O lutador de jiu-jitsu Lucas Madureira, 35 anos, precisou interromper todas as atividades físicas que praticava após sentir fortes dores na coluna. Mais tarde, o atleta descobriria que era justamente o excesso de treinos que estava trazendo problemas a ele.

O lutador, que também é piloto de motovelocidade, pratica exercícios físicos desde a adolescência. Em 2023, começou a sentir fortes dores na lombar, parte inferior da coluna vertebral. O incômodo evoluiu para outras partes do corpo, como pernas, pés e toda a região das costas.
As dores começaram a interferir no dia a dia de Lucas, que não andava normalmente e não conseguia abaixar para pegar objetos no chão, por exemplo. Ele sentia fraquezas súbitas e chegou a cair duas vezes.
“Parei de fazer muitas coisas que eu gostava. Deixei de lutar, de andar de moto e comecei a perder os movimentos dos pés e das pernas. Era como se eu não tivesse mais força”, recordou em entrevista ao site Metrópoles.
O lutador buscou ajuda de quatro profissionais da saúde. “Os médicos foram muito enfáticos e chegaram a afirmar que meu caso era cirúrgico e que não havia outra possibilidade para fazer a descompressão das vértebras”, explicou.
Por fim, Lucas decidiu ouvir a opinião de mais um profissional, o fisioterapeuta Abnel Alecrim, que já atendeu outros atletas de jiu-jitsu. O profissional notou que as dores na lombar, na verdade, tinham surgido devido a uma inflamação no pescoço.
O atleta tinha compressões de hérnias de disco nessa região, o que pode causar a sensibilidade dos membros, dificultar a caminhada e comprometer a coordenação motora fina.
Fisioterapia e ajustes na postura
Lucas foi submetido a um procedimento conhecido como McKenzie, que combina a terapia mecânica com exames de imagem. “Não é incomum que hérnias de disco no pescoço provoquem dores lombares ou nas pernas. O diagnóstico, muitas vezes, é de hérnia de disco lombar, mas a origem do problema não está ali”, explicou Alecrim.
A inflamação no pescoço não foi resultado de uma lesão específica, ou seja, apareceu mediante uma rotina intensa de treinos e desgastes acumulados ao longo dos 12 anos.
“Muitas vezes a gente acaba não compensando os treinos e não entende essas demandas do corpo, só quando a fase crítica aparece. Quando fomos investigar, percebemos que era um problema antigo, enraizado e que eu ainda não tinha percebido os sintomas”, contou o rapaz.
Lucas realizou fisioterapia com movimentos repetidos para fortalecer a coluna cervical e diminuir essa compressão da região. O atleta também foi orientado a fazer ajustes na postura e tomar certos cuidados com o pescoço durante a prática de exercícios, para evitar inflamações futuras.
O tratamento fez com que Lucas não precisasse passar por um procedimento cirúrgico, como apontaram os quatro médicos. O atleta conseguiu voltar a lutar normalmente e a andar de moto, já que as dores que sentia desapareceram completamente.