Uma pesquisa norte-americana descobriu que a diabetes pode estar associada a um desenvolvimento rápido de batérias superresistentes a antibióticos.
A pesquisa foi publicada na revista científica Science Advances e utilizou camundongos para chegar aos resultados. O foco dos observadores foi a Staphylococcus aureus, um patógeno que causa infecções recorrentes, especialmente em pessoas com diabetes, e pode ser fatal ao entrar na corrente sanguínea.
Primeiramente, as cientistas provocaram a diabetes em um grupo dos animais, enquanto o outro se manteve sem a condição crônica. Na sequência, eles testaram a resistência bacteriana nos animais com e sem diabetes e perceberam que a evolução da resistência ocorreu muito mais rapidamente nos diabéticos.
O interesse dos pesquisadores era entender o motivo de os antibióticos não funcionarem de maneira correta em algumas situações. Como, por exemplo: a bactéria que serviu de objeto de estudo é conhecida por ser perigosa e tem taxa de mortalidade associada a 20% mesmo com a existência de medicamentos para combatê-las. Em diabéticos, a Staphylococcus aureus pode causar infecções graves.
A expectativa era que a diabetes influenciasse na eficácia dos antibióticos. No entanto, a grande surpresa foi perceber que a doença contribuiu diretamente para que a bactéria se tornasse super resistente. Isso acontece porque o sistema imunológico debilitado dos diabéticos permite que a bactéria se prolifere sem muito controle, além da glicose extra presente no corpo favorecer o crescimento do microrganismo, tornando-o mais forte e resistente.
O desenvolvimento de superbactérias, aliás, pode estar ligado a outras doenças, como o HIV. O próximo passo do experimento é testar esse fenômeno em seres humanos para entender melhor como ele ocorre e buscar novas estratégias para evitar o agravamento da resistência bacteriana.
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