A esclerodermia é uma doença autoimune rara, que causa uma série de sintomas, tanto na pele quanto em órgãos internos.
E justamente por ser um problema de saúde raro, pode ser difícil encontrar informações confiáveis sobre o seu tratamento, prognóstico e sintomas.
Além disso, esse distúrbio de saúde, uma vez diagnosticado, precisa ser acompanhado com atenção por especialistas na área, e deve ser tratado o mais rapidamente possível.
Então, no artigo a seguir vamos conhecer melhor a esclerodermia, bem como seus sintomas e formas de tratamento.
Veja também: Doenças autoimunes – O que são, tipos, sintomas e tratamentos
O que é a esclerodermia?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a esclerodermia é uma doença que leva ao endurecimento, ou fibrose, da pele, dos vasos sanguíneos e de partes de órgãos internos.
Ela pode ser dividida em dois tipos:
- Esclerose sistêmica, quando o problema atinge várias partes do corpo, incluindo os órgãos internos. Ela atinge normalmente pessoas com mais de 40 anos, em especial mulheres.
- Esclerose localizada, que atinge mais crianças, e causa lesões em regiões limitadas da pele, sem causar problemas em órgãos internos.
Além disso, a doença está associada ao surgimento de anticorpos que danificam o próprio corpo, chamados de autoanticorpos.
Principais sintomas da esclerodermia
Podemos dividir os sintomas da esclerodermia em dois tipos: dermatológicos, que atingem somente a pele, e sistêmicos, que surgem quando a doença afeta órgãos internos.
1. Sintomas dermatológicos
Os sintomas da esclerodermia que atingem a pele podem ocorrer em regiões mais limitadas, ou por todo o corpo.
São eles:
- Endurecimento e engrossamento de áreas da pele, que podem ser pequenas ou maiores
- Inchaço na região afetada
- Mudanças na sensibilidade da pele endurecida, incluindo a sensação de picadas e formigamento
- Surgimento de manchas roxas pequenas, atingindo principalmente as mãos e o rosto
Além disso, pessoas com esclerodermia podem apresentar o chamado “Fenômeno de Raynaud”, causado pela contração dos vasos sanguíneos dos dedos das mãos e dos pés, normalmente em resposta ao frio.
Nesses casos, a pele dos dedos podem ficar branca, avermelhada e roxa, e a pessoa pode sentir dor e formigamento no local.
2. Sintomas sistêmicos
Por sua vez, os sintomas sistêmicos da esclerodermia podem variar bastante, dependendo dos órgãos atingidos:
- Problemas digestivos, como azia, constipação intestinal, incontinência fecal e dor
- Falta de ar
- Dificuldade para realizar exercícios
- Tontura
- Hipertensão pulmonar, que é o aumento da pressão nas artérias dos pulmões
- Inchaço nas pernas e nos pés
- Arritmias cardíacas, ou seja, mudanças na frequência dos batimentos do coração
No entanto, a gravidade desses sintomas vai depender também da gravidade do distúrbio.
Causas da esclerodermia
Não existe uma causa específica para a esclerodermia, seja ela do tipo localizado ou sistêmico.
No entanto, o que se sabe é que a doença não é contagiosa e nem hereditária. Ou seja, uma pessoa com este problema não irá passar para seus filhos.
Mas, apesar de não existir uma causa conhecida para este distúrbio, médicos já identificaram que o início dos sintomas normalmente é desencadeado por certos fatores, como:
- Exposição a temperatura baixa
- Estresse intenso
- Exposição a produtos químicos e a toxinas
- Infecção por vírus e bactérias
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da esclerodermia pode ser algo complicado, já que muitos dos sintomas iniciais são inespecíficos, ocorrendo também em outros problemas de saúde.
Porém, inicialmente, o médico irá avaliar o quadro clínico e os sintomas, e a partir daí, solicitar os exames necessários.
Esses exames podem incluir a pesquisa de anticorpos específicos da doença e exames de imagem, quando há suspeita de fibrose em algum órgão ou articulação.
Tipos de tratamento
Até o momento, não existe cura para a esclerodermia. Porém, existem vários tratamentos para controlar a progressão da doença e aliviar os seus sintomas.
Alguns exemplos são:
- Medicamentos para controlar o funcionamento do sistema imune, como azatioprina, micofenolato de mofetil e ciclofosfamida
- Corticoides, para tratar a inflamação que pode ocorrer em alguns órgãos
- Bosentana e sildenafila, para tratar a hipertensão pulmonar
- Omeprazol e outros medicamentos para diminuir a produção de ácido pelo estômago
- Cremes contendo corticoides e imunossupressores, para tratar as lesões na pele
- Fisioterapia e terapia ocupacional, com o objetivo de melhorar a mobilidade e prevenir a perda de massa muscular
Além disso, outros medicamentos também podem ser usados, dependendo do órgão afetado.
Por fim, caso a pessoa apresente o Fenômeno de Raynaud, é importante que ela proteja as mãos e pés do frio, para assim evitar a diminuição do fluxo de sangue para os dedos.
Fontes e referências adicionais
- Esclerodermia, Sociedade Brasileira de Reumatologia
- Mycophenolate Mofetil versus Oral Cyclophosphamide in Scleroderma-related Interstitial Lung Disease: Scleroderma Lung Study II (SLS-II), a double-blind, parallel group, randomised controlled trial, The Lancet
- Recomendações sobre diagnóstico e tratamento da esclerose sistêmica, Revista Brasileira de Reumatologia
Fontes e referências adicionais
- Esclerodermia, Sociedade Brasileira de Reumatologia
- Mycophenolate Mofetil versus Oral Cyclophosphamide in Scleroderma-related Interstitial Lung Disease: Scleroderma Lung Study II (SLS-II), a double-blind, parallel group, randomised controlled trial, The Lancet
- Recomendações sobre diagnóstico e tratamento da esclerose sistêmica, Revista Brasileira de Reumatologia