Muitas pessoas que estão tomando ou pensam em tomar um suplemento se perguntam se a vitamina A engorda, direta ou indiretamente. É uma vitamina essencial para o nosso corpo e muitas pessoas não a consomem adequadamente pela alimentação.
A vitamina A é um nutriente importante em vários aspectos para o bom funcionamento do corpo humano. Por exemplo, ela auxilia o sistema imunológico a proteger o organismo contra infecções, colabora com a visão quando a luz está fraca e participa do desenvolvimento e manutenção do tecido epitelial.
Mas as funções do nutriente não param por aí. Ele também está envolvida nos processos de reprodução e comunicação celular e faz parte da composição de uma proteína chamada rodopsina, que absorve a luz por meio dos receptores da retina e ajuda a diferenciação e o funcionamento adequado das córneas e das membranas conjuntivas dos olhos.
Além disso, a vitamina A também contribui com o crescimento e a diferenciação celular, o que é fundamental para a formação e manutenção do coração, pulmões e rins.
Existem seis nutrientes essenciais que o organismo necessita para ter uma saúde e nutrição ideal – são eles: carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e água.
Desses seis, somente três (os carboidratos, as gorduras e as proteínas) fornecem calorias ao organismo, que são descritas como o combustível utilizado pelo corpo de modo que ele tenha energia.
As vitaminas não fazem parte desse grupo, logo, quando são ingeridas por meio da alimentação, elas não fornecem calorias. Portanto, a partir desse aspecto, não é possível dizer que a vitamina A engorda.
Para as pessoas que não conseguem adquirir o nutriente por meio da alimentação habitual e resolvem utilizar multivitamínicos para fornecer a quantidade adequada de vitamina A ao seu organismo?
Será que nesse caso pode ocorrer o aumento de peso? Mais uma vez, a resposta é negativa. Isso porque o que um multivitamínico faz é suprir as carências de vitaminas que o organismo possui.
Além disso, a maioria dos multivitamínicos não é composta por açúcar ou calorias, possui basicamente somente vitaminas e minerais, e não afeta o apetite. Assim, não é esperado que o uso de um suplemento de vitamina A resulte no ganho de peso. Além disso, a vitamina A não irá estimular o apetite ou qualquer outro mecanismo indireto suficiente para fazer você engordar.
Portanto, se você consome o nutriente por meio de multivitamínicos e percebeu que engordou, vale a pena dar uma analisada no estilo de vida para ver se isso não pode estar associado a uma dieta de baixa qualidade, com muitas guloseimas e calorias, e/ou a uma vida sedentária.
Para ter certeza do que realmente originou a elevação do peso, vale a pena consultar-se com um médico.
Sobre o uso dos multivitamínicos, a Associação Americana de Médicos da Família indica que a melhor forma de obter as vitaminas ainda é por meio da alimentação, já que dessa maneira elas são mais facilmente absorvidas.
Apesar disso, os chamados suplementos vitamínicos podem ser indicados para veganos, vegetarianos, pessoas que consomem menos de 1600 calorias por dia, mulheres gestantes e pessoas que têm problemas de saúde que impedem a absorção adequada de alguns nutrientes, informou a Mayo Clinic.
Já entendemos que a presença do nutriente no organismo não causa o aumento do peso. Mas será que a deficiência da vitamina A engorda? Segundo publicação de 2015, uma pesquisa publicada no Journal of the American College of Nutrition (Jornal do Colégio Americano de Nutrição, tradução livre) indicou que pode existir uma relação entre o peso de uma pessoa e a quantidade de vitaminas e minerais que ela consome.
Os pesquisadores analisaram respostas de mais de 18 mil americanos que participaram de um estudo a respeito de nutrição e identificaram que em comparação com pessoas de peso normal, adultos obesos tinham uma ingestão de 5% a 12% mais baixa em relação a todos os micronutrientes.
20% dos adultos mais obesos que participaram do estudo apresentaram, em particular, deficiência de vitamina A, além de outros nutrientes como vitamina C e magnésio. Uma explicação para a carência de nutrientes nessas pessoas é que os indivíduos que pesam mais tendem a comer alimentos menos nutritivos.
Mas outra hipótese levantada pelos autores do trabalho é que o aporte inapropriado de nutrientes pode contribuir com a obesidade. A pesquisa afirma que a vitamina A está associada à regulação das células adiposas (de gordura) e aos hormônios que elas liberam, podendo assim exercer um papel na manutenção de um peso saudável.
Portanto, se você deseja emagrecer, além de cortar calorias, o ideal é que siga uma dieta que permita obter a quantidade adequada de vitamina A e outros nutrientes.
A ausência do nutriente pode causar problemas de saúde como cegueira noturna, maiores chances de desenvolvimento de doenças infecciosas, bócio – aumento do volume da glândula tireoide – e hiperqueratose folicular, um tipo de alteração na estrutura da pele que a deixa seca, escamosa e áspera, por conta de produção excessiva de queratina nos folículos capilares.
Ter a deficiência do nutriente também pode afetar a mobilização do ferro, prejudicar a produção de hemoglobina – a proteína dos glóbulos vermelhos, que transporta o oxigênio do pulmão para o restante do organismo – e estimular o surgimento da anemia ferropriva, que é causada pelos baixos níveis de ferro no corpo.
A ausência da vitamina no organismo também pode causar a gravidade de problemas como diarreia e infecções respiratórias, endurecimento nas membranas mucosas dos tratos respiratório, gastrointestinal e urinário, diminuição do olfato e paladar, ressecamento da córnea e da parte branca dos olhos, inflamação na pele e estresse.
Nas crianças, a deficiência do nutriente é perigosa porque prejudica o crescimento e o desenvolvimento, está associado à elevação do risco de mortalidade infantil e pode causar cegueira irreversível.
A tabela a seguir indica a quantidade diária de vitamina A que diferentes perfis de pessoas precisam ingerir todos os dias:
Idade | Homens | Mulheres |
Recém-nascidos (0 a 6 meses) | 400 mcg (microgramas)/1331 unidades internacionais (UI) | 400 mcg/1331 UI |
Bebês (7 a 12 meses) | 500 mcg/1667 UI | 500 mcg/1667 UI |
Crianças (1 a 3 anos) | 300 mcg/1000 UI | 300 mcg/1000 UI |
Crianças (4 a 8 anos) | 400 mcg/1333 UI | 400 mcg/1333 UI |
Crianças (9 a 13 anos) | 600 mcg/2000 UI | 600 mcg/2000 UI |
Adolescentes (14 a 18 anos) | 900 mcg/3000 UI | 700 mcg/2333 UI |
Adultos (mais de 19 anos) | 900 mcg/3000 UI | 700 mcg/2333 UI |
Grávidas (menos de 18 anos) | 750 mcg/2500 UI | |
Grávidas (mais de 19 anos) | 770 mcg/2567 UI | |
Lactantes (menos de 18 anos) | 1200 mcg/4000 UI | |
Lactantes (mais de 19 anos) | 1300 mcg/4333 UI |
Fonte: Food and Nutrition Board (FNB) – Institute of Medicine, 2001
Com informações da Universidade do Estado do Oregon, do National Health Service (Serviço Nacional de Saúde) do Reino Unido e do National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde) dos Estados Unidos.
Deixe um comentário