Homem que nunca fumou desabafa sobre câncer de pulmão: “Confundiram com gripe”

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Mário de Souza, atualmente com 66 anos, teve sua vida sempre dedicada aos cuidados com a saúde. O analista de sistema, no entanto, foi surpreendido com o diagnóstico de câncer no pulmão – que teve os sintomas confundidos com uma gripe.

Até 2019, o morador de Itu, em São Paulo, era campeão de tênis amador e praticava regularmente natação e mergulho. Menos de três meses depois, no entanto, ele recebeu o prognóstico de que não viveria mais de seis semanas devido ao câncer que se desenvolvera silenciosamente em seu organismo.

Os primeiros sintomas foram notados naquele mesmo ano. “Não sentia falta de ar, nem nada parecido. Mas, aos poucos, comecei a sentir uma espécie de caroço na garganta, uma coceira e pigarro que não passavam. Logo depois, comecei a tossir de forma persistente”, recordou o paciente, em relato ao site Metrópoles.

Mário procurou atendimento médico para entender o que estava acontecendo, mas eles tranquilizavam e minimizavam os sintomas. “Eles diziam que era uma gripe, que eu deveria descansar”, contou.

Conforme os meses passaram, os sintomas não desapareceram. Após muita insistência de Mário, os médicos decidiram realizar exames de imagem no analista de sistemas. A tomografia, por sua vez, revelou uma mancha no pulmão e o homem foi encaminhado com urgência para um pneumologista.

Como se o diagnóstico já não fosse difícil, Mário recebeu uma notícia ainda mais delicada: o câncer havia atingido os dois pulmões, com metástase nos linfonodos. “Por isso dizem que o câncer de pulmão traz uma morte silenciosa. Eu sempre me cuidei, praticava esportes e não tinha histórico familiar de câncer. Como isso poderia estar acontecendo comigo?”, questionou.

O resultado da biópsia mostrou que ele tinha o câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC). Embora a doença seja muito associada ao tabagismo, cerca de 15% dos diagnósticos estão relacionados à genética do paciente, especialmente à mutação no gene RET, como era o caso de Mário – que nunca fumou um cigarro sequer.

Souza demorou a aceitar que a doença apresentasse tão poucos sinais e já estivesse em estágio quatro, o mais avançado. O homem estava apenas com uma tosse leve e sensação de pigarro. O tumor, no entanto, era tão grande eu não era possível realizar cirurgias ou fazer radioterapia em segurança.

Tratamento

Em janeiro de 2021, Mário começou a fazer sessões de quimioterapia e não interrompeu a rotina de atividades físicas. “Eu dirigia até São Paulo para o tratamento e, logo depois, ia jogar tênis. Não sentia sintomas fortes”, pontuou.

Em junho daquele ano, no entanto, os exames mostraram que a quimioterapia já não estava surtindo efeitos e o paciente passou para uma segunda linha de tratamento, ainda mais intensa, causando desgastes ao corpo. Em janeiro de 2022, estes medicamentos também deixaram de demonstrar resultados.

“Nessa época, os efeitos da quimioterapia e da doença comprometiam muito meu estilo de vida. Já não praticava esportes e me sentia sempre muito cansado. Essa quimio me debilitou muito. Fui internado diversas vezes com acúmulos de líquido no pulmão e também com infecções nos rins e no pâncreas”, comentou.

A previsão dada pelo médico indicada que Mário não passaria de agosto de 2023: “Estava tentando me preparar para a morte, então insisti para que meu médico me dissesse quanto tempo eu ainda tinha de vida. Ele estimou que eu não viveria mais do que seis meses”.

Enquanto Souza lidava com o prognóstico, o médico sugeriu uma última alternativa: que Mário participasse dos testes de um novo medicamento, o sepercatinibe. Estudos indicais ada farmacêutica Eli Lilly mostravam que o remédio funcionava bem com a mutação no gene RET.

Após conseguir contato com o fabricante e com a Anvisa, Mário foi colocado no estudo. O efeito foi imediato: “Foi surpreendente. Em um mês, minha vida já era outra”.

O tumor começou a apresentar sinais de estabilização e Mário começou a ver esperanças. “Comecei a viajar e fazer tudo o que sempre quis. Ir a Israel era um sonho que eu achei que nunca iria realizar. A primeira coisa que fiz, quando me senti um pouco melhor, foi ir para lá”, celebrou.

O tratamento não trouxe a cura total, mas Mário percebeu uma melhora na qualidade de vida. “Ainda tenho limitações, mas hoje posso aproveitar o tempo que me foi dado”, concluiu.

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