Uma mulher, que preferiu não ser identificada, iniciou uma verdadeira corrida contra o tempo para salvar a filha de 16 anos de enfrentar problemas pulmonares ainda mais graves.
A menina ficou viciada em cigarros eletrônicos e, devido ao uso do aparelho, acabou desenvolvendo um enfisema.
A matriarca encontrou o vape na mochila da filha. A adolescente, por sua vez, disse que queria parar de fumar. A mãe, então, comprou chiclete de nicotina para ajudar a herdeira. “Foi um desespero. Na verdade, foi tipo: ‘O que eu faço agora?’. Comprei e falei para ela me dizer se faz efeito ou não”, explicou ao site g1.
O coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Paulo César Corrêa, afirmou que o uso de goma de nicotina deve ser feito apenas sob supervisão médica.
“Um perigo muito grande, quando o médico prescreve a reposição de nicotina, é que tem que ficar claro que a pessoa não pode utilizar cigarro eletrônico”, avisou o profissional.
A adolescente conseguiu parar de usar cigarros eletrônicos, mas teve uma recaída em junho, em uma festa. Nos dias seguintes, a jovem apresentou uma tosse persistente.
Os exames de imagem mostraram o início de um enfisema pulmonar, doença tratável, mas sem cura, que destrói gradualmente as células do pulmão. O problema de saúde costuma aparecer a partir dos 40 anos.
“Eu fiquei bem assustada com a tomografia dela, um enfisema que a gente não costuma ver em uma menina de 16 anos”, disse a pneumopediatra Marina Buarque de Almeida.
A jovem nunca tinha apresentado qualquer problema respiratório, mas agora precisa fazer uso regular de bombinha para asma e “vai ficar sem festa por um tempo”, como disse a mãe.
O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes está tornando-se cada vez mais popular. Antes do tratamento, recomenda-se que o responsável pelo jovem verifique bolsas, bolsos de casacos e gavetas, a fim de descartar qualquer dispositivo que possa estar ao alcance.
Portanto, o segundo passo natural é a necessidade de interromper completamente o consumo. O tratamento com goma de nicotina deve ser associado a outras medidas, como terapia comportamental.
“Você está mexendo com a dependência química. A outra coisa é a dependência comportamental, que é todo o gestual de fumar, e a dependência psicológica”, listou João Paulo Lotufo, coordenador do projeto antitabagismo do Hospital Universitário da USP.
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, o que deve ser feito obrigatoriamente sob acompanhamento médico. Veja também: Vício em vape? 8 dicas para abandonar o cigarro eletrônico.
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