Já faz certo tempo que o jejum intermitente ganhou fama e adeptos no mundo todo. Ao mesmo tempo, essa dieta que envolve horas de jejum e prega que as refeições ocorram dentro de certo período desperta muitas dúvidas.
Uma delas é se todas essas horas sem comer não podem resultar na perda de massa muscular e, consequentemente, atrapalhar a hipertrofia muscular.
Afinal, além de se dedicar aos treinamentos de força, para construir músculos é fundamental fornecer ao tecido muscular os nutrientes ideais nos momentos corretos.
Além disso, será que no período de jejum, em que o organismo não recebe energia ou alimentos, o corpo não vai buscar energia nos músculos? Consumindo, dessa forma, o tecido muscular? Vamos entender se isso realmente acontece!
A resposta passa por uma questão hormonal
Para entender se o jejum intermitente provoca a perda de massa muscular, é necessário entender o processo hormonal que acontece quando uma pessoa segue o jejum.
Quando a alimentação acontece normalmente, sem os períodos de jejum, o hormônio insulina é secretado em resposta aos carboidratos consumidos nas refeições.
Esse hormônio tem uma forte relação com o armazenamento de gorduras no corpo. Os carboidratos influenciam diretamente os níveis de glicose (açúcar) no sangue, ao passo que a insulina ajuda o organismo a usar essa glicose como energia.
Dependendo do nível de açúcar no sangue, poderá haver uma parte de glicose que não será aproveitada como energia pelo organismo no momento. Então, a insulina promoverá o armazenamento dessa glicose a mais na forma de gordura no corpo.
Já com o jejum, conforme as horas sem comer vão passando, a secreção de insulina diminui. Isso porque sem o consumo de alimentos, não há elevação na glicose no sangue e o hormônio não tem açúcar para retirar do sangue e guardar.
Como resultado, ocorre a secreção de outros hormônios, que fazem com que a glicose no sangue permaneça estável dentro do possível mesmo que não haja a ingestão de alimentos.
O hormônio do crescimento
Um desses hormônios é o hormônio do crescimento. Quando a insulina está muito alta, a secreção dele é mais baixa.
Estudos já apontaram que o organismo secreta muito mais hormônio do crescimento quando em jejum.
Saber isso é importante porque o hormônio do crescimento tem uma relação com maiores ganhos de massa muscular e com a preservação da massa muscular existente. Aliás, aprenda mais a respeito de como aumentar o seu hormônio do crescimento naturalmente.
Ao passar muitas horas com a insulina baixa e hormônio de crescimento alto, como ocorre no jejum, obtém-se um ambiente muito interessante para a construção muscular.
Enquanto isso, quando ocorre a refeição na janela aberta, após todas aquelas horas sem se alimentar, tem-se um bom momento para a reconstrução e o ganho de massa muscular.
Uma junção vantajosa
Há então a união entre o hormônio do crescimento alto do jejum, a grande secreção de insulina devido à glicose que a alimentação fornece e a quebra de peptídeos e que entram na corrente sanguínea.
A insulina ajuda todos os outros a entrarem no tecido muscular, favorecendo assim a hipertrofia dos músculos.
Logicamente, durante a janela de alimentação do jejum intermitente é crucial fazer refeições de qualidade.
Só é preciso tomar cuidado na hora de combinar os horários de jejum e treino para não se exercitar de barriga vazia. Isso pode fazer mal para algumas pessoas.
Para não correr o risco, pode ser uma boa ideia marcar os treinos para um horário dentro da janela aberta para alimentação do jejum intermitente. De modo que a refeição pré-treino e a refeição pós-treino possam ocorrer.
Converse com o seu nutricionista e com o educador físico que acompanha os seus treinamentos a respeito disso.
Cuidados com o jejum intermitente
Além da preocupação com a preservação de massa muscular, ao pensar em aderir ao jejum intermitente é preciso saber que ele não é para todos.
Algumas pessoas se dão super bem com o método e obtêm benefícios em termos alimentares, psicológicos, biológicos, fisiológicos, de bem-estar e disposição.
No entanto, outras simplesmente não conseguem se adaptar, não se dão bem com a dieta e ficam estressadas, ansiosas, irritadas e até com pressão baixa.
Isso sem contar que existem contraindicações associadas ao jejum intermitente. Por exemplo, ele é contraindicado para as grávidas, mulheres que amamentam, pessoas com histórico de distúrbio alimentar, que não dormem bem e que sofrem com estresse crônico.
O programa alimentar também não serve para quem está abaixo do peso, mulheres que sofrem com problemas de fertilidade e/ou estejam tentando engravidar e iniciantes no mundo da dieta e exercícios.
Todos devem tomar precauções
Para todas as outras pessoas, é essencial consultar o médico antes de iniciar a dieta para assegurar que não pode ser perigoso fazer o jejum intermitente.
Ainda que o médico libere o jejum intermitente, é fundamental que a dieta ocorra com o acompanhamento de um nutricionista. Ele vai ajudar a montar um cardápio que forneça os nutrientes e a energia necessários para o organismo funcionar direitinho mesmo em jejum.
Aliás, não perca o vídeo abaixo, em que a nossa nutricionista esclarece sobre o jejum intermitente e a perda de massa muscular:
Fontes e Referências Adicionais
- Harvard Health Publishing – Not so fast: Pros and cons of the newest diet trend
Fiz jejum intermitente durante 3 semanas e verifiquei perda de massa muscular emagreci 4 kg mas perdi rendimento nos meus treinos musculação por isso parei o jejum de vez
Bom dia
Sempre fiz musculação e com personal 5x por semana e era bem pesado ganhei massa muscular mas as gordurinhas localizadas continuavam ali.
Agora faço treino em jejum ganhei massa muscular e perdi 5 quilos de gordura consegui secar bastante durante o treino tomo chá verde com meia beterraba pequena após tomo um sheik de proteína