Microplásticos podem chegar ao cérebro por meio do nariz, diz novo estudo

publicado em

Os microplásticos são uma preocupação atual para a saúde e poluição ambiental. Agora, um novo estudo sugeriu que eles podem chegar ao cérebro pelo nariz.

Microplásticos têm causado preocupação

Partículas pequenas de plástico estão em todas as partes: na água que bebemos, no solo onde alimentos são cultivados e no ar que respiramos. Conforme um artigo publicado no The Conversation, de autoria de pesquisadores da Universidade de Leiden, isso ocorre por conta do plástico que é jogado e chega a aterros sanitários, rios e marés.

Nesses locais, os resíduos plásticos se decompõem lentamente, causando a liberação de partículas ainda mais minúsculas, chamadas microplásticos e nanoplásticos, no ambiente, e no corpo humano. 

“Não temos certeza de como eles chegam lá, embora existam três rotas prováveis. Podemos ingerir microplásticos quando comemos e bebemos, respirá-los por meio de nossos pulmões ou absorvê-los pela pele. Recentemente, foi sugerida outra rota, pela qual os microplásticos entram em nossos narizes e, a partir daí, vão diretamente para nossos cérebros”, indicaram os profissionais Michael Richardson, professor do departamento animal da Universidade de Leiden, e Meiru Wang, biologista molecular da instituição, que escreveram o artigo.

A barreira hematoencefálica, camada especial de células que protege o cérebro de todos os tipos de patógenos e substâncias nocivas, pode ser rompida, já que foram encontradas pequenas partículas de plástico no cérebro humano.

  Continua Depois da Publicidade  

De acordo com novos estudos, essa proteção tem ao menos um ponto vulnerável pelo qual os microplásticos podem entrar no cérebro. Um possível ponto de entrada foi sugerido por pesquisadores da Freie Universität Berlin e da Universidade de São Paulo (USP). 

Esse ponto está no nariz, que conta com nervos especiais, os nervos olfativos, que identificam os odores. Eles partem do interior do nariz, atravessam o crânio e vão diretamente para uma parte do cérebro chamada bulbo olfativo.

Portanto, os cientistas sugerem que as micropartículas respiradas pelo nariz podem, de alguma maneira, ser transportadas pelos nervos olfativos até o cérebro.

“Os pesquisadores chegaram a suas conclusões analisando amostras de tecido de moradores de São Paulo que haviam morrido e passado por autópsias de rotina dos médicos legistas. Eles removeram os bulbos olfativos desses cérebros e os analisaram usando uma variedade de técnicas”, explicaram.

  Continua Depois da Publicidade  

No estudo, oito dos 15 cérebros analisados tinham microplásticos em seus bulbos olfativos. As amostras positivas, no entanto, tinham apenas 16 partículas de microplástico entre elas, no total. Essas 16 partículas de microplástico incluíam fragmentos, esferas e fibras, e eram feitas de polipropileno, náilon e outros tipos de plástico.

Algumas das fibras podem ter vindo de roupas, já que lavar peças confeccionadas com fibras sintéticas é uma fonte significativa dos microplásticos presentes no meio ambiente.

O problema dos nanoplásticos

Este não é o primeiro estudo a acusar a presença de pequenas partículas de plástico no corpo humano. No entanto, além dos microplásticos, que costumam ter até 5 mm de tamanho e aparecem na maioria dessas pesquisas, existe outra preocupação.

São os nanoplásticos, que têm menos de um milésimo de milímetro de tamanho. Portanto, eles são tão pequenos que é difícil detectá-los sem equipamentos especiais.

“O motivo pelo qual os nanoplásticos são uma preocupação importante é que, ao contrário dos microplásticos, eles são comprovadamente prejudiciais às células vivas. Isso ocorre porque os nanoplásticos são pequenos o suficiente para entrar nas células. Uma vez dentro, eles podem levar a célula à morte”, esclareceram.

  Continua Depois da Publicidade  

Por meio de demonstrações, foi indicado que nanoplásticos matam células em embriões de animais, o que pode levar a defeitos congênitos em caso de exposição do embrião.

Entretanto, ainda não há evidências de que seres humanos tenham sofrido um grande aumento de defeitos congênitos nos últimos anos. Os pesquisadores acreditam que a placenta humana possa ser capaz de impedir que microplásticos e nanoplásticos cheguem ao feto.

“Precisamos saber muito mais sobre a presença de microplásticos, e especialmente de nanoplásticos, no corpo humano. Precisamos saber como eles chegam lá, em primeiro lugar”, apontaram os autores.

Você já tinha ouvido falar de microplásticos e nanoplásticos? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
Sobre Equipe MundoBoaForma

Quando o assunto é saúde, você tem que saber em quem confiar. Sua qualidade de vida e bem-estar devem ser uma prioridade para você. Por isso contamos com uma equipe profissional diversificada e altamente qualificada, composta por médicos, nutricionistas e profissionais de educação física. Nosso objetivo é garantir a qualidade do conteúdo que publicamos, que é também baseado nas mais confiáveis fontes de informação. Tudo isso para que você tenha confiança no MundoBoaForma e faça daqui sua fonte preferencial de consulta para assuntos relacionados à saúde, boa forma e qualidade de vida.

Deixe um comentário