A herniorrafia é uma das cirurgias mais comuns em hospitais, uma vez que uma hérnia é um problema de saúde que pode atingir pessoas de todas as idades.
Além disso, a hérnia pode surgir em diferentes locais do corpo e causar sintomas bastante distintos, embora a região mais comum seja no abdômen e na região próxima à virilha.
Assim, no artigo a seguir vamos conhecer melhor essa cirurgia, além de entender o que é uma hérnia e quais as suas causas.
Veja também: Hérnia abdominal: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento
O que é herniorrafia?
A herniorrafia é um procedimento cirúrgico usado para tratar uma hérnia, e é uma das cirurgias mais comuns em todo o mundo.
Já a hérnia, por sua vez, é uma protuberância de tecido ou órgão que “sai” por alguma região mais fraca da camada protetora. Ou seja, no caso de uma hérnia abdominal, que é a mais comum, a camada protetora enfraquecida é justamente a parede abdominal.
Assim, na herniorrafia o cirurgião irá colocar esse tecido ou órgão herniado de volta em seu lugar, e reparar e reforçar a parede abdominal, ou outra camada protetora.
Tipos de herniorrafia
Existem dois tipos principais de herniorrafia, e a escolha entre um método cirúrgico e outro vai depender da gravidade do caso e das características específicas da pessoa.
- Herniorrafia aberta: Nesse tipo de cirurgia o médico faz uma incisão, ou corte, na área da hérnia e empurra o tecido ou órgão de volta para dentro do corpo. Em seguida, ele irá realizar a reconstrução da parede muscular, seja com suturas ou com o uso de uma malha de suporte.
- Herniorrafia laparoscópica: Aqui o cirurgião faz vários pequenos cortes ao redor da hérnia, e por eles insere uma câmera e os instrumentos cirúrgicos para realizar o procedimento.
Mas, apesar das diferenças, as duas técnicas são eficazes para tratar hérnias.
Como surge uma hérnia?
Como dito mais acima, uma hérnia é a saída de um tecido ou órgão interno por um local mais enfraquecido de uma camada muscular ou protetora.
Esse enfraquecimento pode ocorrer por diferentes fatores, como um acidente, levantar peso ou algum esforço físico exagerado, ou mesmo por alguma questão genética da própria pessoa.
Alguns exemplos são:
- Hérnia inguinal: um dos tipos mais comuns de hérnia, que surge a partir do enfraquecimento da parede abdominal, próxima à região da virilha.
- Hérnia umbilical: que ocorre na região do umbigo, uma vez que o cordão umbilical passa por uma pequena abertura no músculo abdominal do bebê. Assim, essa hérnia ocorre quando essa abertura se alarga.
- Hérnia incisional, um tipo que ocorre no local de uma cirurgia prévia, quando a incisão cirúrgica causa o enfraquecimento da parede abdominal.
- Hérnia epigástrica: muito parecida com a hérnia umbilical, mas que surge acima do umbigo.
- Hérnia de hiato, que ocorre quando a abertura do diafragma, músculo que divide o abdômen do tórax, se alarga e permite a passagem de parte do estômago.
Essas hérnias descritas acima são as mais comuns, e existem ainda outros tipos, que podem se desenvolver em diversas partes do corpo.
Sintomas da hérnia
Como se trata de um problema que pode ocorrer em praticamente qualquer parte do corpo, a hérnia pode causar sintomas variados.
Mas, como as hérnias abdominais são as mais comuns, iremos focar neste tipo. Assim, podemos citar os seguintes sintomas:
- Aparecimento de um caroço ou protuberância no local afetado, que pode aumentar de tamanho quando se realiza algum esforço físico
- Inchaço ao redor da hérnia
- Dor no local afetado
- Náuseas e vômitos, em casos mais graves
- Dificuldade de locomoção, quando a hérnia causa dor ou possui um tamanho maior
Além disso, quando há o estrangulamento da hérnia, ou seja, quando o tecido ou órgão que saiu pela parede abdominal tem a circulação sanguínea bloqueada, pode ocorrer um quadro doloroso intenso, com a necessidade de atendimento médico emergencial.
Como é a recuperação de uma herniorrafia?
De forma geral, a herniorrafia é uma cirurgia simples e com uma recuperação bastante tranquila. No entanto, isso vai depender de alguns fatores, como o tamanho da hérnia, a gravidade do caso e, principalmente, do tipo de cirurgia realizada.
1. Cirurgia aberta
Quando é necessário realizar uma cirurgia aberta, a recuperação normalmente é mais longa e dolorosa, uma vez que o corte cirúrgico é maior.
Além disso, por ser um corte relativamente grande, existe o risco de desenvolvimento de uma futura hérnia incisional, caso a recuperação não seja adequada.
2. Cirurgia laparoscópica
Já a cirurgia por via laparoscópica, como os cortes são menores, com cerca de 2 a 4 centímetros, a recuperação tende a ser mais tranquila.
Dicas e cuidados
Toda cirurgia requer algumas precauções, de forma a garantir a melhor recuperação possível. Por isso, separamos algumas dicas para acelerar esse processo:
- Evitar fazer esforço físico
- Se alimentar bem, dando preferência a comidas leves e naturais
- Evitar alimentos processados e gordurosos
- Manter uma boa hidratação
- Limpar a incisão cirúrgica de acordo com as instruções do seu médico, e retornar, se preciso, para retirar os pontos
- Evitar pegar sol na incisão cirúrgica
- Uso de medicamentos conforme a prescrição médica, caso seja necessário
Além disso, existem alguns sinais de alerta, que podem indicar alguma infecção no local da cirurgia. São eles:
- Febre, com ou sem calafrios
- Aumento da dor no local da cirurgia
- Vermelhidão ao redor do corte
- Mudanças no funcionamento do intestino.
Assim, caso apresente algum desses sintomas, o ideal é entrar em contato com seu médico, ou ir a algum serviço de emergência.
Veja também: 9 dicas para recuperar mais rápido da cirurgia
Fontes e referências adicionais
- Orientações da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) para o manejo das hérnias inguinocrurais em adultos, Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
- Epidemiologia da hérnia inguinal na população brasileira, Journal of Coloproctology
Fontes e referências adicionais
- Orientações da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) para o manejo das hérnias inguinocrurais em adultos, Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
- Epidemiologia da hérnia inguinal na população brasileira, Journal of Coloproctology