Nos últimos meses, um novo método de beleza promete trazer enriquecimento de nutrientes e vitaminas no organismo: a soroterapia, também conhecido como “soro da beleza”. No entanto, especialistas fazem alerta para o novo queridinho das influencers.

As propostas do “soro da beleza” são muitas: o método promete ganho de massa muscular, emagrecimento, cabelos e unhas mais fortes e saudáveis, aumento de imunidade, tratamento de depressão, ansiedade e até cura da ressaca e melhora da memória.
O composto supostamente conta com uma mistura de zinco, ferro, complexo B, vitamina C, magnésio, selênio, resveratrol, Coenzima Q10, aminoácidos, entre outras substâncias.
No entanto, como qualquer receita “milagrosa”, a soroterapia também não cumpre tudo o que promete. Isso porque não existe nenhuma comprovação científica de que o soro realmente faça efeito para quem não tem deficiência de vitaminas.
Existem diversos tratamentos endovenosos para várias situações, especialmente pacientes internados em hospitais, ou com distúrbios graves de absorção e até mesmo quem não pode receber tratamento por via oral.
Se não for em uma dessas situações, a soroterapia não tem nenhum benefício comprovado. “Não faz sentido nenhum esse tipo de proposta. E os benefícios não são acompanhados de nenhuma base científica”, diz o endocrinologista Paulo Augusto Carvalho Miranda, ao G1.
Os riscos para quem faz soroterapia sem as indicações acima são muitos: pode ocorrer punção venosa feita desnecessariamente ou até processos infecciosos, alérgicos e intoxicações.
“É uma situação descabida. Não dá nem para imaginar. A gente não pode pensar nisso como um tratamento de saúde. É um ambiente único e exclusivo de comércio e de produtos para os quais as pessoas são convencidas de que terão algum benefício. Mas a ciência não demonstra nada disso”, analisa o especialista.
Atualmente, clínicas em todo o Brasil e no mundo oferecem o serviço, com ou sem prescrição médica. Os valores variam em torno de R$200 e R$1.000 por sessão. Mas, é sempre válido ressaltar a importância da indicação médica antes do início de qualquer tipo de suplementação.
Para a maioria das pessoas, apenas uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos já é o suficiente para prover todas as vitaminas necessárias.
Morte
No Brasil, já ocorreram casos de morte devido ao consumo inadequado de coquetel de vitaminas.
Em 2023, Elaine Ellen Ferreira Vasconcelos, 32 anos, que estava grávida de oito meses, não resistiu após procurar uma farmácia em Cuiabá, sem indicação médica, a fim de receber um “tratamento” para aumento de imunidade ao apresentar sintomas de gripe.
A suspeita é de choque anafilático devido ao uso de medicações endovenosas. O bebê também não resistiu.