Saúde na Mídia

Escritora não reconhece o próprio marido devido a distúrbios cerebrais, entenda

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Equipe MundoBoaForma

Sadie Dingfelder, escritora e jornalista, descobriu um distúrbio após não reconhecer o próprio marido. O casal estava em um supermercado, quando ela viu o parceiro segurando um pote de pasta de amendoim que ele não gostava.

A mulher, então, puxou o objeto e estava prestes a fazer uma piada sobre o assunto. Ela demorou a perceber que o homem, na verdade, não era seu marido, que estava confuso, observando a cena de longe. 

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Mulher confundiu o próprio marido com outra pessoa – Imagem: Ilustrativa

Mesmo quando o seu esposo se aproximou e ficou parado diante dela, Sadie não conseguia reconhecê-lo e achava que o homem era um desconhecido. 

Anos antes, a condição já estava presente na vida da escritora. Na infância, ela era considerada solitária e sofria com a hostilidade dos colegas da escola. Já adulta, a mulher achava estranho que fosse conhecida por tantas pessoas estranhas e chegou a cogitar que fosse famosa, por ser abordada por pessoas que supostamente não conhecia. O episódio com o marido foi a gota d’água para que procurasse ajuda.

Por meio de uma pesquisa na internet, a jornalista descobriu uma condição chamada prosopagnosia, conhecida também como cegueira facial, em que as pessoas não conseguem reconhecer rostos. Os diversos, e tensos, relatos assustaram Sadie, que decidiu procurar especialistas.

Um exame confirmou a suspeita, com um diferencial: ela não somente tinha cegueira facial, como estava nos níveis de 2% do espectro da condição. “Isso significa que eu tenho a (mesma) capacidade de reconhecer rostos de uma criança de três anos?”, perguntou ela ao médico. “Eu diria mais como a de um macaco pouco desenvolvido”, rebateu o especialista.

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Descoberta tardia e livro

Sadie ficou chocada por ter descoberto a condição apenas aos 39 anos. A jornalista decidiu escrever sobre o assunto e lançou o livro “Do I Know You?: A Faceblind Reporter’s Journey into the Science of Sight, Memory and Imagination” (ou “Eu Conheço Você?: A Jornada de uma Repórter com Cegueira Facial na Ciência da Visão, Memória e Imaginação”, em tradução livre).

A cegueira facial é causada por um dano em uma região do cérebro chamada área facial fusiforme, que fica próxima às orelhas, nos dois lados do cérebro. O problema pode ser provocado por algum trauma ou derrame, mas também pode ser inato, ou seja, nasce com a pessoa.

Para compreender como vive uma pessoa com cegueira facial, Sadie recomenda olhar fotos de famosos de cabeça para baixo. “Você consegue ver nitidamente as feições das pessoas, mas elas provavelmente não fazem mais sentido”, iniciou.

“Você pode até identificar algumas celebridades facilmente com a foto no sentido certo, mas algumas ficam completamente irreconhecíveis de cabeça para baixo”, explicou.

A escritora conversou com vários especialistas e pacientes sobre a sua condição, além de pesquisar sobre a história da doença. De todas as descobertas, a que mais a assustou foi saber que a cegueira facial não era o único dos seus problemas.

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Outros diagnósticos

Dingfelder também tem a chamada cegueira estéreo, na qual o seu cérebro é incapaz de combinar as imagens que ela vê com os dois olhos. Cada imagem é processada no cérebro separadamente, o que faz com que a paciente veja o mundo em três dimensões.

A percepção do mundo de Sadie é como se tudo fosse achatado. Ela encontra dificuldades em tarefas que podem ser consideradas simples para outras pessoas, como dirigir um carro ou pegar um frisbee.

A mulher também tem SDAM, sigla em inglês para memória autobiográfica gravemente deficiente. A condição impede que alguém consiga lembrar de eventos com muitos detalhes.

Por fim, Sadie descobriu um quarto problema: afantasia, ou a incapacidade de visualizar imagens. Todas as condições estão relacionadas por serem oriundas de modificações no cérebro e nenhuma delas tem cura ou tratamento. A escritora, no entanto, não tem muitas informações sobre a causa dessas questões. 

Pela ciência, Dingfelder é considerada neurodivergente, termo que abrange as pessoas que possuem um cérebro diferente, com uma percepção de mundo distinta. 

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Relatos

A jornalista decidiu buscar memórias e procurou no Facebook alguns colegas de escola. Dentre os diversos relatos que ouviu, um tipo a surpreendeu: muitos disseram que ela passou a ignorá-los depois de ter se tornado amiga deles.

Hoje, ela sabe que simplesmente não os reconhecia, devido a mudanças no cabelo ou outros pequenos detalhes no visual, por exemplo.

Mas, com o tempo, Sadie descobriu algumas vantagens de ser neurodivergente, como o desenvolvimento de certas habilidades. Por não reconhecer rostos, ela presta atenção minuciosa a diversos detalhes (para além da aparência), como forma de conseguir lembrar de pessoas ou situações.

As condições também a ajudaram a entender sobre a diversidade da experiência humana. As informações são da BBC via G1.

O que mais chamou a sua atenção na história de Sadie? Você já tinha ouvido falar em alguma dessas condições? Comente abaixo!

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