Veja se uma mulher grávida pode comer abacaxi ou se essa fruta faz mal por algum motivo e deve ser evitada na dieta de uma gestante.
Existem diversas maneiras saudáveis e saborosas de aproveitar o abacaxi: além de consumir a fruta in natura, podemos comê-la picadinha com iogurte, aveia, granola, mel ou outras frutas e preparar receitas como suco com abacaxi, saladas, vitaminas e bolos integrais com a fruta, por exemplo.
Sem contar o fato do alimento ser gostoso, um belo motivo para incluir esses lanchinhos e acompanhamentos com abacaxi nas nossas refeições é o fato dele fornecer nutrientes importantes para o nosso organismo como carboidratos, fibras, cálcio, ferro, magnésio, manganês, potássio, vitamina A, vitamina B1, vitamina B2, vitamina B5, vitamina B6, vitamina B9 (ácido fólico/folato), vitamina C e antioxidantes. É por conta disso tudo que existem vários benefícios do abacaxi para a saúde e boa forma.
Mas será que são todas as pessoas que podem apreciar a fruta à vontade, mesmo em receitas saudáveis? Ou algumas precisam tomar cuidado com o alimento? Você já ouviu falar que o abacaxi faz mal para a gestantes, por exemplo?
Será que a grávida pode comer abacaxi?
Se a fruta tem tudo aquilo de nutriente que vimos ali em cima, então ela pode ser muito boa para uma gestante, não é mesmo? Afinal, a grávida e o neném em desenvolvimento precisam de nutrientes para que corra tudo bem ao longo dos nove meses.
Pois é, mas você sabia que há quem diga que comer o abacaxi durante a gestação pode provocar o aborto? Mas será que esse temor tem algum tipo de fundamento?
A ideia de que o abacaxi pode provocar o aborto está baseada na presença de uma substância conhecida pelo nome de bromelaína na composição do alimento.
Segundo a autora do livro What to Eat When You’re Pregnant (O que Comer Quando Você Está Grávida, tradução livre), Rana Conway, a lógica por trás desse mito é que como a bromelaína decompõe proteínas e o neném recém concebido é constituído de proteínas, consumir a substância pode causar sangramento e aborto.
Entretanto, ainda que as cápsulas ou comprimidos de bromelaína possam aumentar os riscos de aborto, é muito improvável que a ingestão de uma quantidade razoável de abacaxi fresco resulte na perda do bebê.
No mesmo sentido, especialistas explicam que muito pouco da substância – que é classificada como uma enzima – está presente na polpa da fruta, que é a parte do alimento que a gente consome. Por isso, não é provável que a bromelaína presente em uma única porção de abacaxi faça com que o abacaxi se torne um dos alimentos perigosos na gestação.
De qualquer forma, antes de adicionar qualquer alimento à dieta, a gestante deve sempre conversar com o seu médico.
Quantidade recomendada
Se a grávida pode comer abacaxi, precisamos também lembrar que o consumo da fruta precisa estar associado a uma alimentação equilibrada – que contemple outros grupos alimentares e nutrientes necessários para uma gravidez – e acontecer em uma quantidade apropriada, sem exageros.
Segundo informações da Associação Americana da Gravidez, o consumo recomendado é de duas a quatro porções de frutas diariamente ao longo da gestação.
De maneira geral, uma porção de fruta corresponde a um pedaço médio de uma fruta inteira – aproximadamente do tamanho de uma bola de tênis – ou a uma xícara de fruta cortada.
Vale destacar que é importante que o consumo diário de frutas na gestação não seja composto por uma única fruta, mas sim por uma variedade delas para que a alimentação seja mais completa e equilibrada.
Em outras palavras, é preferível que cada porção de fruta na dieta corresponda a uma variedade diferente do alimento para que a dieta seja mais completa. Converse com o seu nutricionista e peça a ajuda dele para montar um cardápio diário com frutas variadas e benéficas para a sua gravidez.
Outras recomendações e cuidados sobre o consumo de abacaxi na gravidez
Sempre que for possível, é aconselhável que a gestante compre abacaxis e outras frutas na versão orgânica – entenda o que são alimentos orgânicos, que não tenham sido tratados com pesticidas sintéticos e fertilizantes.
Antes de comer qualquer fruta, o que inclui o abacaxi, a gestante deve lavar bem e por completo o alimento (mesmo se ela já tenha sido pré-lavada) para evitar a contaminação por alguma substância perigosa como bactérias ou resíduos químicos, já que um feto em desenvolvimento pode ser particularmente sensível a eles.
Para diminuir os riscos de contaminação por pesticidas e bactérias nos abacaxis e em outras frutas, valem as seguintes orientações: remover áreas machucadas da fruta onde a bactéria pode se esconder, evitar as frutas pré-cortadas ou comê-las imediatamente depois que elas forem cortadas e armazená-las na geladeira longe das carnes cruas.
Além disso, é importante não consumir quantidades exageradas de abacaxi porque isso pode provocar efeitos desconfortáveis. É necessário tomar cuidado especialmente se a grávida já tiver um estômago sensível.
Isso porque os ácidos da fruta podem dar azia ou refluxo e para evitar sofrer com esses problemas, o ideal é consumir o alimento com moderação.
Para as gestantes que não têm o costume de comer abacaxi, é importante que fiquem atentas para ver se a fruta não provoca alergia ao ser consumida. Os sintomas alérgicos podem incluir coceira ou inchaço na boca, reações na pele, asma, nariz escorrendo ou congestão nasal e costumam aparecer minutos após a ingestão do alimento.
Caso experimente algum desses sinais ou outros sintomas de reação alérgica ao consumir o abacaxi, é fundamental que a futura mamãe procure imediatamente o auxílio médico.
Além de saber se a grávida pode comer abacaxi
É fundamental que a futura mamãe tenha o acompanhamento do médico e do nutricionista desde o momento em que descobre que está esperando um neném para saber todos os cuidados que precisa tomar, o que inclui como a alimentação precisa ser a partir de então.
Isso é essencial para assegurar que a mulher esteja ciente do que necessita comer e o que deve evitar para que ela e o seu neném recebam os nutrientes que necessitam em quantidades apropriadas, de modo que o bebê se desenvolva dentro dos conformes e a saúde da futura mamãe seja preservada.
Durante essa conversa com o médico e o nutricionista, ela precisa descobrir qual a quantidade de cada nutriente que deve ingerir por dia – as necessidades nutricionais mudam durante a gestação – e aprender com quais alimentos consegue atingir esses valores.
Já o uso de suplementos deve ocorrer somente com a autorização e o acompanhamento dos profissionais para garantir que a quantidade de nutrientes a ser ingerida realmente esteja no conforme. Assim como as faltas, os excessos de nutrientes também podem fazer mal.
Esse acompanhamento individualizado do médico e do nutricionista torna-se ainda mais importante quando lembramos que cada gestação apresenta as suas particularidades, podendo haver diferentes riscos e necessidades para cada mulher e neném.
Lembre-se de que este artigo serve unicamente para informar e jamais pode substituir a opinião e as recomendações do médico e do nutricionista.