Com a proximidade da marca de 2 milhões de infectados pelo novo coronavírus no Brasil, a espera por uma vacina contra o vírus gera muita expectativa. Mas há uma boa notícia: a empresa de biotecnologia Moderna anunciou que sua vacina contra a COVID-19, uma das mais promissoras do mundo, é majoritariamente segura e gerou respostas de imunização que podem proteger o paciente.
A primeira fase de testes foi feita em 45 adultos, com idade entre 18 e 55 anos, que receberam três diferentes dosagens da vacina. A maior resposta de anticorpos foi observada com a maior dosagem, porém todos os participantes testados obtiveram proteção contra a COVID-19. O percentual de reações adversas foi de 21%, valor que foi considerado aceitável pelas pesquisadores.
Uma segunda fase de testes com 600 pessoas está em andamento e o passo seguinte a esse será um teste com 30 mil pessoas, com previsão para o dia 27 de julho, que vai confirmar se a vacina realmente funciona.
A Moderna, que foi a primeira farmacêutica a conduzir testes em humanos, faz uso do RNA mensageiro, que ensinaria o organismo a produzir anticorpos para impedir o vírus antes do começo da infecção.
Os resultados iniciais do experimento com a vacina da Moderna, empresa que fica nos Estados Unidos, foram divulgados na prestigiada publicação científica New England Journal of Medicine (Jornal de Medicina da Nova Inglaterra, tradução livre).
Pfizer em parceria com BioNTech
A farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech têm desenvolvido vacinas experimentais em conjunto contra o novo coronavírus e destacaram que uma delas – a BNT162b1 – demonstrou potencial contra o vírus e foi bem tolerada em testes iniciais conduzidos em seres humanos.
De acordo com as empresas, são aguardados para o mês de julho os resultados dos experimentos realizados com a tal vacina. As companhias ainda declararam que, se obtiverem aprovação das autoridades reguladoras, esperam dar início a um teste em larga escala com até 30 mil participantes até o final do mês de julho.
Caso os estudos sejam bem-sucedidos e as vacinas forem aprovadas, a expectativa das empresas é produzir até 100 milhões de doses até o final de 2020, com potencial de fabricar mais 1,2 bilhão de doses até o final de 2021.
Vacinas testadas no Brasil
A empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac fechou uma parceria com o governo de São Paulo e começou a recrutar 9 mil voluntários para uma terceira fase de testes da sua vacina. A expectativa é ter uma vacina contra a COVID-19 disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até junho de 2021. Primeiramente, a vacina virá da China e posteriormente poderá ser produzida pelo Instituto Butantan, caso seja aprovada, é claro.
O conglomerado farmacêutico Astrazeneca e a Universidade Oxford, ambos do Reino Unido, também têm testes de vacina contra o novo coronavírus em andamento no Brasil. A empresa acredita que a vacina pode ficar disponível neste ano e a sua possível vantagem é usar uma plataforma já testada contra a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) – doença causada por outro tipo de coronavírus – e a doença do vírus ebola.
Vacina russa
A Universidade de Sechenov na Rússia anunciou que testes clínicos de uma vacina desenvolvida no país foram concluídos. A chefe da pesquisa, Elena Smolyarchuk, declarou que os testes mostraram que a vacina é efetiva contra a COVID-19.
Os testes clínicos foram feitos em 38 voluntários pagos no começo de junho e, paralelamente, militares russos iniciaram testes da mesma vacina, porém, sem divulgar a quantidade de pessoas testadas.
Entretanto, a vacina russa está categorizada na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma vacina em “fase 1 de testes”. Para que uma vacina seja aprovada e distribuída, ela precisa passar por três fases de testes. Na chamada fase 4 é que a vacina devidamente aprovada e comprovada é distribuída para a população.