Acreditar que coisas boas vão acontecer pode ser a chave para uma vida mais longa. Pessoas otimistas têm maiores chances de alcançar uma “longevidade excepcional” ou viver até os 85 anos ou mais, de acordo com um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Essa relação entre o otimismo e a longevidade estava presente em ambos os sexos e permaneceu assim mesmo depois que os pesquisadores levaram em conta hábitos e fatores como fumo, uso de álcool, atividade física, dieta, IMC e depressão.
“Nossa equipe ficou surpresa e aliviada ao ver descobertas semelhantes entre homens e mulheres”, disse Lewina Lee, professora assistente de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Boston.
“Sabemos que o otimismo é cerca de 25% hereditário, o que significa que há espaço para modificá-lo”.
O estudo foi baseado em dados de 69.744 mulheres no Nurses’ Health Study e 1.429 homens no Veterans Affairs Normative Aging Study.
As mulheres, que são acompanhadas desde 1976, concluíram uma avaliação de otimismo em 2004. O questionário perguntou quão fortemente elas concordavam com afirmações como: “Em tempos de incerteza, geralmente espero o melhor” ou “estou sempre otimista em relação ao meu futuro.”
Os homens, que são acompanhados desde 1961, completaram um tipo semelhante de escala de otimismo em 1986.
Os pesquisadores então dividiram as duas coortes em grupos com base em seus níveis de otimismo – mais alto, mais baixo e no meio – e analisaram suas estatísticas de mortalidade. Tanto para homens quanto para mulheres, níveis mais altos de otimismo foram associados à maior longevidade e maior chance de atingir os 85 anos.
Estar no grupo com a perspectiva mais positiva estava relacionado a uma vida útil de 11 a 15% maior, em comparação ao grupo menos otimista, segundo o estudo. Os resultados sugerem que o otimismo pode ser uma estratégia importante para promover um envelhecimento saudável, segundo os autores.
Os cientistas não entendem completamente os caminhos do otimismo para a saúde e a longevidade, disse Lee, mas existem algumas teorias.
As pessoas otimistas são mais propensas a ter objetivos e a confiança para alcançá-los; portanto, o otimismo pode ajudá-las a cultivar e manter hábitos mais saudáveis, disse ela. Estudos anteriores descobriram que pessoas altamente otimistas têm uma menor chance de morrer prematuramente de derrame, doença cardíaca e até câncer.
Pessoas otimistas também podem regular melhor suas emoções durante situações estressantes. É menos provável que elas fiquem com raiva ou ansiosas, disse Josh Klapow, psicólogo clínico e cientista comportamental da Escola de Saúde Pública da Universidade do Alabama em Birmingham.
Isso não quer dizer que as pessoas otimistas não se estressem ou não se zangem, mas acontece com menos frequência, o que fisiologicamente as coloca em menor risco por todas as consequências negativas que conhecemos do estresse.
Eles também são mais propensos a formar conexões sociais porque veem o bem nas pessoas. Tais vínculos protegem contra a solidão, que traz riscos sérios à saúde.
Algumas pessoas nascem naturalmente para ser mais pessimistas, mas é totalmente possível que elas aprendam a ser mais positivas. Forçar seu cérebro a procurar coisas pelas quais você é grato e coisas positivas o ensina que podemos evitar o negativismo e também buscar o otimismo.
Mantenha uma prática diária de gratidão, acompanhe os eventos positivos que acontecem em sua vida e visualize sempre o seu melhor possível. Estudos já descobriram que esses exercícios diários reorientam seu cérebro a buscar a positividade.