O cálculo renal, também chamado de pedra nos rins, é um problema bastante comum entre os brasileiros. De acordo com alguns dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, aproximadamente 12% da população brasileira tem problema de cálculo renal, com maior incidência, principalmente, em pessoas com idade entre 20 e 50 anos.
Este problema é facilmente evitado com pequenas mudanças nos hábitos alimentares e também no estilo de vida. No entanto, sem a adequada prevenção, pode trazer muitos transtornos não só para o paciente, como também para a saúde pública.
Vamos conhecer o que causa a pedra nos rins, os tratamentos disponíveis e algumas dicas de alimentação para auxiliar na prevenção do problema.
Como o problema de pedra nos rins afeta o paciente?
Pedra nos rins é o nome popular dado para o cálculo renal, que também é chamado de calculose urinária. Esta é uma condição bastante comum na população, podendo atingir qualquer pessoa, independente de sexo, idade e etc. O tratamento preventivo é sempre a melhor opção para evitar o problema, porém, quando este não é realizado, existem outras formas de resolver o transtorno.
As consequências geradas por este problema de saúde podem ser muito ruins, afetando tanto os pacientes quanto a saúde pública. Alguns dados mostram que aproximadamente 30% das pessoas com cálculo renal irão necessitar de internação hospitalar e que 10% a 15% delas também precisarão passar por algum tipo de cirurgia para a retirada das pedras nos rins.
Isto significa que este problema gera uma perda no rendimento do trabalho e também o afastamento do paciente de suas atividades diárias, o que implica em prejuízos profissionais, aumento dos problemas familiares, dos problemas socioeconômicos e, como consequência, aumento dos problemas financeiros na vida dos pacientes.
O que causa a pedra nos rins?
A pedra nos rins ocorre devido à presença de precipitados de cristais que se unem e que acabam se solidificando dentro dos rins, formando pequenas pedras. Em geral, este problema acontece devido às elevadas concentrações de algumas substâncias na urina, entre elas o cálcio, o oxalato, a cistina e o ácido úrico, causando, assim, a precipitação e formação das pedras.
Algumas pessoas podem ter maior propensão a desenvolver o problema. Os fatores de riscos são maiores em pessoas com alterações anatômicas do trato urinário, tais como duplicidade pielo-calicial, rins policísticos, rim em ferradura, pessoas com alterações genéticas e com distúrbios metabólicos como a hipercalciúria idiopática, a hiperexcreção de ácido úrico, a hipomagnesiúria, entre outros.
Pessoas com doenças endócrinas que interferem no metabolismo do cálcio, com alterações no pH urinário, com redução do volume urinário, que façam uso de drogas litogênicas ou que tenham passado por imobilização prolongada também possuem maior propensão a desenvolver pedra nos rins.
O cálculo renal tem muitas causas, mas muitas delas são facilmente evitadas com o tratamento preventivo, já que a maioria destas causas está relacionada aos maus hábitos de alimentação e ao estilo de vida ruim, e em alguns casos, a condições genéticas. Existem casos, inclusive, em que não existem níveis alterados das substâncias que identificam o problema na urina, mas ainda assim existe a formação das pedras.
Alguns estudos mostraram que o desenvolvimento de pedra nos rins também pode estar relacionado ao alto consumo de proteína animal, incluindo os diversos tipos de carnes como a bovina, a de frango e a suína, além do leite e seus derivados, os ovos, entre muitos outros. Outras pesquisas mostraram que o excesso de sal e de carboidratos na alimentação podem aumentar os riscos de se desenvolver o cálculo renal.
A baixa quantidade de fibras na dieta, os problemas de obesidade e de sedentarismo, o estresse e diversas outras situações que causem mudanças metabólicas consideráveis no paciente também são potenciais causas para este problema. Existem também alguns medicamentos que são utilizados para determinados problemas renais que podem impactar no aumento da formação destas pedras.
Quais os principais sintomas do cálculo renal?
Apesar de as mudanças de hábitos serem fáceis de serem aplicadas no dia a dia, muitas pessoas não se preocupam adequadamente com estas questões e acabam desenvolvendo o problema. Infelizmente, o cálculo renal nem sempre gera sintomas no início e acaba sendo muito comum encontrar pessoas nas unidades de pronto atendimento que estão em busca de um alívio para a dor intensa e, que, só então, descobrem a presença de pedra nos rins.
Nem todas as pessoas com pedra nos rins sentem desconforto, mas, normalmente, o primeiro sintoma presente é a dor que acontece em função do deslocamento de algumas pedras do local onde são formadas para dentro do trato urinário. Esta dor é conhecida como cólica renal e pode ser bastante aguda, gerando dores em outros locais como nas costas, abaixo das costelas, no abdômen e também na virilha.
Outros sintomas que podem estar presentes são a presença de sangue na urina, suores, febres, urina turva ou com cheiro desagradável, náuseas, vômitos, necessidade urgente de urinar, sensação de areia na urina, entre muitos outros.
A identificação do problema normalmente é feita por acaso – as pedras podem ser detectadas durante alguns exames de rotina. O diagnóstico preciso deve ser feito de forma correta pelo médico para a tomada de decisão sobre o tipo de tratamento.
Quais os tratamentos disponíveis?
Cerca de 90% das pedras nos casos de cálculo renal são eliminadas naturalmente entre 3 a 6 semanas e, nestes casos, somente são recomendados alguns medicamentos para ajudar a aliviar as dores causadas pela passagem das pedras no trato urinário. Quando a dor é muito intensa, pode ser necessária também a internação hospitalar e o uso de analgésicos e antibióticos mais potentes.
No entanto, quando a pedra presente não é eliminada naturalmente, esta pode causar o bloqueio do fluxo de urina e gerar problemas mais graves como quadros de hemorragias e infecções. Estes casos devem ser resolvidos com a cirurgia para evitar o agravamento do problema.
O atendimento no pronto-socorro para casos de crise aguda engloba o aumento da ingestão hídrica, o uso de medicamentos antiespasmódicos, anti-inflamatórios não hormonais, morfina e outros medicamentos analgésicos. O paciente poderá ter tratado também com medicamentos que auxiliam na prevenção da recorrência da formação das pedras em função de distúrbios metabólicos.
Outros tipos de tratamento são a remoção endoscópica, que faz a remoção das pedras através da uretra, o uso de ondas de choque ultrassônicas para quebrar as pedras e a nefrolitotomia percutânea, que é a retirada das pedras com uma pequena incisão nas costas.
Como prevenir a pedra nos rins?
Muitas doenças estão relacionadas aos hábitos ruins de alimentação e ao sedentarismo. Essa falta de consciência pode causar não só o aparecimento de pedras nos rins, como também de diversas outras doenças.
Veja, a seguir, algumas dicas para prevenir o cálculo renal:
– Melhore a qualidade da alimentação
É importante evitar os alimentos que possam causar o problema de cálculo renal, como é o caso das proteínas animais, dos carboidratos refinados e do excesso de sal. É fundamental também ter um consumo maior de alimentos saudáveis como legumes, verduras e frutas, entre outros.
Alguns alimentos também podem auxiliar na prevenção da formação destas pedras. As frutas cítricas, os chás, o café e o vinho contêm substâncias protetoras, tais como o citrato, que inibem a cristalização da urina e evitam a formação de pedra nos rins. Os alimentos ricos em potássio também são bastante recomendados.
– Aumente o consumo de líquidos
Os rins são os responsáveis pela filtragem no nosso corpo. Com a redução do consumo de água, pode ocorrer um acúmulo maior de toxinas nesta região, o que também promove maior formação de pedra nos rins. Recomenda-se a ingestão de 35 mL de água por quilo de peso corporal para que se mantenha a adequada hidratação e para que o corpo funcione corretamente. Veja aqui dicas para beber mais água na dieta.
Conclusão
A pedra nos rins é um problema bastante comum e que pode gerar transtornos para o paciente e para a saúde pública, com o afastamento de muitas pessoas do trabalho e um aumento nos gastos hospitalares. A prevenção do problema com a mudança de hábitos alimentares e com um estilo de vida mais saudável é sempre o melhor caminho.
Aliás, aproveite para conhecer os sinais que seus rins estão pedindo socorro que a nossa nutricionista preparou neste vídeo abaixo:
Gostou das dicas?
Fontes e Referências Adicionais
- http://kidney.niddk.nih.gov/Kudiseases/pubs/stonesadults/
- http://emedicine.medscape.com/article/444683-overview
- http://emedicine.medscape.com/article/437096-overview
- http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/kidney-stones/symptoms-causes/dxc-20319562
- http://www.nhs.uk/conditions/Kidney-disease-chronic/Pages/Introduction.aspx
- https://www.kidney.org/atoz/content/calcium-oxalate-stone
- http://www.aafp.org/afp/2011/1201/p1234.html
Excelente explicação. Muito bom mesmo,poderia escrever. Sobre tamanhos e até quanto pode sereleminado naturalmente e qual tamanho quando precisa cirurgia mais a fundo e sequelas mais amei a explicação