A retossigmoidectomia é uma cirurgia que retira parte do reto e do cólon sigmóide, quando afetados por doenças que atingem a porção final do intestino, como diverticulite, prolapso retal, doença de Crohn e câncer colorretal.
Este procedimento cirúrgico pode ser realizado de maneira convencional, com corte no abdômen, ou por videolaparoscopia, que é uma técnica menos invasiva.
O período pós-cirúrgico requer cuidados especiais com a ferida e, em alguns casos, com a ileostomia (colostomia).
Veja, em detalhes, o que é a retossigmoidectomia, quando ela é indicada, como é feita e quais são os cuidados pós-cirúrgicos necessários.
A retossigmoidectomia é uma cirurgia realizada para ressecar, ou seja, remover cirurgicamente uma parte do intestino, nas porções do reto e do cólon sigmoide, quando há alguma patologia afetando esses locais anatômicos. O reto fica localizado no final do intestino, e o cólon sigmóide é uma pequena porção transversal que liga o intestino grosso ao reto.
A retossigmoidectomia pode ser feita de duas formas:
A retossigmoidectomia é indicada para o tratamento de condições que afetam a porção final do intestino, como:
Antes de passar por uma retossigmoidectomia, o cirurgião ou cirurgiã responsável pelo seu caso irá informar exatamente o que você pode comer e beber antes da cirurgia. Geralmente, no dia anterior à cirurgia a alimentação deve ser líquida, para facilitar a digestão e não gerar muitos resíduos no intestino. Além disso, os líquidos devem ser transparentes. É comum o cirurgião ou cirurgiã pedir que você fique em jejum 4 horas antes da cirurgia.
Na consulta realizada alguns dias antes da cirurgia, você precisará informar sobre todos os medicamentos, suplementos vitamínicos e nutricionais que faz uso com frequência, pois alguns podem interferir na cirurgia e no processo de recuperação.
Este cuidado é importante para evitar quadros hemorrágicos ou de formação de coágulos decorrentes de complicações causadas por medicações que alteram os fatores de coagulação do sangue.
O seu histórico médico será completamente analisado, para verificar se você tem alergia a algum medicamento ou anestesia.
Se você tiver algum vício, o cirurgião ou cirurgiã orientará sobre o tempo que deve ficar sem fumar e ingerir bebidas alcoólicas antes da cirurgia.
Ao chegar no hospital, você terá que tomar um laxante para esvaziar completamente o intestino. Também será coletada uma amostra de sangue e você precisará responder algumas perguntas sobre seu estado geral de saúde.
Você receberá soro fisiológico na veia, a fim de manter a hidratação e administrar os medicamentos e a anestesia.
Na retossigmoidectomia por via aberta, o cirurgião ou cirurgiã faz uma incisão na parede abdominal, para acessar a cavidade abdominal e conseguir remover as partes afetadas do reto e do cólon sigmóide. Depois disso, as partes saudáveis do órgão são suturadas e o reto é recriado, formando uma bolsa colônica com uma parte do cólon.
A retossigmoidectomia por videolaparoscopia é menos invasiva, sendo feita com pequenos cortes (“furos”) no abdômen para introduzir o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos.
A recriação do reto permite que as fezes continuem sendo eliminadas de forma natural após a cirurgia, mas, às vezes, é preciso fazer uma ileostomia, que liga o intestino delgado à parede do abdômen, para que as fezes e os gases sejam eliminados para uma bolsa de colostomia.
A ileostomia pode ser necessária durante algum tempo (ileostomia temporária), para que a porção final do intestino possa se recuperar da cirurgia, evitando a passagem de fezes no local, para prevenir infecções. Depois de recuperada, a ileostomia é fechada e a pessoa pode voltar a evacuar normalmente.
A ileostomia permanente é necessária para aqueles casos em que as partes saudáveis do intestino não puderam ser suturadas ou quando não foi possível recriar o reto, para armazenamento das fezes.
A recuperação após a cirurgia começa no hospital, com uma internação que pode durar até 10 dias, variando de caso para caso. De início, como o intestino não estará funcionando, a hidratação do organismo será feita pela veia, com soro fisiológico. Um cateter será ligado à bexiga para drenar os fluidos, por um ou dois dias.
Além do curativo no abdômen, pode ser que haja uma bolsa de colostomia, que serão cuidados pela equipe de enfermagem, até que você aprenda a como trocá-los.
É normal sentir um pouco de dor após a cirurgia, por isso os analgésicos são administrados, juntamente com o soro, sempre que sentir necessidade. Veja como aliviar a dor após uma cirurgia.
Enquanto estiver na cama do hospital, enfermeiros e fisioterapeutas ensinarão alguns exercícios para estimular a circulação sanguínea, evitando a formação de coágulos.
Quando o intestino começar a funcionar, o que é indicado pelos ruídos ouvidos com um estetoscópio e pela liberação de gases, você poderá beber pequenas quantidades de líquido, de hora em hora. Os ruídos começam a ser produzidos após 2 ou 3 dias da cirurgia, mas a primeira evacuação pode acontecer somente após o quarto ou quinto dia.
Durante o primeiro mês após a cirurgia, você precisará fazer refeições bem leves, pobres em fibras e gorduras, para que seu intestino não tenha muito trabalho para digeri-las, nessa fase de recuperação.
Como a capacidade do intestino é reduzida com a cirurgia, é provável que você tenha que ir ao banheiro mais vezes ao dia, até que seu organismo se adapte à nova realidade anatômica.
Em muitos casos, é feita uma ileostomia temporária, para permitir a recuperação completa do intestino, que passou por uma ressecção e sutura. Com a recuperação do intestino, a ileostomia pode ser fechada, o que requer outra cirurgia e uma internação de 2 a 5 dias.
Enquanto você não fecha a ileostomia, ou no caso de uma ileostomia permanente, você precisará ter alguns cuidados especiais, para evitar infecções no local. Este artigo traz instruções detalhadas sobre como cuidar e trocar a bolsa de colostomia. Mas, basicamente, os cuidados necessários são:
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Olá! Passei por uma retossigmoidectomia por conta de endometriose profunda. O conteúdo encontrado aquí foi muito importante para entender o processo, mas acho importante adicionar a endometriose como um dos casos em q a retossigmoidectomia é necessária.
Eu também , estou na segunda semana de pós operatório o motivo também foi a endometriose profunda .