Em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais expostas a poluentes, radiação solar e a alimentos de má qualidade, entender o que é o estresse oxidativo se tornou uma questão de saúde.
Por isso, vamos conhecer melhor o que é esse tipo de agressão ao nosso corpo, como ela ocorre e o que podemos fazer para preveni-la.
O que é o estresse oxidativo?
O estresse oxidativo é causado pela ação dos radicais livres no organismo, que levam a danos às células e ao seu DNA. E são esses danos, quando em excesso, que levam ao desenvolvimento de diversas doenças, muitas delas associadas ao envelhecimento.
Então, quanto maior o desequilíbrio entre a quantidade de radicais livres e a de antioxidantes, maior a quantidade e a gravidade desses danos às células, e maior a chance do aparecimento de doenças.
Alguns dos problemas causados pelo estresse oxidativo são:
- Doenças cardiovasculares, como a aterosclerose;
- Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson;
- Diabetes;
- Câncer;
- Hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta;
- Doenças inflamatórias.
Além do mais, o estresse oxidativo também contribui para o envelhecimento precoce da pele.
O que são radicais livres?
Os radicais livres são moléculas instáveis produzidas por nosso corpo, que tem o potencial de causar a oxidação de células saudáveis.
Mas, o próprio organismo tem um sistema que lida com esses radicais livres, e evitam 99% dos seus danos.
Entretanto, existem fatores que levam ao aumento da quantidade dessas substâncias. São eles:
- Poluição;
- Raios-x;
- Radiação solar;
- Álcool;
- Cigarro;
- Agrotóxicos;
- Aditivos químicos presentes em alimentos;
- Estresse;
- Excesso de gorduras saturadas.
Assim, por mais que nosso corpo consiga lidar com os radicais livres produzidos por nosso metabolismo, fatores externos acabam contribuindo para o aumento do estresse oxidativo.
Causas do estresse oxidativo
Apesar de a oxidação ser um processo natural do corpo, existem fatores que aumentam o desequilíbrio entre os antioxidantes e radicais livres. São eles:
1. Infecções
Muitas infecções desencadeiam a formação de radicais livres pelo corpo, que levam ao desenvolvimento do estresse oxidativo.
E é por esse motivo que algumas infecções estão associadas ao desenvolvimento de câncer, problemas hepáticos, inflamações generalizadas e problemas neurodegenerativos.
As principais infecções ligadas ao estresse oxidativo, de acordo com um estudo publicado no Oxidative medicine and cellular longevity, são:
- HIV;
- Epstein-Barr;
- H. pylori;
- Hepatites B e C.
2. Estresse psicológico crônico
Da mesma forma que as doenças infecciosas, o estresse psicológico, que pode se manifestar pela depressão ou ansiedade por exemplo, também leva ao aumento da produção de radicais livres, contribuindo assim para o estresse oxidativo.
E o estresse oxidativo, em contrapartida, é um elemento potencializador de doenças psiquiátricas, o que leva a um ciclo vicioso, com o estresse psicológico levando ao estresse oxidativo, que por sua vez piora o quadro psicológico.
- Veja também: 6 melhores exercícios para a ansiedade e nervosismo
3. Sono desregulado
Uma boa noite de sono é de extrema importância para a manutenção da saúde, uma vez que é o momento que o corpo pode reduzir seu metabolismo e acelerar seus processos de desintoxicação, reparação de danos e renovação celular.
Por isso, pessoas com uma rotina de sono desregulada tem maior chance de sofrer com o estresse oxidativo e com o desenvolvimento de problemas crônicos.
4. Deficiência de antioxidantes na dieta
Os antioxidantes que ingerimos na alimentação ajudam o corpo a combater os danos causados pelos radicais livres.
Assim, uma dieta pobre nesses nutrientes contribui para um maior estresse oxidativo, principalmente quando associada ao sedentarismo e outros fatores de risco.
5. Sedentarismo
Um estilo de vida sedentário aumenta o estresse oxidativo, além de aumentar também a chance de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, que também são fatores de risco para o estresse oxidativo.
6. Toxinas ambientais
A enorme quantidade de toxinas ambientais a que as pessoas estão diariamente expostas é uma fonte significativa de estresse oxidativo, e incluem:
- Poluição do ar;
- Bolor;
- Biotoxinas;
- Venenos, como inseticidas;
- Agrotóxicos.
Essas substâncias agem por duas vias: causam o estresse oxidativo diretamente e diminuem as defesas antioxidantes do corpo.
- Veja também: 18 alimentos com mais agrotóxicos no Brasil
7. Excesso de gorduras saturadas
O consumo regular e em excesso de gorduras saturadas tem um efeito inflamatório no corpo, o que leva a um aumento do estresse oxidativo.
Além disso, uma dieta rica nesse tipo de gordura aumenta a chance de sobrepeso e obesidade, que também são causadores dessa condição..
8. Tabagismo
O tabagismo causa estresse oxidativo, gerando grandes quantidades de radicais livres no corpo, além de reduzir a capacidade do organismo de produzir seus próprios antioxidantes.
Estresse oxidativo e envelhecimento
O envelhecimento é um estado fisiológico em que há um declínio progressivo das funções dos órgãos, e está associado ao desenvolvimento de doenças relacionadas à idade.
Entretanto, as causas exatas dessas mudanças fisiológicas que levam ao envelhecimento permanecem desconhecidas, e provavelmente estão relacionadas a um processo multifatorial.
Mas existe uma teoria, cada vez mais aceita, que afirma que o envelhecimento tem como causa principal a ação dos radicais livres.
Assim, de acordo com pesquisadores italianos em um estudo publicado no periódico Clinical interventions in aging, é o estresse oxidativo leva ao aparecimento das doenças comumente associadas a idade, o declínio cognitivo e à perda de função dos órgãos, incluindo a pele.
Isso quer dizer que, se o envelhecimento for causado pelo estresse oxidativo, ele pode ser desacelerado por estratégias ambientais, nutricionais e farmacológicas.
E é por isso que uma infinidade de pesquisas sobre o efeito dos antioxidantes vem se desenvolvendo nos últimos anos.
Como tratar e prevenir o estresse oxidativo?
É impossível evitar completamente o estresse oxidativo e a exposição a radicais livres, porém, existem coisas que você pode fazer para minimizar os impactos na sua saúde.
Um bom método para prevenir o estresse oxidativo é garantir que você obtenha a quantidade suficiente de antioxidantes através da sua dieta.
Então, comer cinco porções por dia de uma variedade de frutas e vegetais é a melhor maneira de fornecer ao seu corpo o que ele precisa para manter o equilíbrio entre radicais livres e antioxidantes.
Exemplos de frutas e vegetais incluem:
- Cerejas;
- Tomates;
- Brócolis;
- Ameixas secas;
- Azeitonas;
- Cenouras;
- Verduras de folhas verdes escuras;
- Frutas cítricas.
E você ainda pode fazer combinações dessas e de outras fontes de antioxidantes, como sucos detox, sopas e saladas.
Mas existem outras formas que ajudam a reduzir o estresse oxidativo, como veremos a seguir:
- Não fume, e evite também a exposição ao fumo passivo;
- Diminua a ingestão de álcool;
- Quando possível, evite se expor à fumaça de carros, fábricas etc.;
- Mantenha um peso adequado, uma vez que a obesidade e o sobrepeso causam estresse oxidativo;
- Mantenha uma rotina moderada e regular de exercícios físicos;
- Use protetor solar, pois ele previne danos da luz ultravioleta à sua pele;
- Durma ao menos 7 horas por noite;
- Cuidado com produtos químicos, e isso inclui produtos de limpeza.
Fontes e Referências adicionais
- Oxidative medicine and cellular longevity – Oxidative Stress in Infection and Consequent Disease
- Clinical interventions in aging – Oxidative stress, aging, and diseases
- NCBI
Fontes e Referências adicionais
- Oxidative medicine and cellular longevity – Oxidative Stress in Infection and Consequent Disease
- Clinical interventions in aging – Oxidative stress, aging, and diseases
- NCBI