A menstruação com coágulos é, geralmente, decorrente de um processo natural, mas também pode representar um problema de saúde.
A menstruação é o resultado da descamação do endométrio, camada interna do útero. A descamação é necessária para que as células sejam renovadas em um novo ciclo hormonal.
Durante a menstruação, o corpo continua trabalhando para evitar um sangramento intenso, então, envia fatores de coagulação e plaquetas que atuam para conter o sangramento. Portanto, o coágulo é formado a partir do acúmulo de sangue e, quanto mais intenso for a menstruação, maior tende a ser a formação de coágulos.
No entanto, o coágulo não pode ser tão grande a ponto de causar dores ou não conseguir ser expulso pelo colo uterino. Algumas condições de saúde podem provocar um sangramento uterino anormal (SUA) e coágulos muito grandes. Essas condições incluem câncer de colo do útero, miomas uterinos, distúrbios de coagulação, hemorragia e doenças da tireóide.
Os miomas uterinos são tumores benignos que se desenvolvem na parede do útero. É uma das principais causas de sangramento uterino anormal e também podem causar sintomas, como inchaço abdominal, dispareunia (dor ao praticar relações sexuais), dor pélvica crônica e dor lombar.
Estima-se que 20% a 80% das mulheres desenvolvem miomas uterinos entre 40 e 50 anos. A causa dos miomas é um distúrbio hormonal que pode estar associado a uma predisposição genética.
A maioria das pessoas com essa condição são assintomáticas, mas, se houver um aumento progressivo do mioma, regiões do sistema urinário e intestinal podem ser atingidas. Além disso, mulheres com miomas muito grandes podem apresentar um inchaço abdominal evidente, como se estivesse nos primeiros meses de uma gestação.
A endometriose é causada pelo crescimento de células endometriais na parte externa do útero. Essa é uma doença muito dolorosa, que pode gerar os seguintes sintomas:
Essa pode ser uma condição de saúde incapacitante, pois afeta a qualidade de vida das mulheres que a possuem, envolvendo a taxa de fertilidade e outros aspectos da vida social, econômica e psicoemocional.
O aborto espontâneo pode estar presente em 10% a 20% das gestações. Muitas vezes, ocorre antes mesmo da descoberta da gravidez.
Quando a gravidez é perdida antes da 12º semana de gestação, é desencadeado uma variedade de sintomas semelhantes a uma menstruação irregular, como um sangramento uterino intenso, cólicas e uma frequência anormal de coágulos.
As principais causas de aborto espontâneo estão relacionadas a problemas de desenvolvimento do feto. Aproximadamente, 50% ocorrem devido a alterações genéticas incompatíveis com a vida, resultando no aborto espontâneo.
Em outros casos, as condições de saúde da mãe podem ocasionar o aborto, incluindo:
Essa é uma condição causada pelo crescimento do endométrio na parede muscular do útero. Isso faz com que a parede uterina fique mais espessa, gerando um sangramento mais intenso durante o ciclo menstrual e, consequentemente, presença de muitos coágulos.
Os médicos ainda desconhecem a origem da adenomiose, mas afirmam que essa condição cessa quando ocorre a menopausa nas mulheres.
Alguns fatores de risco podem estar relacionados a uma maior probabilidade de desenvolver essa doença, como:
A principal causa do câncer de colo do útero é a infecção pelo vírus HPV (papiloma vírus humano). Essa é uma doença sexualmente transmissível que infecta as células do colo do útero, provocando lesões progressivas.
Os sintomas dessa doença são corrimento, sangramento e dor na região íntima.
Essa doença é facilmente detectada através do exame Papanicolau e pode ser prevenida através da vacinação contra o HPV.
Para identificar o que está causando os coágulos e se eles representam algum problema de saúde, é necessário consultar um ginecologista.
Você deve procurar por um médico se apresentar esses sintomas:
O médico precisará de informações sobre a ocorrência de aborto espontâneo recente, sobre a utilização de anticoncepcionais, se possui algum distúrbio de coagulação e se realizou algum tipo de cirurgia pélvica.
Se houver outros sintomas associados e for levantada a suspeita de que os coágulos estão sendo causados por um problema de saúde, você precisará fazer alguns exames, incluindo dosagens hormonais.
Será necessário realizar exames de imagem, como o ultrassom transvaginal e ressonância magnética, para investigar a possível existência de miomas, endometriose ou outros problemas no útero.
Se você estiver apresentando coágulos anormais, o tratamento poderá exigir o uso de contraceptivos hormonais ou até mesmo um procedimento cirúrgico. Se a causa estiver relacionada a uma doença de tireoide, será necessário realizar um tratamento com medicamentos para essa condição.
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