Ao descobrir que está esperando um neném, uma mulher certamente vê diversos questionamentos pipocarem em sua mente.
Será que dou conta? Vai ser menino ou menina? Vai se parecer comigo ou com o pai? Que nome vamos dar ao bebê? Como será a decoração do quarto? Até quando vou poder trabalhar? Quando eu começo a comprar as roupinhas? Serei uma mãe mais brava ou mais boazinha? Quais mudanças eu preciso fazer na casa?
Esses são apenas alguns dos exemplos das dúvidas que podem aparecer. E, embora esses questionamentos possam variar de mulher para mulher, a gente aposta que a maioria das futuras mamães se pergunta quais alimentos pode consumir durante a gestação e quais deve deixar de lado em prol da sua saúde e do bom desenvolvimento do seu neném.
Para a gestante que gosta de mel, pode ficar a pergunta: será que faz mal comer mel na gravidez?
A grávida pode tomar mel?
Antes de tudo, precisamos lembrar que é fundamental que a gestante conte com o acompanhamento do médico e do nutricionista desde o momento em que descobre que está esperando um neném, não apenas para saber se faz mal comer mel na gravidez, mas para estar ciente de tudo o que pode e não pode consumir e fazer ao longo dos nove meses.
Cada gestação tem as suas particularidades e exige os seus próprios cuidados, portanto é realmente essencial que haja o acompanhamento individualizado com esses profissionais, voltado para as necessidades específicas de cada mulher e bebê.
Dito isso, é importante saber que o mel é um alimento considerado benéfico para a saúde, muito por causa de suas propriedades antibacterianas e antioxidantes, de acordo com o que informou o Livestrong. Segundo o Healthline, ele possui traços de enzimas, aminoácidos, minerais e antioxidantes, além de quantidades modestas de vitaminas do complexo B e vitamina C.
Entretanto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) dos Estados Unidos alerta que crianças com menos de um ano de idade não devem consumir o mel.
Isso porque algumas amostras de mel podem conter esporos do botulismo que são bem difíceis de matar e, dentro de um sistema digestivo não maduro como o desses pequenos, podem desenvolver a bactéria que produz a toxina do botulismo, que é a causadora do botulismo infantil, uma doença que pode ser fatal informou o Livestrong.
Conforme a publicação, o risco maior é para os bebês entre dois a quatro meses de idade, embora os mais novos também possam ser afetados.
Ao apresentar sintomas como fraqueza, choro fraco, comer mal, prisão de ventre, letargia, irritação, dificuldade para respirar e convulsões, se tiver comido mel recentemente, a criança deve ser levada emergencialmente ao médico, que deve ser avisado que o pequeno consumiu o alimento.
Isso significa que faz mal comer mel na gravidez?
De acordo com o pessoal do Livestrong, não. Segundo a publicação, a grávida pode tomar mel porque os intestinos de um adulto são mais ácidos do que o de um neném e contém bactérias do bem para prevenir que os esporos formem a bactéria que provoca o botulismo.
Já para o site Healthline, a possibilidade do mel conter a bactéria causadora do botulismo e outras toxinas que podem ser perigosas para a gestante já é suficiente para que ela evite o alimento ao longo de sua gravidez.
“É mais provável haver uma flora (intestinal) protetiva no intestino de um adulto, que vai prevenir o crescimento dos esporos, prevenindo a formação do botulismo. Uma flora mais protetiva também significa menos espaço para a bactéria crescer”, informou a enfermeira Chaunie Brusie.
Segundo ela, na maioria das vezes o botulismo não consegue crescer dentro de um trato digestivo saudável.
“Enquanto é verdade que o sistema imunológico de uma mulher pode ser diminuído durante a gravidez, em gestações normais e saudáveis, não existem mudanças na flora intestinal que gerariam um aumento no risco de botulismo”, disse Brusie.
Ela também mencionou um estudo de 2010 que apareceu na publicação Canadian Family Physician (Médico de Família Canadense, tradução livre) e indicou que a toxina botulínica é muito provavelmente bem pesada para passar pela placenta e atingir o feto.
Brusie destacou ainda que como o botulismo é bastante raro na gestação, é difícil para os médicos estudarem com eficácia os efeitos da bactéria na gestante e no bebê.
Por outro lado
As gestantes que sofrem com problemas gastrointestinais ou digestivos como a doença de Chron e doença inflamatória intestinal precisam ter mais cautela em relação ao mel e consultar o médico se quando grávida pode tomar mel, alertou Chaunie Brusie.
De acordo com Brusie, essas doenças que prejudicam o funcionamento normal da flora ou do trato digestivo, seja por um distúrbio imunológico ou intestinal, podem afetar os riscos de uma grávida ter o botulismo.
“Você também deve querer consultar o seu médico se você come muito mel como parte da sua dieta habitual, usou antibióticos recentemente ou vai precisar de tratamento com antibióticos no futuro próximo. Os antibióticos podem impactar a flora normal no intestino, tornando-a mais suscetível a todos os tipos de infecções”, aconselhou a enfermeira.
Ela também alertou que gestantes, especialmente aquelas que tentam controlar o peso na gestação, são aconselhadas pelo médico a evitar o açúcar em excesso ou podem ter problemas como a diabetes gestacional, e o mel é composto principalmente de açúcar.
Além disso, alguns médicos recomendam que as gestantes evitem o mel não pasteurizado para diminuir os riscos de exposição aos esporos do botulismo, destacou o Livestrong.
Por outro lado, há quem acredite que a pasteurização não mata todos os esporos do botulismo no mel, ao mesmo tempo em que danifica as enzimas e outras substâncias benéficas do alimento, diminuindo os seus benefícios.
Com essa divergência de opiniões em relação ao consumo do mel na gravidez, se você está gestante, o melhor mesmo é que converse com o seu médico de confiança para saber se a grávida pode tomar mel com segurança e peça que ele indique qual a melhor forma de consumi-lo para uma mulher que está esperando um neném.
Lembre-se que este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir as opiniões e as recomendações profissionais de um médico.
Não sabia que havia esta possibilidade. os médicos devem de alertar a grávida para este problema.