Conheça aqui quais são os sintomas da febre amarela, qual é o tratamento para a doença e por que é importante tomar a vacina.
Você deve se lembrar do surto recente de febre amarela que levou milhões de brasileiros aos postos de saúde para tomar a vacina.
Essa doença se desenvolve em locais de clima tropical, como o Brasil, e é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo que transmite a dengue. Outra espécie de mosquito menos comum chamada de Haemogogus também carrega o vírus da febre amarela.
Aliás, é importante alertar que a febre amarela não é contagiosa e que a doença só é transmitida por mosquitos. O ideal é se vacinar, mas se por algum motivo isso não for possível, use repelentes.
As grávidas que nunca foram vacinadas na vida têm uma desvantagem pois a maioria dos repelentes é tóxico e a vacina da febre amarela não é indicada para gestantes. Portanto, nesse caso é importante saber quais são os repelentes que a grávida pode usar.
Febre amarela
Existem duas vertentes da febre amarela: a silvestre e a urbana. De forma geral, a febre amarela silvestre atinge apenas animais silvestres como os macacos, enquanto a urbana pode infectar seres humanos e se espalhar para as cidades.
A febre amarela é uma doença bastante perigosa, pois ela afeta todo o sistema e os sintomas surgem repentinamente.
De acordo com as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), surgem até 200 mil casos de febre amarela no mundo todos os anos e cerca de 30 mil deles podem resultar em mortes.
Sintomas da febre amarela
Muitas pessoas com febre amarela não desenvolvem nenhum sintoma ou apresentam apenas sintomas leves, mas quando eles ocorrem, é importante buscar atendimento médico pois há um risco significativo de complicações de saúde.
A febre amarela tem um período de incubação de 3 a 6 dias, que é o tempo que demora da picada do mosquito até o surgimento dos primeiros sintomas, que podem incluir, por exemplo:
- Calafrios;
- Febre alta;
- Tontura;
- Dor muscular no corpo, principalmente nas costas e nos joelhos;
- Dor de cabeça;
- Mal estar;
- Rubor na face;
- Perda de apetite;
- Sensibilidade à luz;
- Náusea e vômito.
Os sintomas acima são agudos. Eles aparecem no estágio inicial da doença e somem depois de 7 ou 10 dias.
Por outro lado, o segundo estágio é mais grave e conhecido também como fase tóxica da febre amarela. Nessa etapa, a doença pode causar os seguintes sintomas e complicações de saúde:
- Febre recorrente;
- Vômito que pode ter sangue;
- Dor abdominal e diarreia;
- Cansaço, lentidão ou letargia;
- Hemorragia;
- Redução da micção;
- Falência renal;
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Insuficiência hepática;
- Sangramento pelo nariz, boca ou olhos;
- Batimento cardíaco irregular ou arritmia;
- Delírio, convulsões ou coma;
- Falência de múltiplos órgãos.
Conforme dados do Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, CDC), cerca de 15% das pessoas com febre amarela atingem o segundo estágio da doença. Dessas pessoas, entre 20 e 50% podem morrer em até 2 semanas.
Isso acontece por causa dos graves danos causados pelo vírus em órgãos como o fígado, os rins e os pulmões, por exemplo.
Felizmente, quem se recupera não sofre nenhuma sequela e fica imune pelo resto da vida pois é muito provável que o sistema imunológico tenha produzido anticorpos suficientes para evitar a reincidência da infecção.
Tratamento
O tratamento para a febre amarela é sintomático. Não existem remédios específicos para a doença e por isso o tratamento varia muito caso a caso.
De fato, é o quadro clínico de cada paciente que vai definir a melhor estratégia de tratamento. Caso sejam notados sintomas do segundo estágio da doença, é bem provável que a internação seja necessária.
O diagnóstico é fundamental para diferenciar a febre amarela de outras doenças como a malária, a dengue e a febre tifoide, por exemplo.
A saber, algumas formas de tratamento incluem:
- Prescrição de remédios para aliviar a dor, exceto a aspirina que aumenta o risco de hemorragia;
- Antipiréticos para a febre;
- Fluidos intravenosos para tratar a desidratação;
- Diálise renal em casos de insuficiência renal;
- Transfusão de sangue ou de plasma para repor o sangue perdido em casos de hemorragia ou para ajudar no processo de coagulação;
- Administração de oxigênio.
Prevenção
A vacina que protege o organismo da ação do vírus da febre amarela está disponível desde o século passado.
Ainda de acordo com o CDC, a dose única da vacina garante proteção ao longo de toda a vida. A dose fracionada também é eficaz, mas precisa ser reforçada a cada 8 anos.
A vacina é disponibilizada pela rede pública de saúde e é segura para pessoas entre 9 meses e 60 anos de idade. No entanto, apesar da sua segurança e eficácia, algumas pessoas podem experimentar efeitos colaterais temporários como:
- Dor de cabeça e dor muscular;
- Cansaço;
- Febre baixa e passageira;
- Dor no local da injeção.
Apenas em casos raríssimos bebês e idosos desenvolvem reações graves à vacina como a encefalite.
Quem não pode tomar a vacina:
- Gestantes e lactantes;
- Bebês com menos de 9 meses;
- Alérgicos a ovos, frango ou gelatina;
- Indivíduos com o sistema imune enfraquecido como portadores do vírus HIV ou pacientes em tratamento de quimioterapia ou radioterapia, por exemplo.
Quando e por que tomar a vacina:
A vacina da febre amarela já faz parte do calendário de vacinas brasileiro. Conforme o calendário oficial divulgado pelo Ministério da Saúde, as crianças devem receber a primeira dose aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos de idade para ficarem imunes por toda a vida.
No entanto, caso você tenha perdido essas doses, fique tranquilo. Basta procurar um posto de saúde para se vacinar e ficar imunizado.
A OMS afirma que 99% das pessoas que se vacinam estão protegidas para sempre. Além disso, a vacina também ajuda a prevenir surtos na sua comunidade.
Também é imprescindível manter sua carteira de vacinação atualizada para viajar com mais tranquilidade, pois alguns países exigem que turistas estejam vacinados contra a febre amarela no desembarque, como países da América do Sul e do Caribe.
A vacina contra a febre a amarela demonstra ser eficaz após 10 ou 14 dias da data da vacinação. Assim, se você for tomar a vacina da febre amarela antes de viajar o recomendado é toma-la no mínimo 10 dias antes da data da viagem.
Como o Brasil passou por um surto grave de febre amarela nos últimos anos, o país se encontra em estado de alerta para a doença e não só os brasileiros devem se vacinar como também os imigrantes que quiserem vir ao país.
Para os que fazem parte do grupo que não pode se vacinar:
Infelizmente, a vacina traz riscos para algumas pessoas. Nesses casos, portanto, é essencial:
- Evitar atividades ao ar livre durante o amanhecer, o início da noite e o anoitecer – períodos em que os mosquitos transmissores estão mais ativos;
- Usar camisas de manga longa e calças compridas em locais em que há grande circulação de mosquitos como as áreas de mata e parques, por exemplo;
- Instalar telas nas janelas para evitar que mosquitos entrem na sua residência e usar repelentes de mosquitos.
Ainda que a maioria das pessoas não desenvolvam sintomas e fique bem, é importante não dar mole para esse tipo de doença e manter a vacinação em dia sempre que possível.
Fontes e Referências Adicionais
- Ministério da Saúde – Quais são os sintomas da febre amarela
- Centers for Disease and Control Prevention (CDC) – Yellow fever
- World Health Organization (OMS) – Yellow fever
- Mayo Clinic – Yellow fever
- PLoS Neglected Tropical Diseases – Pathophysiologic and transcriptomic analyses of viscerotropic yellow fever in a rhesus macaque model
- NHS Inform – Yellow fever
- Stanford Health Care – Treatments for yellow fever
- WebMD – Yellow fever
Fontes e Referências Adicionais
- Ministério da Saúde – Quais são os sintomas da febre amarela
- Centers for Disease and Control Prevention (CDC) – Yellow fever
- World Health Organization (OMS) – Yellow fever
- Mayo Clinic – Yellow fever
- PLoS Neglected Tropical Diseases – Pathophysiologic and transcriptomic analyses of viscerotropic yellow fever in a rhesus macaque model
- NHS Inform – Yellow fever
- Stanford Health Care – Treatments for yellow fever
- WebMD – Yellow fever