Chamadas de substâncias lipotrópicas por acelerarem o metabolismo das gorduras no organismo, os diversos tipos de injeção para emagrecer contém vários nutrientes, como vitaminas, minerais, peptídeos e outros agentes capazes de promover um aumento da produção de energia, melhorando a capacidade do corpo de queimar gordura.
As injeções para emagrecer prometem dar uma forcinha pra quem precisa perder aqueles quilos extras e já vem ganhando fama e adeptos no mundo todo. Quem está em uma dieta para perder peso e já pratica regularmente uma atividade física e assim mesmo ainda possui dificuldades em continuar emagrecendo também pode se beneficiar destas injeções.
Contudo é importante lembrar que esse é um procedimento médico e requer que seja feito por um profissional qualificado, visando garantir a sua segurança e a obtenção dos resultados desejados.
Inicialmente é importante mencionar que estas injeções não são milagrosas, mas sim aliadas de uma dieta saudável e de uma rotina regular de exercícios físicos. O seu uso isolado não terá, por si só, o efeito desejado, é extremamente necessário que haja uma consciência de que apenas a mudança de hábitos é capaz de promover uma real melhoria na sua composição corporal e em seu estado geral de saúde.
Os benefícios associados à uma injeção para emagrecer envolvem:
Existem uma série de substâncias utilizadas nessas injeções e vamos entender um pouco mais sobre cada uma, incluindo os seus benefícios e riscos.
Não existe uma única injeção para emagrecer que contenha todos os nutrientes e ingredientes que possam ser capazes de promover um emagrecimento rápido e saudável.
Existem diversas substâncias que podem ser utilizadas isoladas ou combinadas na injeção para potencializar os resultados. Vamos entender agora quais são eles e como funciona cada um:
Uma medicação injetável bastante conhecida para emagrecer é a HCG ou gonadotrofina coriônica humana, que é um hormônio naturalmente produzido pelo organismo feminino, mais especificamente pela placenta, durante a gravidez.
O efeito desse hormônio é estimular a mobilização de energia estocada no tecido gorduroso, para que possa ser utilizada no desenvolvimento do feto durante toda a gravidez.
Para suportar a nova demanda energética que o bebê cria, o organismo tenta buscá-la nos tecidos ricos em gordura, quebrando os triglicerídeos armazenados para disponibilizar ácidos graxos que serão oxidados e entrarão nos ciclos bioquímicos para produção de energia.
As injeções de HCG são sempre prescritas com uma dieta específica a ser seguida, chamada dieta HCG. Um estudo publicado no British Journal of Clinical Pharmacology, demonstrou que não existem evidências científicas de que o uso de HCG contribua para a perda de peso, nem que ele possa ser usado no tratamento da obesidade, que permita à redistribuição de gordura corporal ou ainda altere a sensação de fome.
Os resultados observados na prática clínica utilizando a injeção seriam decorrentes do seguimento da dieta e do efeito placebo induzido pela aplicação da substância.
Efeitos colaterais do uso de HCG reportados incluem dores de cabeça, coagulação sanguínea, cãibras nas pernas, afinamento capilar, constipação e mastalgia (dor mamária).
A utilização de HCG apenas pode ser feita com prescrição médica e seu uso é off label, ou seja, diferente das indicações aprovadas para um medicamento, e com expressa aceitação pelo paciente dos riscos inerentes à falta de informações científicas para essa finalidade.
Também conhecida como cobalamina, a vitamina B12 faz parte do grupo de vitaminas do complexo B que têm papel fundamental no metabolismo. Pode ser adquirida através do consumo de carnes, peixes e laticínios, existindo também na forma de suplemento alimentar.
Ela é coenzima de várias enzimas humanas, atuando no metabolismo de aminoácidos e ácidos nucleicos, na formação das células sanguíneas e na saúde do sistema nervoso central.
Assim, a disponibilização da vitamina B12 garante um bom funcionamento do metabolismo energético, fornecendo disposição e energia para as atividades físicas, melhorando o desempenho no exercício e no dia a dia.
A injeção contendo vitamina B12 já é utilizada no tratamento de certas anemias e nos casos de deficiência desse nutriente. Alguns especialistas afirmam que o desta vitamina B12 não produz quaisquer efeitos sobre a perda de peso e que não existem evidências científicas sólidas que suportem essa utilização como injeção para emagrecer.
Atenção: o uso de vitamina B12 pode interferir na eficácia de alguns medicamentos, por isso caso opte por iniciar o uso das injeções é importante consultar o seu médico.
A L-Carnintina é um suplemento termogênico muito consumido e centro de muitas polêmicas. Ela é um aminoácido sintetizado pelo organismo a partir de lisina. Ela atua na captação de ácidos graxos pela mitocôndria, onde ocorre a oxidação lipídica, processo no qual esse ácido graxo será usado como combustível para a produção de energia.
A injeção para emagrecer de L-carnitina garante os níveis da substância nos músculos, estimulando o consumo de ácidos graxos como fonte energética e ajudando na queima de gorduras.
Apesar do amplo uso via oral, alguns especialistas afirmam que o aminoácido não teria a ação alegada, pois o organismo já teria sua própria síntese endógena e maiores quantidades não aumentariam a sua ação. Além disso, a absorção a partir do intestino não seria tão eficiente, um problema que não existe no uso via parenteral (que se faz por outra via que não a digestiva), pois quando injetada, a disponibilidade da substância é de 100%.
O 5HTP ou 5-hidroxitriptofano, é um aminoácido com ação semelhante ao triptofano, que é essencial para os humanos. Ele atua como precursor na síntese de serotonina, aumentando os níveis desse neurotransmissor.
A serotonina é conhecida como hormônio da felicidade, levando a sensação de bem-estar, prazer, disposição, inibição do apetite compulsivo e estabilização do humor. Pessoas com quadro de depressão e ansiedade frequentemente têm baixos níveis de serotonina.
Uma observação importante é que o uso de 5-HTP em conjunto com antidepressivos pode causar a síndrome serotoninérgica, uma condição grave, que apresenta-se como mudança do status mental, anormalidades neuromusculares e hiperatividade autônoma. Assim, um médico deve sempre ser consultado antes de iniciar a utilização da substância.
O picolinato de cromo também é usado como suplemento alimentar, e é indicado para auxiliar o controle excessivo da vontade de comer doces. Isso porque o cromo atua no metabolismo da glicose, sendo fator fundamental na produção de insulina e aumentando seus níveis no sangue, o que promove uma melhor utilização da glicose sanguínea.
O consumo de alimentos ricos em açúcar é um dos principais vilões de quem deseja perder peso, assim o picolinato de cromo pode ser de grande ajuda para os “viciados” em doces.
O picolinato seria um adjuvante na absorção do cromo por via oral, assim a forma injetável não necessariamente precisa ser na forma de picolinato, existindo como alternativa versões de cloreto de cromo.
Segundo o Centro Médico da Universidade de Maryland, EUA, os efeitos colaterais da ingestão de picolinato de cromo são muito raros, porém níveis muito altos de cromo podem levar a danos ao fígado, rins e medula óssea, além de interferir em medicações para tratamento da diabetes, incluindo a insulina, e antiácidos, que contêm carbonato de cálcio.
O hormônio do crescimento, também conhecido como somatotrofina ou somatotropina e abreviado do inglês como GH (growth hormone), é um hormônio peptídico, ou seja, formado pela ligação de poucos aminoácidos, que atua no crescimento e recuperação dos tecidos.
É produzido pela hipófise anterior e encontra-se em níveis mais elevados durante a fase de crescimento e vai diminuindo com a idade. Ele também vem sendo usado como injeção para emagrecer.
O uso do hormônio é permitido no Brasil, apenas nos casos em que distúrbios e doenças levam à diminuição das concentrações circulantes do hormônio, para garantir o desenvolvimento adequado de crianças e adolescentes ou manutenção de níveis basais em adultos.
E seu uso como agente emagrecedor e construtor muscular ainda não está completamente esclarecido, com estudos divergentes e nenhuma posição definitiva. Por isso, um médico deve ser consultado sempre que houver a intenção de utilização do hormônio.
Os efeitos colaterais envolvem dores musculares, nas juntas e nos nervos, inchaço, formigamento, perda de sensibilidade na pele, aumento nos níveis de colesterol e desenvolvimento de outras doenças.
Tanto o Victoza como o Saxenda são medicamentos que têm como princípio ativo a liraglutida e a diferença está na dosagem deles, onde o Saxenda possui uma dose duas vezes maior que o Victoza.
A sua composição estimula a liberação de insulina pelo pâncreas proporcional aos níveis de glicose. Ambos os medicamentos também são utilizados para tratar a obesidade em não diabéticos, tendo em vista sua ação no mecanismo de saciedade e controle do peso corporal.
A ação da liraglutida se dá através de uma sensação de saciedade que é comunicada ao cérebro, reduzindo a fome. Além disso, a liraglutida é responsável por aumentar a secreção de insulina e normalizar os níveis de glicose no sangue, caso esteja elevado. Esse é o mecanismo responsável pelos resultados no controle do diabetes.
Saxenda é a quarta droga, desde 2012, aprovada pelo FDA para perda de peso. O seu uso é via injetável em doses diárias de 3 mg e é indicado apenas para pessoas com IMC igual ou maior que 30 kg/m2 (obesos), ou pessoas com IMC entre 27 kg/m2 e 30 kg/m2 (sobrepeso) com doenças associadas, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemia ou colesterol alto. Deve ser utilizado junto com uma dieta de baixa caloria e a prática de atividades físicas.
Os principais efeitos colaterais do medicamento são náusea, vômito, diarreia, constipação e hipoglicemia. Outros, mais sérios, incluem pancreatite, problemas renais, pensamentos suicidas e aumento da frequência cardíaca. O saxenda também não deve ser usado por pessoas com histórico familiar de câncer de tireoide.
Já os principais efeitos colaterais do Victoza são náusea, vômito, dor de cabeça, cãibras musculares e tontura. Outros, mais sérios, incluem pancreatite, problemas renais e de vesícula biliar, baixo teor de açúcar no sangue, depressão, aumento da frequência cardíaca e dor crônica.
Afinal devo usar injeção para emagrecer? Qual? Essa é uma resposta bastante complexa e deve ser discutida com seu médico, nutricionista e outros profissionais de saúde. Cada tipo de injeção atua de uma forma e todos os riscos e benefícios devem ser avaliados.
Os fatores que vão determinar se, e qual substância você pode tomar irão envolver:
Muitos dos lipotrópicos aqui citados estão disponíveis também como suplemento alimentar, apesar de a biodisponibilidade das formas injetáveis serem bem maiores, no entanto, talvez o custo benefício e o estresse da picada da agulha possam não valer a pena pra você.
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