A busca por remédios caseiros e naturais para tratar dores nas juntas é bastante comum, visto que muitas pessoas sofrem com artrose e artrite. Há muitas plantas com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, que atuam como remédios caseiros para artrose e artrite, pois aliviam a dor e o inchaço das articulações.
O termo popular “juntas” se refere às articulações móveis que temos no corpo, onde existe a união entre dois ou mais ossos. Para que não haja atrito entre os ossos e o deslizamento se dê de forma suave, existem cápsulas cheias de líquido sinovial e cartilagens entre eles, para amortecer o impacto.
A artrite e a artrose são duas condições clínicas que afetam as articulações e, muitas vezes, são confundidas, devido à semelhança entre as palavras e, também, dos sintomas. Veja quais são as diferenças entre artrite e artrose.
Artrite é o termo médico utilizado para se referir à inflamação de uma ou mais articulações do corpo. Essa inflamação pode ser causada por várias doenças, dentre elas a artrose.
A artrose, ou osteoartrite, é a degeneração (desgaste) das cartilagens, que leva ao atrito entre os ossos e a consequente inflamação das articulações.
A artrose pode ocorrer como uma consequência natural do processo de envelhecimento, sendo, muitas vezes, intensificada pelo sobrepeso, diabetes, genética, traumas ou histórico de prática esportiva de alto impacto.
A artrose não tem cura, porém é possível aliviar a dor e o inchaço nas articulações causados pela inflamação.
Veja alguns exemplos de remédios caseiros e naturais para artrose e artrite.
Óleo de prímula
O óleo de prímula é um tipo de gordura com propriedades anti-inflamatórias, pois contém ácido gama-linoleico, um ácido graxo ômega-6 encontrado em óleos vegetais, dentre os quais se destaca o óleo de prímula.
Ele é vendido como um suplemento para aliviar a dor causada pela artrite e artrose.
O óleo de prímula é extraído da planta Oenothera biennis, sendo encontrado na forma de cápsulas em lojas de produtos naturais.
Mesmo sendo um produto natural, é essencial consultar o seu médico ou médica antes de usá-lo. A dose usual é de 1 cápsula de 500 mg, de 1 a 2 vezes ao dia, antes das refeições.
Além do óleo de prímula, o óleo de semente de borragem (planta Borago officinalis) e o óleo de semente de amora preta (planta Ribes nigrum) também são ricos em ácido gama-linoleico e podem ter o mesmo efeito sobre a dor da artrite e da artrose.
Os efeitos colaterais mais comuns gerados pelo consumo do ácido gama-linoleico são a dor de cabeça, a diarreia e as náuseas.
O óleo de prímula é contraindicado para gestantes e para pessoas que sofrem de esquizofrenia, epilepsia e distúrbios de coagulação.
Óleo de arnica
O óleo de arnica pode ser usado no alívio de dores articulares causadas pela inflamação da artrite e da artrose. Sua ação anti-inflamatória se dá pela presença de uma substância chamada helenalina, que inibe a produção de substâncias pró-inflamatórias, que promovem a inflamação no organismo.
Existem muitas pomadas com base de arnica disponíveis no mercado, que podem ser usadas para massagear o local da dor, de 2 a 3 vezes ao dia.
A massagem também pode ser feita com o óleo puro de arnica, mas deve-se ter cuidado e fazer um teste de alergia antes de aplicá-lo em grandes áreas do corpo, pois ele pode provocar dermatite de contato.
A arnica não pode ser ingerida, devido ao seu alto potencial tóxico, capaz de provocar náuseas, vômitos, dores abdominais, tontura, alucinações e até levar a pessoa ao óbito.
Videira Trovão de Deus
Os extratos das raízes da planta chinesa Tripterygium wilfordii Hook F é usada há mais de mil anos para tratar a dor nas articulações provocada pela artrite e pela artrose.
O extrato da planta é rico em diterpenoides (triptólido, tripdólido e triptonídeo), que inibem a inflamação nas articulações, pela modulação da resposta do sistema imunológico nessas doenças.
A tintura da Videira Trovão de Deus é encontrada em lojas de produtos naturais. Esse produto não deve ser ingerido, mas passado sobre a pele no local da dor, de 5 a 6 vezes por dia.
Você também encontra o extrato da planta em cápsulas normalmente de 200 mg. As doses efetivas ficam entre 180 a 350 mg por dia, devendo ser orientada pelo seu médico ou médica.
Os possíveis efeitos colaterais com o uso dessa planta são as cólicas menstruais, a diminuição da fertilidade nos homens, a menor produção de urina e o risco aumentado de infecções.
Unha de gato
A planta unha de gato recebe esse nome, pois seus espinhos têm o formato semelhante à unha de gato, ou seja, são curvados e pontiagudos. No Brasil, a planta é encontrada nos estados do Acre, Amazonas, Amapá e Pará.
Os povos indígenas faziam chá com as cascas do caule ou das raízes de unha de gato para tratar inflamação e degeneração nas articulações.
A planta Uncaria tomentosa possui atividade anti-inflamatória, pois inibe a produção de substâncias pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral-alfa (TNF alfa) e as prostaglandinas.
Você pode consumir a unha de gato na forma de chá, que pode ser feito da seguinte forma:
- Ferva 1 litro de água junto com 20 gramas de cascas do caule ou das raízes de unha de gato, durante 15 minutos.
- Retire o chá do fogo e deixe repousar por 10 minutos, com o recipiente fechado.
- Coe e beba o chá de 8 em 8 horas, entre as principais refeições.
O chá de unha de gato não pode ser consumido por gestantes, lactantes e crianças menores de 5 anos.
O extrato seco também pode ser consumido na forma de cápsulas encontradas em lojas de produtos naturais. A dose recomendada fica entre 750 a 1000 mg, de 2 a 3 vezes por dia, durante 3 meses.
Garra do diabo
O chá de garra do diabo, também conhecido como chá de harpago, possui substâncias como o canferol, o ácido cafeico e o ácido clorogênico que exercem atividade anti-inflamatória, analgésica e antioxidante.
Por causa de suas propriedades, o chá de garra do diabo alivia a dor, o inchaço e a rigidez nas articulações causados pela artrose.
A receita do chá de garra do diabo é a seguinte:
- Ferva 1 xícara de água com 1 colher de chá de raízes secas de harpago durante 15 minutos, em fogo baixo. Coe e beba de 2 a 3 xícaras de chá por dia.
O extrato de garra do diabo também está disponível em cápsulas de 200 mg, que podem ser consumidas de 2 a 3 vezes ao dia, durante 3 meses.
O chá e o extrato seco de garra do diabo não podem ser consumidos por gestantes, lactantes e crianças. Também não devem ser usados por pessoas que têm úlcera estomacal ou duodenal, obstrução das vias biliares, gastrite ou síndrome do intestino irritável.
Compressa de aroeira
A aroeira (Schinus terebinthifolius) é rica em substâncias com atividade anti-inflamatória, como flavonoides, terpenos, taninos e saponinas. Esses compostos agem diretamente nas articulações inchadas, diminuindo a dor e a rigidez.
A compressa de aroeira é preparada da seguinte forma:
- Ferva 1 litro de água com 20 gramas de cascas de aroeira durante 10 minutos. Coe e espere amornar.
- Molhe uma compressa de algodão ou gaze no chá de aroeira e deixe em contato com a pele durante 10 minutos.
- Faça essa compressa 2 vezes ao dia.
Essa compressa não deve ser feita por mulheres grávidas e que estão amamentando, e nem por pessoas que têm a pele muito sensível.
Fontes e referências adicionais
- Herbal therapy for treating rheumatoid arthritis, Cochrane Database of Systematic Reviews 2011, 2: 1-73.
- Efeitos da geoterapia e fitoterapia associadas à cinesioterapia na osteoartrite de joelho: estudo randomizado duplo cego, Acta Fisiátrica, 2012; 19(1): 11-15.
- Saberes populares em fitoterapia presentes nas formas de medicina alternativa desenvolvidas na comunidade de Lagoa do Saco, Monte Santo, Bahia, Cadernos de Agroecologia, 2020; 15(2): 1-5.
Fontes e referências adicionais
- Herbal therapy for treating rheumatoid arthritis, Cochrane Database of Systematic Reviews 2011, 2: 1-73.
- Efeitos da geoterapia e fitoterapia associadas à cinesioterapia na osteoartrite de joelho: estudo randomizado duplo cego, Acta Fisiátrica, 2012; 19(1): 11-15.
- Saberes populares em fitoterapia presentes nas formas de medicina alternativa desenvolvidas na comunidade de Lagoa do Saco, Monte Santo, Bahia, Cadernos de Agroecologia, 2020; 15(2): 1-5.