Poderia ser enredo de uma novela de horário nobre, com atitudes bem marcadas e clichês da vilã e mocinha da trama. Mas, infelizmente, não é novela, é a vida real.
Na última semana semana, ganhou os tabloides do mundo inteiro uma história chocante de uma mãe, de 53 anos, que acabou sendo condenada a um ano e quatro meses de prisão, por maus-tratos à filha, de 16 anos, na cidade italiana de Como.
A mãe submetia a filha a uma dieta rigorosa e obrigava-a a monitorar obsessivamente o peso, o qual não poderia passar dos 47 quilos.

Na verdade, esse caso estava sendo investigado desde 2019, após a denúncia de uma tia da jovem, médica, que ao perceber a perda progressiva de peso da menina e ver que a mesma tinha que comer às escondidas, até na casa de amigos, ou pedir ajuda aos parentes para saciar a fome, resolveu procurar o Ministério Público de Como.
Segundo a tia, ela temia pela saúde da menina, que além de ter a alimentação sob vigilância constante, também era frequentemente humilhada. “Sua nojenta, você está gorda e feia. Olhe-se no espelho.” Esses eram só alguns dos insultos dirigidos à menina.
Ao ter início a investigação, a mãe foi submetida a uma medida cautelar de afastamento por um breve período, depois, recorreu à justiça para negar toda a história, enquanto o Ministério Público ainda investigava o caso.
Durante as investigações, a menina descreveu como era a sua dieta, a qual, segundo ela, baseava-se apenas em alimentos muito leves, como purês de vegetais, salada e cenoura, pouquíssima fruta, por conter açúcar.
A menina também relatou os muitos insultos que ouvia da própria mãe: “… sua cara parece a de um hamster… você tem espelho?”…. “Olha o seu peso esta manhã, está com 51,2, você estava com 49 na semana passada… você ganhou um quilo em uma semana, não em um mês ou cinco meses… no final de outubro você vai chegar aos 54 se não mais…”.
Finalmente, quatro anos depois, o caso foi levado à julgamento, e a mulher foi proibida de se aproximar da filha, que agora tem 20 anos.
E, embora o Ministério Público houvesse pedido dois anos de prisão para a mãe, a juíza condenou-a a um ano e quatro meses.
Segundo a advogada de defesa da mãe, ela “só queria o bem da filha e sempre agiu para proteger a saúde da menina”, e disse que pretende recorrer da decisão do Tribunal de Como.