NiMe: conheça a dieta com muitos vegetais e quase nada de alimentos processados

publicado em

Frequentemente, novos modelos alimentares surgem por aí e este é o caso da NiMe. A dieta, desenvolvida por Jens Walter, professor de Ecologia, Alimentos e Microbioma da APC Microbiome Ireland, Escola de Microbiologia e Departamento de Medicina, University College Cork, e sua equipe, é rica em fibras e não tem alimentos processados.

NiMe: conheça a dieta com muitos vegetais e quase nada de alimentos processados

A diferença entre a NiMe para as demais dietas é que ela é dominada por vegetais, como folhas verdes, leguminosas (feijões e lentilha, por exemplo) e frutas. O plano alimentar também contém uma pequena porção de proteína animal por dia (salmão, frango ou porco) e evita alimentos altamente processados, de acordo com o artigo publicado na plataforma The Conversation Brasil.

Como foi realizado o estudo que chegou à dieta NiMe

Em busca de criar uma forma de criar microbiomas saudáveis para prevenir doenças crônicas, Walter e sua equipe partiram para a Papua Nova Guiné (país da Oceania), devido ao sistema de agricultura de subsistência e comunidades inteiras que têm um estilo de vida não industrializado. A pesquisa durou nove anos e envolvia pesquisadores de oito países.

Em estudos anteriores também realizados pela equipe de Walter, foram descobertos que os microbiomas intestinais dos moradores rurais da Papua Nova Guiné são mais diversos do que de pessoas vindas do Ocidente, por serem enriquecidos com bactérias que prosperam em fibras alimentares e com níveis baixos de bactérias causadoras de inflamações – que costumam ser encontradas em pessoas que comem alimentos altamente processados.

Essas informações forneceram “dicas” sobre como corrigir os danos causados aos microbiomas intestinais. A dieta tradicional da zona rural de Papua Nova Guiné é rica em vegetais não processados, ricos em fibras e com baixo teor de açúcar e calorias.

NiMe significa non-industrialised microbiome restore (restauração do microbioma não industrializado, em tradução livre) e é um conjunto do que foi aprendido na Papua Nova Guiné e em outras sociedades não industrializadas.

Laticínios, carne bovina e trigo foram excluídos do teste em humanos por não fazerem parte da dieta tradicional na parte rural Papua Nova Guiné. Ademais, no estudo, os pesquisadores optaram pelo consumo de 35g de fibras por dia, o que excede as recomendações das diretrizes alimentares.

Um dos pesquisadores, aluno de doutorado, inventou receitas que podem agradar pessoas acostumadas com os pratos ocidentais típicos, que costumam conter alimentos processados.

As refeições ajudaram a desenvolver um plano que foi testado em estudo estritamente controlado em adultos canadenses saudáveis.

Os resultados foram positivos e incluíram perda de peso (embora os participantes não tenham alterado a ingestão calórica regular), queda no colesterol ruim em 17%, diminuição do açúcar no sangue em 6% e redução de 15% em um marcador de inflamação e doença cardíaca chamado proteína C-reativa.

Os benefícios foram diretamente associados a melhorias no microbioma intestinal dos voluntários, especificamente, os que tinham características de microbioma danificadas pelos produtos industrializados.

Na dieta tradicional ocidental pobre em fibras alimentares, o microbioma intestinal degrada a camada de muco do intestino, o que leva à inflamação. A dieta NiMe, por sua vez, preveniu esse processo, o que foi associado a uma redução na inflamação.

A nova dieta também aumentou os metabólitos bacterianos benéficos (subprodutos) no intestino, como ácidos graxos de cadeia curta, e no sangue, como o ácido idol-3-propiônico, um metabólito que demonstrou proteger contra diabetes tipo 2 e danos nos nervos.

O baixo teor de fibra alimentar, segundo a pesquisa, faz com que os micróbios intestinais aumentem a fermentação de proteínas, o que gera subprodutos prejudiciais que podem contribuir para o câncer de cólon.

A dieta NiMe aumentou a fermentação de carboidratos em detrimento da fermentação de proteínas, além de ter reduzido as moléculas bacterianas no sangue dos participantes que estão ligadas ao câncer.

“As descobertas da nossa pesquisa mostram que uma intervenção dietética direcionada à restauração do microbioma intestinal pode melhorar a saúde e reduzir o risco de doenças. A dieta NiMe oferece um roteiro prático para alcançar esse objetivo, fornecendo receitas que foram usadas em nosso estudo. Ela permite que qualquer pessoa interessada em alimentação saudável melhore sua dieta para alimentar as células humanas e o microbioma”, concluiu Walter.

Você pretende testar a dieta NiMe? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
Sobre Equipe MundoBoaForma

Quando o assunto é saúde, você tem que saber em quem confiar. Sua qualidade de vida e bem-estar devem ser uma prioridade para você. Por isso contamos com uma equipe profissional diversificada e altamente qualificada, composta por médicos, nutricionistas e profissionais de educação física. Nosso objetivo é garantir a qualidade do conteúdo que publicamos, que é também baseado nas mais confiáveis fontes de informação. Tudo isso para que você tenha confiança no MundoBoaForma e faça daqui sua fonte preferencial de consulta para assuntos relacionados à saúde, boa forma e qualidade de vida.

Deixe um comentário