Em uma recente descoberta divulgada na renomada revista Advanced Functional Materials, foi revelado um avanço tecnológico que promete revolucionar a forma como detectamos o diabetes com lentes de contato capazes de identificar a doença através das lágrimas.
Ao contrário de outros designs de lentes propostos anteriormente, que necessitavam de componentes eletrônicos, estas novas lentes se destacam por sua simplicidade e eficácia, eliminando riscos de desconforto e potenciais ameaças à saúde ocular. Graças à química natural das lágrimas, essa inovação permite identificar rapidamente a concentração de glicose por meio de mudanças de cor em eletrodos sensíveis integrados à lente.
Um aspecto impressionante dessa tecnologia é que os eletrodos nas lentes reagem aos subprodutos da glicose presentes nas lágrimas, alterando sua cor de incolor para um tom azulado. E essa variação cromática é diretamente proporcional à concentração de glicose.

Ensaios realizados com as lentes demonstraram sua capacidade de detectar uma extensa gama de níveis de glicose. Além disso, através da captura e análise de imagens dos eletrodos antes e após o uso, algoritmos especializados conseguiram prever as concentrações de glicose com impressionante precisão.
Essas lentes inovadoras visam proporcionar um monitoramento em tempo real e completamente indolor, se integrando perfeitamente à rotina do usuário. A sugestão é usar as lentes ao despertar e observar as cores a cada vinte minutos. A tecnologia ainda oferece a possibilidade de registrar fotos para documentar as mudanças ao longo do dia.
Contudo, como toda inovação, há desafios a serem superados. Por exemplo, a glicose detectada nas lágrimas tem um delay em comparação aos níveis sanguíneos. Além disso, a equipe por trás do projeto salienta que há obstáculos práticos na jornada de trazer ao mercado um sensor de glicose baseado em lágrimas.
Não é de hoje que a ciência busca maneiras inovadoras de detecção do diabetes. Recentemente, um grupo da USP desenvolveu um teste que identifica a doença por meio da urina, com custo estimado em apenas R$ 1,25.
Outros pesquisadores conceberam um sistema que utiliza funções do smartphone para identificar pré-diabetes. Em 2022, a comunidade científica apresentou um dispositivo que monitora glicose e álcool no sangue através de microagulhas, focando em auxiliar aqueles que possuem diabetes a manter um equilíbrio saudável.
Compreender o diabetes é fundamental. Quando a glicemia em jejum excede 125 mg/dl, estamos diante de um cenário de diabetes. Essa doença, que pode ocasionar sérias complicações em diversos órgãos, é provocada pela deficiência na produção da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.
Esta novidade nas lentes de contato é apenas mais uma das formas que a ciência tem encontrado para tornar a detecção e o monitoramento do diabetes mais acessível e menos invasivo, refletindo o avanço contínuo na busca por soluções que contribuam para um mundo mais saudável.