Keith Martin, um homem britânico de 44 anos de idade que já tinha sido considerado o homem mais gordo do mundo ao chegar a pesar 445 kg, faleceu em março de 2014 por conta de uma pneumonia, contraída em outubro de 2013 e que havia feito com que ele passasse quatro meses no hospital.
Há oito meses atrás, Martin havia se submetido a uma cirurgia de banda gástrica – como método de perda de peso – que removeu de ¾ seu estômago. Para poder se qualificar à operação, ele havia mudado a sua dieta para um consumo diário de 2 mil calorias e tinha perdido aproximadamente 158 kg.
Pouco antes de falecer, e depois de voltar para casa depois dos quatros meses internado por conta da pneumonia, ele tinha conseguido chegar aos 248 quilos e se sentia animado. “Me sinto ótimo por ter sobrevivido à cirurgia. Isso me dá a chance de fazer algumas das coisas que eu sempre quis como levantar e andar e levar meu cachorro Benji para passear. Esse é o fim de um capítulo e o começo de um novo. Para onde ele me levará eu não sei, mas será divertido descobrir”, disse.
Martin deixou duas irmãs, Sharon e Tina Martin, que cuidaram dele até a sua morte.
No documentário “70 Stone & Almost Dead”, que contou sua história e exibiu a sua cirurgia, transmitido no Canal 5 da Inglaterra, Martin relatou que perdeu sua mãe aos 16 anos de idade – também devido a uma pneumonia – e desde então lutava contra depressão e ansiedade. Ele começou a ganhar bastante peso aos 20 anos, quando o seu quadro de depressão já estava bem agravado.
Foto: Daily Mail
De acordo com o Telegraph, o britânico tinha ganhado todo esse peso devido ao hábito de consumir fast-food baratos excessivamente. Ele chegou a ter uma dieta diária de 20 mil calorias – 10 vezes mais que as 2 mil geralmente indicadas – que incluía seis ovos fritos no café da manhã, pizzas, Big Macs e comida chinesa encomendada no almoço e no jantar, além de tomar 3,5 litros de café e 2 litros de bebidas gaseificadas e fazer lanchinhos com chocolates, biscoitos e guloseimas.
Desempregado, o britânico passava a maior parte de seus dias jogando videogames e assistindo televisão. No documentário, ele chegou a admitir que comia para aliviar a dor que sentia: “Eu comia toda vez que algo me chateava. Eu sempre fui depressivo. Eu tenho agorafobia – medo de lugares públicos – mas nunca fui tratado. Eu só quero ser feliz, sem precisar de comida para ser feliz”, desabafou.
Kesava Mannur, o cirurgião que fez a operação da banda gástrica em Martin, explicou que como muitas pessoas, ele tinha problemas emocionais que tentava resolver por meio da comida. “Esse tipo de comportamento não é novo em nada. O que é novo é como é fácil para pessoas com esse tipo de problema conseguir comprar muita comida barata”, explicou.
O médico também fez um alerta quanto à necessidade das crianças serem estimuladas desde cedo a levarem um estilo de vida saudável. “Eles precisam aprender cedo sobre exercícios físicos e alimentação saudável. As pessoas precisam ter acesso a academias e espaços ao ar livre em que possam caminhar e brincar enquanto se sentem seguras. Será muito melhor para todo mundo a longo prazo”, completou.