Grávida pode tomar Dorflex?

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O dorflex é um dos medicamentos mais usados pelos brasileiros, principalmente por ele ser vendido sem a necessidade de receita médica, mas será que grávida pode tomar esse remédio?

Essa dúvida se deve ao fato de a gravidez ser um período bastante complexo, uma vez que durante a gestação as mulheres precisam de uma atenção maior à saúde. E isso inclui tanto algumas restrições alimentares, quanto o uso de medicamentos.

Por isso, a seguir vamos conhecer um pouco melhor o dorflex, seus efeitos colaterais e riscos associados ao uso, e descobrir de uma vez por todas se ele pode ou não ser usado por grávidas.

Medicamentos e gravidez

mulher gravida

Muitos medicamentos, em especial os mais novos, não foram testados em mulheres grávidas, e por isso não existem informações sobre o uso nessa população. Por este motivo, esses medicamentos não são indicados para gestantes, e só devem ser usados após a avaliação de um médico.

Mas existem outros medicamentos, que já foram usados por gestantes, e que possuem dados que digam se são seguros ou não. Nesses casos, existe uma classificação feita pelo FDA (Food and Drug Administration, órgão responsável por avaliar os medicamentos nos Estados Unidos), com letras, que informam sobre os riscos. 

São elas:

  • Risco A: Os estudos não mostram riscos para gestantes;
  • Risco B: Apesar de não existirem estudos com mulheres grávidas, os testes com animais não demonstraram riscos para os fetos;
  • Risco C: Não há estudos com mulheres grávidas e os estudos com animais mostram risco de problemas para o feto;
  • Risco D: Há evidências de que o uso do medicamento pode causar problemas no bebê, e ele só pode ser usado se o benefício for maior do que o risco, como nos casos de doenças graves;
  • Risco X: Os estudos mostram que o medicamento pode causar má formação fetal ou aborto. Nesse caso, os riscos são maiores que os benefícios.

O que é dorflex?

O dorflex é um medicamento composto por:

Ele é indicado para o tratamento de alguns tipos de dores, como:

  • Dor muscular, principalmente pela presença da orfenadrina, um medicamento que possui ação analgésica e relaxante muscular;
  • Dores de cabeça, pela combinação dos três componentes.

Grávida pode tomar Dorflex?

De acordo com a bula do medicamento, o uso de dorflex durante a gravidez pode prejudicar o bebê, embora as recomendações variem de acordo com o tempo de gestação:

  • Primeiro trimestre: Contraindicado, devido ao risco de afetar o desenvolvimento do bebê;
  • Segundo trimestre: Só pode ser usado com indicação de um médico;
  • Terceiro trimestre: Contraindicado, uma vez que pode causar o fechamento de uma estrutura chamada Canal Arterial, o que gera problemas no coração do bebê.

Por isso, caso precise de algum medicamento para aliviar dores durante a gravidez, o ideal é consultar um médico para saber quais são os medicamentos indicados.

E durante a amamentação, pode usar dorflex?

O dorflex não deve ser utilizado por mulheres que estejam amamentando, pois os componentes do medicamento são excretados no leite materno. Além disso, a eliminação total do medicamento do corpo pode levar dois dias.

Assim, mulheres que usaram o medicamento devem esperar 48 horas para amamentar, para evitar o risco de intoxicação dos bebês.

Outras contraindicações do dorflex

Segundo informações da bula, disponibilizada pela Anvisa, além da gestação e da amamentação, os outros casos para os quais o medicamento é contraindicado incluem:

  • Alergia ou intolerância a qualquer um dos componentes da formulação;
  • Alergia a medicamentos semelhantes à dipirona, como paracetamol, ibuprofeno e aspirina;
  • Glaucoma, ou aumento da pressão intraocular;
  • Problemas gástricos como obstrução pilórica ou duodenal, que é o estreitamento da passagem do conteúdo no estômago e intestino;
  • Problemas motores no esôfago, chamado de megaesôfago;
  • Úlcera péptica estenosante, que causa um estreitamento anormal do órgão;
  • Aumento da próstata;
  • Obstrução do colo da bexiga;
  • Miastenia grave, uma doença neuromuscular que causa fraqueza.

Mas, devido aos riscos relacionados ao uso do dorflex, é importante consultar um médico caso você sofra de alguma doença crônica, tanto para saber sobre as contraindicações, quanto pelo risco de interações medicamentosas.

Possíveis efeitos colaterais de Dorflex

Ao lado dos riscos que o medicamento pode trazer a uma gestação, a bula de Dorflex traz algumas outras reações adversas associadas a ele:

  • Alguns problemas cardíacos;
  • Diminuição da quantidade de algumas células do sangue, como, agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia e pancitopenia;
  • Queda de pressão sanguínea;
  • Distúrbios renais e urinários;
  • Agitação, em pessoas mais sensíveis à cafeína;
  • Tontura;
  • Sonolência, pela ação relaxante muscular.

Entretanto, além desses efeitos citados, outros efeitos mais raros podem ocorrer, principalmente em pessoas que possuem doenças crônicas ou que estejam realizando algum outro tratamento medicamentoso.

Por isso, evite ao máximo a automedicação, e sempre que sentir algum sintoma, como dores, que não melhorem com o tempo, procure atendimento médico.

Gravidez e dores

A gravidez pode trazer consigo uma série de sintomas e pequenos incômodos, e muitas vezes as futuras mamães precisam de medicamentos para aliviar esses incômodos.

Os mais comuns são:

  • Azia e outros desconfortos gástricos;
  • Enjoos, que normalmente melhoram após os três primeiros meses;
  • Dores na coluna, principalmente na região lombar;
  • Dificuldades para dormir ou sonolência excessiva, dependendo do organismo da mulher.

Mas, apesar de serem sintomas comuns, mais uma vez é bom ressaltar que é de extrema importância procurar orientação médica antes de usar algum medicamento, pois ele pode fazer mal tanto à mãe quanto ao bebê.

Fontes e referências adicionais

Você imaginava que grávida poderia tomar Dorflex ou sabia que era perigoso? Tomou esse remédio durante sua gestação? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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