Nele o tecido cicatricial vai aumentando de tamanho ao longo do tempo, e isso ocorre porque o corpo reconhece uma lesão como algo mais grave do que realmente é.
É como se o corpo apresentasse uma resposta exagerada de cura, criando uma cicatriz maior do que seria necessário.
Em uma cicatrização normal, à medida que a ferida vai cicatrizando, o tecido fibroso substitui a pele antiga, para que a lesão seja curada.
No entanto, pessoas propensas a desenvolver queloides produzem tecido cicatricial em excesso. Nesses casos, a cicatriz vai se espalhando, causando uma protuberância maior do que a lesão inicial.
Queloide na orelha
Na orelha, os queloides geralmente surgem depois da colocação de brincos ou piercings.
Isso ocorre porque quando a orelha é perfurada, existe uma resposta do organismo para tentar curar aquela lesão. Só que para algumas pessoas, esse processo é mais intenso e exagerado.
Além da colocação de brinco ou piercing, existem outros tipos de lesões que podem causar queloides:
Espinhas;
Marcas de catapora;
Picadas de inseto;
Tatuagens;
Cirurgias;
Cortes acidentais.
Fatores de risco
Embora o desenvolvimento de queloides na orelha não seja algo incomum, existem alguns fatores de risco que estão mais associados ao surgimento do problema:
Cor da pele: pessoas com pele mais escura apresentam maior risco de ter um queloide;
Idade: é mais comum em pessoas entre 10 e 30 anos;
Genética: pessoas que tem parentes próximos com queloides podem ter uma chance maior de desenvolver o problema.
E, apesar de não representar nenhum risco à saúde, o queloide pode prejudicar a autoestima das pessoas. Principalmente quando a lesão surge em um local visível como a orelha.
Como tratar
Existem diversas maneiras de tratar um queloide, mas nenhuma delas é 100% eficaz. O queloide é muito difícil de tratar e o maior desafio dos médicos não é sua remoção, mas sim garantir que ele não volte.
Uma revisão publicada na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica traz algumas modalidades de tratamento, listadas a seguir:
Remoção cirúrgica
A cirurgia de queloide na orelha pode ser recomendada em casos mais severos ou que causem desconforto. Mas, para ser efetiva, existem tratamentos complementares que devem ser seguidos:
Brincos de pressão: Depois da cirurgia de queloide da orelha, o uso de brincos de pressão pode ser recomendado para exercer uma pressão uniforme no local, impedindo a formação de uma nova lesão
Radiação: A radiação pode ser usada como parte do tratamento, após a cirurgia de remoção, ou de forma preventiva, quando já se sabe que a pessoa tem tendência ao desenvolvimento de queloide, mas precisa passar por algum procedimento cirúrgico.
Remoção não cirúrgica
As opções de tratamento abaixo não envolvem cirurgias e são bem menos invasivas do que qualquer procedimento cirúrgico. Elas não promovem a remoção completa do queloide, mas costumam suavizar de forma significativa a aparência e diminuem o seu tamanho.
Injeções de corticoides: Os corticoides ajudam a diminuir a inflamação, causando o encolhimento do queloide.
Crioterapia: Essa modalidade de tratamento causa o congelamento do tecido cicatricial, feito com nitrogênio líquido. Ela pode ser feita sozinha, ou em associação com a injeção de corticoides.
Ligadura de compressão: Trata-se de uma técnica em que um fio cirúrgico é amarrado, quando possível, em torno da base do queloide. Com o passar do tempo, esse fio corta o queloide aos poucos e faz com que ele caia.
Tratamento a laser: Tratamentos a laser podem ajudar a diminuir o tamanho e a desbotar a cor dos queloides. Mas em geral, a terapia a laser só funciona como um complemento a outra técnica e não deve ser a única abordagem para remoção de queloides.
Gel de silicone: Nesse caso, usa-se um gel de silicone para cobrir o tecido cicatricial. Entretanto, embora o mecanismo de ação dessa abordagem ainda não seja claro, ela ajuda a reduzir o tamanho do queloide, mas é indicada apenas para lesões menores.
Tratamentos alternativos
Extrato de alho: Um estudo de 2011 publicado na revista Dermatology Reports levantou a hipótese de que o extrato de alho pode ter um potencial para tratar queloides. Mas ainda não existem análises mais detalhadas que comprovem esse benefício.
Extrato de cebola: Uma pesquisa publicada em 2013 no periódico científico Journal of Wound Care mostrou que a aplicação de gel feito a partir do extrato de cebola foi capaz de melhorar o aspecto de cicatrizes, mas era ineficaz na melhora do tamanho do queloide. Assim, os pesquisadores indicam que o tratamento seja feito em associação com a aplicação do gel de silicone.
Como evitar um novo queloide?
Além de serem difíceis de tratar, pessoas que já tiveram um queloide tem um risco alto de desenvolver o problema novamente. As dicas abaixo podem ajudar a evitar que um novo queloide apareça:
Colocar imediatamente um adesivo ou gel de silicone ao sofrer qualquer tipo de lesão na orelha;
Evitar furar a orelha ou colocar piercings;
Manter eventuais feridas na orelha sempre limpas e secas para diminuir o risco de cicatrizes;
Pedir para o dermatologista realizar um teste em uma área pouco vista do corpo antes de fazer piercings, tatuagens ou se submeter a procedimentos estéticos, caso alguém da sua família apresentar queloides;
Sempre informe seu cirurgião se você é propenso a desenvolver queloides, pois na necessidade de uma cirurgia ele pode optar por técnicas especiais para diminuir o risco de um queloide;
Ao sentir a pele ao redor de um piercing ou de um brinco começar a engrossar, remova-o imediatamente.
Você já teve um queloide na orelha? Que tipo de tratamento foi recomendado pelo médico? Comente abaixo!
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