A ginecologista Lauren Juyia desconfiou e descobriu seu próprio câncer de cólon em estágio 4. Desde então, a médica vem lançando alertas a seus seguidores, especialmente sobre dois sintomas que percebeu no início da doença, antes do diagnóstico.
A médica admitiu que não teria descoberto a doença se não soubesse o que procurar. Ela começou a se sentir cansada em agosto de 2022, mas atribuiu isso apenas à sua rotina corrida.
Esse cansaço, no entanto, veio acompanhado por uma sensação de peso pélvico e o incômodo a fez perceber que realmente tinha algo errado. Juyia fez um ultrassom, que apontou uma massa maior do que o esperado em seu ovário.
“Tendo formação em obstetrícia, descrevendo o tamanho por semanas de gravidez e então eu percebi que tinha uma massa do tamanho de 16 semanas. Por experiência, pude dizer que este era o meu ovário”, disse ela ao programa norte-americano Good Morning America.
A massa continuou crescendo e passou de 8 cm para 24 cm em menos de duas semanas, momento em que a médica constatou que realmente tratava-se de um tumor maligno. “Nunca tinha visto nada benigno crescer tão rápido”, admitiu.
Após exames mais aprofundados, veio o diagnóstico: câncer de cólon. Juyia realizou seis meses de tratamentos de quimioterapia, mas continuou trabalhando como forma de distrair a mente diante da batalha que enfrentava.
Em março de 2023, ela passou por uma nova cirurgia de remoção de um tumor inativo e, no período, os exames mostraram que a médica já não tinha mais evidências da doença em seu organismo.
Curada, Juyia pretende conscientizar sobre os sintomas menos conhecidos do câncer de cólon e fazer com que as pessoas já fiquem atentas aos primeiros sinais de alerta da doença.
O câncer de cólon é também conhecido como colorretal ou câncer de intestino e é o terceiro mais comum no Brasil ,atrás apenas dos de mama e próstata, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O órgão estima que foram 45,6 mil novos diagnósticos em 2023, com 21,3 mil mortes.
Saiba mais sobre a doença
De acordo com o Inca, os sintomas mais comuns são: presença de sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal (como diarreia ou prisão de ventre, alternados), dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes (ficam muito finas e compridas) e massa abdominal.
A doença vem se tornando cada vez mais frequente em jovens. Pessoas nascidas em torno da década de 1990 têm o dobro do risco de desenvolver a condição e quatro vezes o risco de ter câncer retal, comparados a pessoas nascidas quatro décadas antes.
Ainda não há evidências que expliquem a causa desse aumento, mas acredita-se que haja uma relação com o consumo de alimentos ultraprocessados, carne vermelha e até bebidas adoçadas com açúcar.
Dentre os fatores de risco, estão o histórico familiar, obesidade, alimentação não saudável, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas ou artificialmente adoçadas e doenças inflamatórias do intestino, como retocolite, ulcerativa crônica e doença de Crohn.
O tratamento do câncer colorretal consiste em tirar o tumor por meio cirúrgico, assim como a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos. Em seguida, são feitas as próximas etapas do tratamento, que incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor.
Em casos mais graves, como quando o tumor é localizado já em estágio avançado ou em casos de metástase para outros órgãos como fígado e pulmão, as chances de cura ficam reduzidas. No entanto, na maioria dos casos, a doença é tratável.