Mesmo com diagnósticos um pouco diferentes, Fabiana Justus e Isabel Veloso enfrentaram um problema semelhante no tratamento oncológico: a mucosite, uma complicação que pode ocorrer em casos de transplante de medula óssea.
A condição é considerada comum e é caracterizada por uma inflamação, podendo ocorrer o aparecimento de úlceras na cavidade oral e até mesmo se estender a todo o trato gastrointestinal, causando um forte incômodo.
“É uma complicação que impacta bastante na qualidade de vida do paciente e pode gerar adiamentos e até mesmo interrupções do tratamento oncológico”, explicou a estomatologista Dra. Renata Ferrari, do Grupo Oncoclínicas.
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Além de pacientes que fizeram transplante de medula óssea, como nos casos de Fabiana e Isabel, a mucosite pode atingir pessoas submetidas a radioterapia na região da cabeça ou pescoço.
O problema pode ser causado pela toxicidade dos medicamentos utilizados no tratamento ou pela interrupção de suprimento de sangue para as células que formam a mucosa.
Mas por qual motivo pessoas que fizeram transplante de medula óssea são atingidos? Devido às altas doses de quimioterapia e, dependendo dos casos, até radioterapia, que precisam ser aplicadas antes do procedimento.
“Esse procedimento pode danificar as células da mucosa, levando ao desenvolvimento da mucosite”, explicou a médica.
Como é feito o tratamento da mucosite?
O tratamento envolve uma combinação entre alívio dos sintomas e cicatrização das feridas. Geralmente, são usados analgésicos, hidratação e nutrição adequadas, medicamentos tópicos como enxaguantes, agentes protetores e géis.
Anti-inflamatórios e corticoides também podem ser utilizados durante o tratamento, e, dependendo da gravidade, antibióticos e antifúngicos. A laserterapia pode ser outra aliada: “Ela vai atuar na recuperação celular, promovendo uma ação anti-inflamatória, de analgesia e cicatrização”, destacou a profissional.
Nem sempre é possível evitar a mucosite, mas existem formas de driblar os riscos, como manter uma boa higiene bucal, evitar alimentos que podem irritar a mucosa e laserterapia preventiva, assim como nutrição adequada para fortalecer o sistema imunológico.
“É importante lembrar que cada paciente é único e o manejo da condição deve ser individualizado de acordo com as necessidades específicas e orientações do próprio médico do paciente”, salientou a médica.