A vida agitada e estressante das grandes cidades nem sempre permite refeições saudáveis e balanceadas, num ambiente tranquilo e acolhedor. Esse estilo de vida não proporciona uma alimentação saudável. Muitos nutrientes acabam se perdendo, ou ficando fora da nossa dieta.
A praticidade e versatilidade dos produtos industrializados muitas vezes são colocadas em primeiro plano, enquanto a saúde vai sendo deixada de lado.
Por esse motivo, muitas pessoas buscam suplementos nutricionais, mas seria muito melhor se buscassem reavaliar seus hábitos alimentares, trazendo do supermercado frutas, legumes e verduras, ao invés de batata frita, congelados industrializados, bolachas recheadas, etc. Estamos dizendo que suplemento alimentar faz mal, então? Veremos abaixo que não é bem assim!
Definindo suplemento alimentar
A definição para suplemento alimentar é totalmente auto-explicativa, ou seja, um suplemento alimentar é um componente que, ao ser incorporado a uma dieta, irá complementá-la.
De forma alguma poderá substituir uma refeição, e só trará bons resultados quando fizer parte de uma dieta saudável. O grande problema é seu consumo desenfreado por parte de algumas pessoas, que compram todos os tipos disponíveis, e os tomam sem controle.
Mesmo um suplemento alimentar de fabricante idôneo, com formulação equilibrada em vitaminas, aminoácidos, minerais, etc, não deverá ser tomado indevidamente, pois seria um dos casos em que suplemento alimentar faz mal.
Seria bastante interessante que fosse prescrito por um médico, nutrólogo ou nutricionista, dessa forma, haveria certeza de sua real necessidade, como também a dosagem necessária diária.
Para que serve um suplemento alimentar
A princípio, um suplemento alimentar deveria preencher os requisitos abaixo:
- Complementar satisfatoriamente uma dieta, visando repor nutrientes e suprindo suas carências nutricionais;
- Conter, rigorosamente, todos os nutrientes prescritos em sua formulação;
- Foi desenvolvido para ser tomado, única e exclusivamente, por via oral;
- Estar livre de impurezas, e/ou outras substâncias adicionadas com o intuito de aumentar seu volume, porém inócuas à saúde.
Como saber se o suplemento à venda é de boa qualidade?
- Pergunte a um profissional da área;
- Não se atenha somente aos vendedores, que muitas vezes, desconhecem a origem do produto, e apenas querem vendê-lo;
- Se possível, busque informações com pessoas que o consomem;
- Ignore as informações em encartes disponíveis nos pontos de venda. Eles só trarão vantagens.
Suplemento alimentar faz mal?
Tudo poderá ser bom ou ruim ao organismo, dependendo da forma como vai ser utilizado. É muito importante observar as doses adequadas ao peso, altura e estilo de vida do eventual consumidor.
Vamos dar uma passada pelos principais suplementos à venda, para entender se algum suplemento alimentar faz mal realmente.
- Suplementos de ômega 3, por exemplo, são bastante vendidos no Brasil. Costumam ter bons resultados, são amplamente divulgados pela mídia, e a classe médica não apresenta restrições a seu consumo, exceto em casos excepcionais. Eles ajudam o organismo a repor esse ácido graxo, de forma simples;
- Dosagens abusivas de determinados suplementos podem fazer mal ao fígado e aos rins, por esse motivo, os diabéticos, hipertensos, e pessoas com histórico de problemas hepáticos e anemia não deverão utilizar suplementos sem orientação médica;
- Um suplemento alimentar faz mal quando causa reações alérgicas. Embora não sejam comuns, também não são impossíveis de acontecer. Pessoas que já apresentaram quadros alérgicos a alguns dos nutrientes encontrados nas fórmulas deverão se abster do consumo;
- Os suplementos à base de aminoácidos poderão desencadear problemas intestinais, hepáticos e renais em pessoas propensas a essas patologias;
- Sempre que consumido sem critério, em doses maiores do que as recomendadas por seu médico e/ou nutricionista, o suplemento poderá não fazer bem à saúde;
- Glutamina deve ficar de fora da alimentação de gestantes. Pode causar cirrose, problemas renais e síndrome de Reye, se consumidos sem cautela;
- Um suplemento alimentar faz mal quando a pessoa abandona um tratamento médico convencional e opta por tomá-lo, em detrimento das medicações prescritas;
- Se interagir com medicamentos, não sendo enquadrados na categoria de medicamentos, os suplementos não passam por vistorias para se testar suas possíveis interações;
- Os termogênicos poderão provocar arritmias e insônia, por acelerarem o metabolismo;
- BCAA em doses superiores a 20 gramas diárias poderão provocar desgaste gastrointestinal;
- Mulheres grávidas poderão tomar um suplemento de ácido fólico para prevenir defeitos congênitos nos bebês, porém, a não ser por orientação médica, deverão ficar longe de outros tipos de suplementos.
Tipos de suplementos alimentares
Há muitos tipos de suplementos disponíveis. Vamos falar dos mais conhecidos. São eles:
– Multivitamínicos
São os mais comuns e encontrados facilmente. Trazem as principais vitaminas necessárias ao nosso organismo. Em alguns casos, não será suficiente repor essas vitaminas sem saber as causas que estão levando o corpo a não absorvê-las. Se o consumo de um multivitamínico não trouxer resultados, procure um médico.
– Termogênicos
É um dos mais procurados e, consequentemente, um dos mais utilizados sem cautela. Com a promessa de que aceleram o metabolismo e ajudam na queima de gorduras, os suplementos termogênicos não deverão ser consumidos sem prescrição médica.
– Albumina
É mais utilizado por atletas que buscam uma dieta hiperprotéica, visando a construção e recuperação muscular.
– Carboidratos
Também mais utilizado por praticantes de atividade física, para ajudar no ganho de massa muscular se associado a exercícios.
-BCAA
São aminoácidos que nosso organismo não produz. Ajudam na produção de energia e na recuperação muscular.
– Glutamina
É utilizada no período pós-treino para aliviar o estresse muscular e deixar o corpo preparado para o próximo treinamento.
Como tomar um suplemento alimentar de forma segura?
- Em toda consulta médica, ao informar ao médico os medicamentos que toma, não esquecer de mencionar também os suplementos, se for o caso;
- Nunca tome uma dose maior do que a recomendada;
- Não tome suplementos indicados por terceiros, de forma leviana, sem maiores informações;
- Se for se submeter a algum tipo de cirurgia, não se esqueça de informar o tipo e a frequência dos suplementos que costuma tomar, para evitar riscos antes, durante e após a cirurgia.
Há algum risco na ingestão de suplementos?
Sempre há riscos. Nada é 100% confiável, porque estamos tratando pessoas, e esse fato, por si só, implica em riscos, devido às diferentes respostas que cada organismo pode ter aos componentes.
Alguns suplementos contêm ingredientes ativos que poderão provocar efeitos colaterais.
Algumas ações deverão ser evitadas. São elas:
- Fazer um coquetel de suplementos diversos;
- Usar suplementos com medicamentos, sem as devidas orientações médicas a respeito;
- Substituição de prescrições médicas por suplementos;
- Exceder as quantidades recomendadas.
Informações errôneas sobre suplementos
Embora os suplementos alimentares, em sua maioria, tragam benefícios à saúde, é preciso estar atento a propagandas enganosas do tipo:
- Cura tudo. Alguns fabricantes prometem coisas impossíveis. Esteja atento quando as promessas forem boas demais para serem verdadeiras;
- Usado no tratamento de doenças. Há pouca ou nenhuma evidência que suplementos possam inverter o curso de qualquer tipo de doença;
- Totalmente seguro e sem efeitos colaterais;
- Produto 100% natural. Isso é impossível. Uma vez que foi manipulado, e passou por algum processo industrial, não poderá ser classificado dessa forma;
- Cuidado com os produtos importados, comprados pela internet, onde fica muito mais difícil verificar sua procedência, idoneidade de seus fabricantes, etc;
- Informações no frasco ou na mídia, do tipo “certificado”, “verificado”, “normatizado”, não garantem a qualidade do produto.
Considerações finais
Os suplementos poderão ajudar numa dieta onde há deficiências de nutrientes, principalmente para alguns grupos de pessoas, que por motivos distintos, possam estar atravessando uma fase preocupante de carência alimentar.
Nesse caso, poderão acelerar o processo, mas salvo exceções, é possível adquirir os mesmos ingredientes de forma natural, uma vez que vitaminas, minerais, proteínas e etc, estão presentes nos alimentos comuns de nosso dia a dia.