo!

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