A glicose é um açúcar simples utilizado como principal fonte para obtenção de energia pelo organismo humano. Ela está presente nos alimentos que contém carboidratos na forma de açúcares simples, como a frutose das frutas, ou complexos, como o amido da batata por exemplo.
Ao ingerir esses alimentos, a digestão se inicia na boca, através de uma enzima presente na saliva, chamada amilase salivar. Após engolir, essa digestão continua no estômago e intestino delgado através de outras enzimas.
A função das enzimas é quebrar os carboidratos até as suas unidades mais básicas, sendo a principal a glicose. A glicose então é absorvida no intestino e passa a circular na corrente sanguínea onde irá ser distribuída para todo o corpo.
A concentração de glicose no sangue é chamada de glicemia e quando ela sobe chamamos de hiperglicemia, quadro comum nos casos de diabetes, e quando ela cai é chamada de hipoglicemia.
A seguir, falaremos um pouco mais sobre o que é exatamente a hipoglicemia, quais são as suas causas, quais são os sintomas e outros sinais de que alguém está com hipoglicemia e o que fazer nesse momento.
O que é a hipoglicemia?
Níveis normais de glicemia em jejum estão abaixo de 100 mg/dL de sangue. Níveis acima de 100 até 126 mg/dL podem caracterizar um quadro de glicemia alterado, e já quando está acima de 126 mg/dL caracteriza um estado de diabetes.
Em jejum | Após 2 horas das refeições | Qualquer hora do dia | |
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Glicemia normal | Abaixo de 100 mg/dL | Abaixo de 140 mg/dL | Abaixo de 100 mg/dL |
Glicemia alterada | Entre 100 mg/dL a 126 mg/dL | Entre 140 mg/dL a 200 mg/dL | Não é possível definir |
Diabetes | Acima de 126 mg/dL | Acima de 200 mg/dL | Acima de 200 mg/dL com sintomas |
Por outro lado, valores abaixo de 70 mg/dL caracterizam um quadro de hipoglicemia.
Outros casos ainda podem ser considerados hipoglicemia mesmo acima de 70 mg/dL, principalmente quando os níveis de açúcar caem muito rapidamente.
Portanto, a hipoglicemia nada mais é que a queda dos níveis de glicose na corrente sanguínea a valores abaixo dos considerados normais.
Quais são os sintomas da hipoglicemia?
Quando uma pessoa entra em estado de hipoglicemia, alguns sinais e sintomas se manifestam e variam de acordo com o grau.
- Hipoglicemia leve: pode causar dor de cabeça, fome, enjoos e ânsia de vômito, tremor, irritabilidade, ansiedade, nervosismo, taquicardia, sonolência, fraqueza, fadiga, calafrio e o famoso “suor frio”;
- Hipoglicemia moderada: com um quadro um pouco mais severo de hipoglicemia, a pessoa pode passar a se sentir confusa (confusão mental), insegura, com medo, nervosa, com visão embaçada, ter delírios, dormência nos lábios e língua e dificuldade de locomoção;
- Hipoglicemia grave: quando os níveis de açúcar estão exageradamente baixos, pode ocorrer tontura, desmaio, até o coma e a morte.
O que causa a hipoglicemia?
Muitas causas podem levar ao quadro de hipoglicemia, sendo que a mais comum delas é como efeito colateral ao tratamento do diabetes, fazendo com que os diabéticos frequentemente tenham que lidar com o risco de hipoglicemia e também tenham que se manter atentos não só com a alta concentração de açúcar no sangue, mas também caso a glicemia caia muito.
Casos de hipoglicemia também podem ocorrer em exercícios físicos intensos, no consumo excessivo de álcool, como efeito adverso de alguns medicamentos, em doenças endócrinas e outras como hepatite, doença renal e alguns tipos de câncer.
Como estabilizar a glicemia
De forma geral, é ideal que você mantenha um acompanhamento médico adequado, fazendo exames preventivos para detectar qualquer alteração o quanto antes. Manter uma dieta saudável é outro ponto muito importante.
Porém, para os casos em que a hipoglicemia já está presente, algumas medidas podem ajudar na recuperação.
- Ingerir açúcar: se você faz tratamento para diabetes ou sofre frequentemente com a queda da glicemia, deve sempre ter por perto sachês de açúcar ou petiscos ricos em carboidratos, como mel, frutas, bebidas que contêm açúcar, etc. Caso a glicemia caia muito é só ingerir aproximadamente 15g de carboidratos de cada vez até que consiga estabilizar. O glicosimetro (medidor de glicose) é importante para monitorar os valores.
- Injeção de glucagon: o glucagon é um hormônio que atua aumentando os níveis de glicose no sangue, assim recomenda-se que pessoas diabéticas tenham sempre em casa uma injeção dessas para o caso de desmaios, quando não se deve tentar fazer a pessoa ingerir alimentos por estar inconsciente e ter grande risco de asfixia.
- Chamar a emergência: quando não conseguir fazer a glicemia voltar ao normal ou ocorrer desmaio, a providência imediata é chamar o atendimento de emergência para que a pessoa possa receber o tratamento adequado em um serviço de saúde.
Hipoglicemia no diabetes
As pessoas com diabetes utilizam muitos tipos de medicamentos para controlar a doença, que é causada por problemas na síntese e utilização da insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e permite a entrada da glicose nas células, diminuindo os níveis de açúcar no sangue.
Pessoas com diabetes tipo II ainda conseguem produzir algum nível de insulina e tomam medicamentos para estimular a secreção deste hormônio ou ainda melhorar a sensibilidade das células à insulina. Já aqueles com diabetes tipo I não conseguem produzir insulina e devem utilizar o próprio hormônio sintético, disponível em várias versões na forma injetável.
A hipoglicemia é mais comum naquelas pessoas que fazem uso de insulina, pois um desbalanceamento entre a quantidade de insulina injetada e a quantidade de carboidratos ingerida pode levar a um excesso do hormônio e consequentemente à hipoglicemia.
Evitando a hipoglicemia no diabetes
Para os portadores de diabetes, a melhor forma de evitar a hipoglicemia é checando frequentemente a glicemia com um glicosimetro, e ajustando a dose de insulina, horários e quantidade de carboidratos ingerida. A dieta é fundamental.
Métodos interessantes para conseguir manter equilibrados os níveis de açúcar no sangue são, por exemplo, uma dieta que determina a quantidade de insulina injetada de acordo com a quantidade de carboidratos ingerida, chamada contagem de carboidratos, evitando assim, tanto a hipoglicemia quanto a hiperglicemia.
Existem também bombas de infusão de insulina, que administram doses adequadas deste hormônio nos horários corretos, facilitando a vida do diabético e otimizando o tratamento.
Além disso, também é possível fazer alterações do tipo de insulina utilizada em determinados horários, para se ajustar às suas necessidades individuais, aproveitando-se do fato de que algumas têm liberação mais rápida, outras mais lenta.
Hipoglicemia e exercícios físicos
Durante as refeições os carboidratos são digeridos e absorvidos, elevando a concentração de glicose no sangue. A glicose excedente, ou seja, aquela que não é utilizada pelo organismo, é armazenada nos músculos e fígado sob a forma de glicogênio.
Durante o exercício, o organismo precisa utilizar as fontes energéticas disponíveis para conseguir o desempenho muscular exigido. A primeira e mais facilmente obtida é a glicose.
Uma vez que a glicose circulante no sangue vai se reduzindo, o glicogênio armazenado vai sendo degradado em glicose, para geração de energia, até seus níveis ficarem muito baixos, o que é conhecido como hipoglicemia.
Isso normalmente ocorre quando o exercício é muito intenso, prolongado ou se a pessoa não tem o condicionamento físico ideal para o nível de atividade que está praticando.
Evitando a hipoglicemia nos exercícios físicos
Para não apresentar quadros de hipoglicemia durante ou após o exercício alguns cuidados devem ser tomados, como sempre fazer uma refeição leve mas nutritiva, antes e após a atividade física.
Mesmo depois de algumas horas, se a atividade foi bastante intensa, seu metabolismo continua acelerado e seu corpo trabalhará para repor os estoques de glicogênio, por isso as refeições seguintes ao treinos devem ser adequadas para repor os estoques de glicose.
- Antes dos treinos: Antes do treino preferencialmente deve-se consumir carboidratos de baixo índice glicêmico, que ajudarão a manter a disponibilidade de glicose no sangue por mais tempo.
- Após os treinos: Após o treinamento, o mais indicado é um carboidrato de alto índice glicêmico, para ajudar a repor rapidamente a glicose utilizada.
Para os diabéticos, as refeições antes e após a prática de atividades físicas são ainda mais importantes, por isso o acompanhamento de um nutricionista é fundamental.
Também não é aconselhável consumir álcool próximo das seções de treinamento.
Hipoglicemia e álcool
O álcool interfere com a atividade de várias enzimas hepáticas, incluindo as envolvidas no metabolismo dos carboidratos. O fígado é a central metabólica do nosso organismo e ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue convertendo o glicogênio armazenado no órgão, em glicose.
Uma vez que o álcool pode reduzir ou impedir essa ação do fígado, eleva-se o risco de hipoglicemia, especialmente com o consumo excessivo de álcool. Esse efeito é prolongado, uma vez que leva certo tempo para o álcool ser metabolizado e eliminado do organismo, bem como o fígado se recuperar dos seus efeitos.
Evitando a hipoglicemia pelo consumo de álcool
Para diabéticos a ingestão de álcool deve ser evitada, pois seu risco de hipoglicemia é elevado. Para pessoas não diabéticas o ideal é consumir bebidas alcoólicas moderadamente e sempre ingerir bastante água, além de se alimentar adequadamente ao ingerir álcool.
Outras causas de hipoglicemia
A hipoglicemia pode ainda ter outras causas que devem ser sempre investigadas pelo médico.
Pode, por exemplo, ocorrer em pessoas que se submeteram a cirurgias bariátricas, por ter a absorção de nutrientes bastante reduzida. Em portadores de distúrbios endócrinos, afetando os níveis de hormônios que participam do metabolismo de carboidratos como cortisol, glucagon, hormônio do crescimento e adrenalina.
Portadores de tumores capazes de produzir insulina ou um hormônio similar chamado IGF-II também estão propensos a quadros hipoglicêmicos. Quadros de doenças crônicas cardíacas, renais e hepáticas, além de consumo de determinados medicamentos como quinina (tratamento de malária), alguns antibióticos e salicilatos, podem também causar quadros de hipoglicemia.
Hipoglicemia não percebida
Algumas pessoas podem ter hipoglicemia e nem perceberem que entraram nesse estado, pois o organismo não dá os sinais característicos. Isso frequentemente acontece com pessoas que:
- Possuem diabetes há muitos anos (mais de 5 anos);
- Mantém um controle rígido da glicemia através do uso de insulina;
- Apresentam hipoglicemia frequentemente, até que os sintomas param de se manifestar;
- Estão muito cansadas;
- Consumiram muita bebida alcoólica;
- Fazem uso de determinados medicamentos para pressão e diabetes.
O risco nesses casos é quando a pessoa perceber que está com hipoglicemia já apresentar sintomas mais graves.
Meu filho é diabético tipo 1insulino dependente, não sei mas o que fazer.você dando crise de hipoglicemia, ontem mesmo foram 3crises ,chegando a 18. Parece um morto tenho que correr com ele para o hospital.não sei o que dar a ele pois não consegue engoli nada.quase arrancou meus dedos quando tentei passar açúcar mas bochechas dele fica todo tremendo dando convulsão, sou pobre não tenho carro é um sufoco até encontrar alguém para socorrer principalmente a noite aff não sei mas oque fazer. tem 11anos que ele tem diabetes e de 1ano e meio para va so você dando crises minha vida parou não trabalho,não durmo a noite.é SÓ preocupação.
Já tive hipoglicemia com dormência na face e mãos após correr durante 3h em treinamento para maratona. Após pequenos ajustes na minha alimentação e suplementação durante os treinos o problema foi resolvido e hoje participo de treinos/corridas longas sem nenhuma alteração.
Sou diabética a 7 anos e já tive vários ataques severos de hipoglicemia. Em um deles cheguei a a ter paralisia do lado esquerdo do corpo e fui parar no hospital, quando a glicemia se normalizou voltou ao normal.