Na indústria cosmética, é comum que substâncias químicas com graus de toxicidade sejam utilizadas, para promover melhor durabilidade, aderência e impermeabilidade.
Entretanto, existe a possibilidade de que esses elementos sejam capazes de penetrar no corpo humano. Este é o caso das moléculas per e polifluoroalquil (PFAS).
Essa substância é utilizada, por exemplo, em produtos cosméticos e de higiene, como protetores solares e maquiagens. Ela possui duração indeterminada e não se decompõe em um prazo conhecido.
Algumas pesquisas anteriores já associaram essas moléculas a problemas na tireoide, colesterol alto, câncer, obesidade, maior propensão ao câncer de mama, redução no sistema imunológico, entre outros.
Agora, um novo estudo publicado pela revista científica Environment International sugeriu que as moléculas podem se infiltrar na pele.
Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisaram 17 substâncias com PFAS e apontaram que 15 delas foram capazes de entrar na pele.
“Anteriormente se acreditava que elas não podiam ser absorvidas pela pele, porque a carga elétrica que lhes dá a capacidade de repelir água e manchas também foi considerada incapaz de atravessar a membrana da pele. Entretanto, observamos que estes produtos podem penetrar no corpo até de forma mais simples do que esperávamos”, explicou a professora Oddný Ragnarsdóttir, líder do estudo.
As 17 PFAS utilizadas na pesquisa são as com maior concentração no meio ambiente. Eles cultivaram células da pele humana em laboratório (para evitar testes em animais), aplicaram a substância nas amostras e deixaram em isolamento por 36 horas.
Na sequência, as amostras foram dissecadas, a fim de saber até onde as substâncias tinham penetrado. Pelo menos 15 dos produtos testados infiltraram 5% do conteúdo na pele.
Os resultados também servem de alerta para as indústrias quanto às alternativas de substituição às PFAS. Moléculas grandes, como o teflon, vem sendo trocadas por menores, como os PFOA.
No entanto, a pesquisa mostrou que essa substituição não é a solução, pelo contrário, as moléculas menores encontram maior facilidade para penetrar ainda mais fundo na pele.
Por interferirem no sistema imunológico, as PFAS, que também são conhecidas como químicos eternos, podem tornar pessoas mais vulneráveis a doenças infecciosas, além de causar a redução na eficácia das vacinas de rotina. Veja também: “Substâncias químicas eternas” são encontradas no sangue de mulheres grávidas e no cordão umbilical de bebês.
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