Sabia que sentir o peito apertado, perder o fôlego com facilidade mesmo ao realizar atividades simples e tossir sem parar podem ser alguns sinais de enfisema pulmonar?
O enfisema pulmonar é uma doença que afeta o pulmão e causa muitos sintomas desagradáveis e perigosos para a saúde. Vamos falar um pouco mais sobre os sintomas e causas dessa doença, além de indicar o tratamento para obter uma melhor qualidade de vida.
O enfisema pulmonar é uma doença pulmonar crônica classificada como uma doença obstrutiva, o que significa que ocorre um bloqueio do fluxo normal de ar para dentro e fora dos pulmões.
Pessoas que sofrem dessa condição apresentam danos nos alvéolos dos pulmões, que são minúsculos sacos de ar presentes dentro do órgão. Quando as paredes internas desses sacos de ar enfraquecem e se rompem, o espaço que os alvéolos minúsculos ocupavam fica maior.
Dessa forma, os pulmões aumentam de tamanho, mas a sua área útil diminui, reduzindo também a quantidade de oxigênio que passa pelos pulmões e volta para a corrente sanguínea.
Com os alvéolos danificados, você não consegue respirar de forma adequada. Assim, quando você expira, o ar acaba tendo dificuldade para sair e isso, por sua vez, dificulta a entrada de ar fresco rico em oxigênio. Daí surge a sensação da falta de ar.
De modo geral, quando os alvéolos são danificados, ocorre o seguinte:
Ou seja, quando você sofre de enfisema pulmonar, os pulmões não são capazes de esvaziar o ar de modo adequado. Essa condição é chamada de limitação do fluxo de ar, que dificulta a entrada e saída de ar pelos pulmões.
Os médicos costumam classificar o enfisema pulmonar em vários tipos, chamados de estágios. Esses estágios dão uma ideia de quão grave é a situação. Os métodos usados para classificar o enfisema são GOLD Emphysema Staging System e o Índice BODE.
– GOLD Emphysema Staging System
Esse método consiste em um conjunto de diretrizes estabelecidas pela Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Ele serve para detectar a quantidade de ar que você é capaz de expelir através dos pulmões durante 1 segundo. Os médicos costumam chamar isso de volume expiatório forçado (VEF).
Através do valor obtido para o VEF e pela análise de outros sintomas e do seu histórico médico, o profissional da saúde vai conseguir classificar a sua condição em um dos seguintes estágios:
– Índice BODE
Esse método avalia o quanto o enfisema pulmonar afeta as suas tarefas diárias através da análise de 4 áreas principais:
Ambos métodos são eficazes para avaliar o estágio do enfisema pulmonar. No entanto, estudos têm indicado que o índice BODE apresenta um melhor resultado do que o GOLD.
O enfisema não tem cura e costuma piorar com o passar do tempo. Assim, ter um diagnóstico correto permite que o médico saiba sugerir o melhor tratamento, melhorando a qualidade e a expectativa de vida do indivíduo com a doença.
Algumas vezes, uma pessoa pode ter um enfisema pulmonar sem perceber devido à ausência de sintomas. Se a doença é leve, a pessoa quase não sente falta de ar, que é o principal sintoma da doença, e acaba não desconfiando de nada.
A doença só passa a ser notada quando piora e começa a afetar a sua rotina diária, como quando você sente falta de ar até mesmo em repouso.
A maioria das pessoas costuma ignorar a falta de ar quando está fazendo algum esforço físico, por exemplo, porque pensam que isso tem a ver com o sedentarismo ou a idade. Mas, na verdade, isso pode ser um sintoma do enfisema e não deve ser ignorado.
Sinais para procurar um médico:
Além da falta de ar, outros sintomas do enfisema pulmonar incluem:
Quando se tem enfisema pulmonar, os músculos que atuam na respiração são obrigados a trabalhar mais para tentar melhorar o fluxo de ar para dentro e fora dos pulmões. Assim, eles acabam ficando cansados mais rapidamente, causando a falta de ar e o cansaço mesmo depois de atividades simples e que você costumava fazer tranquilamente antes da doença.
Dentre as principais causas do enfisema pulmonar, destaca-se o tabagismo. Fumar qualquer tipo de cigarro ou droga danifica os pulmões ao longo dos anos, podendo causar a doença. Outras causas podem ser:
A maioria dos casos de enfisema pulmonar desencadeiam-se por causa da exposição à fumaça e poluição no ambiente. No entanto, em casos raros, o enfisema pode ser causado também por uma deficiência hereditária de uma proteína chamada de alfa-1-antitripsina (AAT) que atua protegendo as estruturas elásticas dos pulmões.
A AAT evita que os glóbulos brancos presentes no nosso organismo destruam células e tecidos saudáveis, além de atuar no combate a infecções. Algumas pessoas podem apresentar dificuldade genética de produzir essa proteína, o que pode fazer com que os glóbulos brancos do nosso corpo danifiquem os tecidos pulmonares.
Quanto ao hábito de fumar, o tabaco parece ser o principal culpado pela doença. Os especialistas ainda não sabem exatamente como o fumo é capaz de destruir os revestimentos dos sacos de ar, mas vários estudos mostram que fumantes têm aproximadamente 6 vezes mais chances de desenvolver enfisema pulmonar do que os não fumantes.
Mesmo aqueles que não fumam, mas que têm contato com fumantes, devem tomar cuidado. Isso porque o fumo passivo, ou seja, estar perto e inalar a fumaça do cigarro, pode causar danos nos pulmões a longo prazo.
Para prevenir o desenvolvimento da doença, é preciso estar atento aos fatores de risco que podem contribuir para que o enfisema ocorra.
Embora as complicações da doença sejam muito perigosas para a saúde e algumas pessoas pensem que o enfisema pulmonar é câncer, isso não é verdade.
O enfisema pulmonar e o câncer no pulmão são coisas totalmente diferentes. O enfisema é causado principalmente por maus hábitos diários e exposição a substâncias tóxicas, enquanto que o câncer pode ser causado por diversos fatores, muitos deles fora do nosso controle, como a mutação de células no nosso organismo.
Uma complicação muito comum que pessoas com enfisema pulmonar desenvolvem é a bronquite crônica, que é uma inflamação nos tubos responsáveis por transportar o ar para os pulmões e que causa muita tosse. Quando o enfisema e a bronquite crônica afetam a mesma pessoa, o indivíduo passa a sofrer de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que é muito comum em fumantes.
Além da bronquite, pessoas que têm enfisema pulmonar precisam ter cuidado e seguir o tratamento indicado pelo médico corretamente para evitar o desenvolvimento das seguintes doenças e complicações:
Conforme o enfisema se torna mais grave, pode ser que o paciente tenha problemas de apetite, dificuldade para dormir e até desenvolva alguns sintomas de depressão. Se você é fumante e tem enfisema pulmonar, é provável que mesmo que você pare de fumar a tosse o acompanhe pelo resto da vida.
O diagnóstico precoce é uma das melhores maneiras de evitar que o enfisema pulmonar avance. Além de determinar o VEF e analisar os principais sintomas, o médico também pode pedir uma tomografia computadorizada dos seus pulmões e pedir para verificar o seu histórico médico.
1. Exame físico
Em um exame físico simples, o médico deverá checar o seu peso e a pressão arterial sanguínea, além de ouvir seu batimento cardíaco e a sua respiração.
2. Espirometria
Com o auxílio de um espirômetro, aparelho que mede o volume de ar inspirado e expirado através dos pulmões, o médico irá verificar como está a sua atividade respiratória. Esse tipo de teste é chamado de teste de função pulmonar.
Nesse exame, você geralmente entra em uma cabine fechada e respira normalmente em um tubo (espirômetro). Isso permite que o médico determine a quantidade de ar presente nos pulmões, a rapidez com que você consegue soprar o ar para fora, a quantidade de ar que fica retira nos pulmões após a expiração e até analisar se você consegue respirar melhor após o uso de medicamentos inalatórios específicos.
Pessoas com função pulmonar normal são capazes de esvaziar a maior parte do ar dos pulmões em apenas 1 segundo. Quanto mais tempo você demorar para esvaziar os pulmões, mais grave é o seu enfisema.
3. Testes de imagem
Realizar uma radiografia de tórax pode auxiliar no diagnóstico de enfisema pulmonar avançado e descartar outras doenças que também causam falta de ar.
Outro exame de imagem que pode ser feito é a tomografia computadorizada, que combina imagens de raio X tiradas de várias posições diferentes para visualizar os órgãos internos como os pulmões. A radiografia pode mostrar alterações de tamanho nos pulmões enquanto que a tomografia computadorizada do tórax é capaz de mostrar os alvéolos e detectar o enfisema pulmonar.
4. Exames de laboratório
O exame de sangue pode ser um aliado no diagnóstico para determinar a quantidade de oxigênio e gás carbônico no fluido. Isso ajuda a entender como anda a respiração. Uma quantidade alta de gás carbônico no sangue, por exemplo, pode indicar que os pulmões não estão funcionando bem e não estão exalando o ar da maneira mais adequada.
Através dos exames, o médico pode diagnosticar o problema. Geralmente, pessoas com enfisema pulmonar grave apresentam:
Para evitar o desenvolvimento de um enfisema, o ideal é não fumar e evitar ficar próximo de pessoas que fumam. Além disso, é importante evitar o contato direto com a poluição, principalmente se você trabalha em indústrias em contato com vapores químicos, poluentes ou poeira.
Infelizmente, o enfisema pulmonar não tem cura. Mas o tratamento adequado pode ajudar a aliviar os sintomas e a retardar a progressão da condição de saúde.
– Medicamentos
Os medicamentos que podem ser indicados por um médico são:
Broncodilatadores
Disponíveis nas formas de comprimido, líquido ou spray, esses medicamentos ajudam a aliviar sintomas como a tosse e a falta de ar, além de facilitar a respiração. Isso ocorre porque os broncodilatadores relaxam os músculos dos pulmões e ampliam as vias aéreas.
Os broncodilatadores de curta duração são indicados apenas durante crises para pessoas que têm enfisema leve, enquanto os broncodilatadores de ação prolongada devem ser usados por pessoas com enfisema mais grave.
Existem broncodilatadores anticolinérgicos e beta-agonistas. Os anticolinérgicos impedem que os músculos ao redor das vias aéreas se contraiam, facilitando também a limpeza do muco presente nos pulmões. Os anticolinérgicos de curta duração agem em até 15 minutos após a administração e seu efeito dura entre 6 e 8 horas. Os de ação prolongada levam até 20 minutos para começar a agir e têm efeito de até 24 horas. No entanto, efeitos colaterais como boca seca e dificuldade para urinar podem ser observados.
Já os beta-agonistas relaxam os músculos ao redor das vias aéreas. Os de curta duração atuam rapidamente dentro de 3 a 5 minutos e seus efeitos duram de 4 a 6 horas. Porém, esses medicamentos podem causar batimento cardíaco acelerado, além de ansiedade, tremores e cãibras nas mãos, pernas e pés.
Inibidores da PDE-4
Esses são medicamentos mais novos que inibem a fosfodiesterase-4 (PDE-4) e que, além do enfisema, podem ser usados no tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica.
Os inibidores da PDE-4 são eficazes para melhorar a função pulmonar quando usados em conjunto com broncodilatadores.
Esteroides
Esteroides inaláveis são medicamentos corticosteroides que ajudam a diminuir a inflamação e a aliviar a falta de ar. Eles reduzem o inchaço e ajudam a eliminar o muco presente nas vias respiratórias.
No entanto, a longo prazo os esteroides podem causar efeitos colaterais como o aumento de peso, o desenvolvimento de doenças como a diabetes, a catarata e a pressão alta, além de enfraquecer os ossos e aumentar o risco de contrair infecções.
Mucolíticos
Os remédios mucolíticos ajudam a diluir o muco localizado nos pulmões para auxiliar o organismo a expelir esse muco com maior facilidade. Estudo sugerem que o uso desses medicamentos ajuda a reduzir os surtos principalmente em casos de enfisema grave.
Antibióticos
Os antibióticos são indicados apenas em casos em que há infecção bacteriana, geralmente em casos em que os pacientes desenvolvem bronquite aguda ou pneumonia.
– Terapias
Além dos medicamentos, existem terapias que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com enfisema pulmonar.
– Procedimentos cirúrgicos
Há também o tratamento cirúrgico, que é indicado em alguns casos de enfisema pulmonar grave, que pode incluir procedimentos como:
– Tratamentos promissores
Especialistas vêm desenvolvendo outras formas de tratamento menos invasivas para melhorar a qualidade de vida de quem sofre de enfisema pulmonar. Assim, em breve novos tratamentos devem estar disponíveis para grande parte da população, como:
– Tratamentos alternativos e alterações de estilo de vida
Há ainda algumas mudanças de estilo de vida e remédios caseiros que podem ser usados para evitar que a doença fique mais grave e aliviar alguns sintomas.
O enfisema pulmonar não tem cura, mas através do tratamento adequado e dos cuidados mencionados acima, é possível ter uma boa qualidade de vida, especialmente se a doença for identificada nos primeiros estágios.
Veja Todos Comentários
Agradeço muito por ajudar nas dicas
Pois fumei 40 anos usei drogas a 20 anos então do nada resolvi fazer uma tomografia pq meu pai ficou com embolia pulmonar
Daí qyecfuz a tomografia e deu positivo mas a dra pneumologista disse estou com mais sorte que juízo parei de fumar
Ontem fiz mais uma tomografia resultado sai na sexta feira então levo ao pneumologista para ver como estou é triste mas é a herança da fumaça de cigarro e drogas
Mas estou tranquila.
Deus sempre aí nosso lado.
Tenho 63 anos. Meu pai que é falecido morreu com complicações pulmonares. DPOC, tinha como diagnóstico enfisema pulmonar. Eu as vezes tinha um aperto no peito e dificuldade para respirar. Porém a dois invernos comecei a perceber um chiado no peito,principalmente ao deitar, na expiração. Procurei médico, fiz exames e o diagnóstico DPOC, enfisema pulmonar ou asma. Não ficou bem definido. Tratamento com Alenia para o resto da vida e salbutamol, bombinha quando muito necessário. Sou ex. fumante,tem uns trinta anos que não fumo. Tenho feito exercícios respiratório diariamente. Meu receio é que essa doença avance com o frio. Tenho irritação na garganta devido a secreção. Nego tosse.
Bom dia
Foi-me diagnosticado enfisema em 2015. Não me foi dito que grau de enfisema ou tipi tenho.
Sintomas não sinto grande coisa, nunca tive falta de ar, desde 2016 que abandonei o cigarro parou quase a tosse e faço exercício (caminhada e hidroginástica)
Como sei como vai evoluir a minha doença?
No começo da doença,me sentia fraca perdi peso com facilidade dores nas costas pus com espessura grossa.Fiquei internada onde os medicos constataram o enfisema pulmonar tive tosse e febre alta tambem, dui medicada com formoterol salbutamol o qual ate hoje eu uso