O eflúvio telógeno é uma condição caracterizada pela perda excessiva de fios de cabelo, acima do que é considerado normal, que são até 100 fios por dia. Geralmente, ela ocorre após um período de estresse intenso, ou após uma infecção viral, e, claro, devido a alterações hormonais, como ocorrem no período da menopausa e no pós-parto.
No eflúvio telógeno, os locais do couro cabeludo onde se percebe os cabelos mais ralos são as laterais da cabeça e no final da testa, início da linha do cabelo (região das têmporas).
Geralmente, esta condição é revertida em até 6 meses, sem a necessidade de nenhum tratamento. Mas, algumas medidas terapêuticas podem acelerar o crescimento dos fios que foram perdidos ou quebrados e, também, retardar a queda de outros fios.
Embora os fios caiam aos montes no eflúvio telógeno, ele não leva à calvície. Este pode ser o motivo de preocupação de muitas pessoas, por isso é importante tranquilizar-se neste sentido, pois o estresse e a ansiedade causados pela preocupação excessiva podem piorar o quadro.
Veja mais detalhes sobre o eflúvio telógeno, os tipos, as causas envolvidas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.
Uma pessoa nota a ocorrência de um eflúvio telógeno, ao perceber que seu cabelo está caindo mais ao longo do dia. E, os momentos em que isso fica mais evidente, são durante o banho, quando se lava a cabeça, e ao pentear os cabelos. Nestas situações, a quantidade de fios de cabelo no ralo do banheiro, na escova e no chão da casa ficam bem notáveis e preocupantes.
Em geral, a queda começa em torno de 3 meses após uma fase da vida muito estressante ou algum outro episódio que tenha causado estresse para o organismo, como é o caso das infecções e das alterações hormonais, comuns ao longo dos anos.
O tempo de duração dessa fase pode chegar a 6 meses, em alguns casos, até 9 meses. Neste período, muitos fios são perdidos, mas pode-se observar, também, alguns fios novos nascendo e crescendo no couro cabeludo.
O eflúvio telógeno é clinicamente compreendido e classificado em quadros agudo e crônico:
No eflúvio telógeno agudo, o mecanismo da queda está diretamente associado ao evento desencadeador que ocorreu 3 meses antes de se perceber a queda acentuada dos fios. Isso ocorre porque os fios de cabelo entram na fase de repouso do seu ciclo de vida, que dura de 2 a 3 meses, a fase telógena.
Para você entender melhor, o ciclo de vida dos fios de cabelo é dividido em três fases:
O evento desencadeador, que pode ser chamado de gatilho, faz com que mais fios entrem na fase telógena. Com isso, diariamente, se observa a perda além da marca normal de 100 fios, podendo ser o dobro e até o triplo disso.
Os gatilhos mais comumente associados ao eflúvio telógeno agudo são:
A fase do eflúvio telógeno crônico, ou seja, de queda dos fios, é bem semelhante à do eflúvio telógeno agudo. Mas, em longo prazo, se observam algumas diferenças.
O que acontece é que 1 ou 2 vezes por ano, ou 1 vez a cada dois anos, ocorre o aumento dos fios na fase de queda capilar. Conforme o tempo passa, a pessoa começa a perceber que seu cabelo fica volumoso na base (no couro cabeludo) e menos volumoso no comprimento.
Isso fica mais notável quando se prende o cabelo, ficando a parte presa mais fina, ou mais “rala”, do que o cabelo no couro cabeludo.
Não se sabe ao certo o que causa o eflúvio telógeno, mas sabe-se que está associado a condições autoimune, como a tireoidite de Hashimoto.
Sempre que nosso corpo ou nossa mente é impactada por algum fator estressante, interno ou externo, algumas funções são deixadas de lado. É como se o corpo, em estado de alerta, voltasse sua energia para funções vitais, economizando com as questões secundárias.
Por causa disso, alguns fios de cabelo que estavam na fase anágena, de crescimento, param de crescer e entram precocemente na fase de repouso, de eflúvio telógeno.
Algumas causas já foram citadas, mas vamos entendê-las com um pouco mais de detalhes:
O excesso de estresse e ansiedade pode levar a um desequilíbrio hormonal no organismo, com o aumento dos níveis de cortisol. Este hormônio faz com que os fios que estavam em fase anágena entrem para a fase telógena de forma precoce.
É normal que após 3 e até 6 meses do nascimento do bebê, a mulher tenha mais queda de cabelo, devido à diminuição brusca dos hormônios estrogênio e também da progesterona, que estavam em concentrações elevadas durante a gestação. Durante a gravidez, os fios permanecem mais tempo na fase anágena, por isso parecem mais sedosos, brilhantes e saudáveis.
Na menopausa há o aumento de testosterona, hormônio que leva ao afinamento dos fios e à atrofia dos folículos pilosos, que param de produzir novos fios.
A carência de certos nutrientes, como o ferro, pode fazer os cabelos caírem antes do programado biologicamente, pois ficam mais fracos e quebradiços. Isso pode acontecer por causa de dietas muito restritivas para emagrecer, ou por causa de hábitos alimentares não saudáveis, em que não se tem uma dieta balanceada e nutritiva.
Alguns tratamentos contínuos incluem certos medicamentos que podem levar à queda capilar durante ou após o seu fim. Por isso, é fundamental não se automedicar e contar com a prescrição e acompanhamento de um médico ou médica que entenda do seu histórico médico e de sua condição. Medicamentos comumente usados, como anti-hipertensivos, antidepressivos e contraceptivos orais podem provocar o eflúvio telógeno.
Muitas pessoas tiveram como consequência da infecção pelo vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, o aumento da queda capilar. Os estudos que foram feitos sobre isso indicaram que o eflúvio telógeno neste caso teve relação com o aumento dos níveis de mediadores químicos da inflamação na circulação sanguínea e, também, com o estresse e ansiedade que foram marcantes nesta fase.
Ao perceber que seus cabelos estão caindo além do normal, é importante buscar ajuda profissional de um médico ou de uma médica dermatologista para uma consulta.
O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas relatados e pela análise dos fios e do couro cabeludo, com exame minucioso do diâmetro e do comprimento dos fios.
Nesta consulta, o médico ou médica também pergunta a respeito de eventos traumáticos/estressantes que possam ter ocorrido e justifiquem a queda excessiva dos fios.
Além disso, podem ser solicitados alguns exames de sangue e de marcadores hormonais, para investigar se existe alguma doença de base, como anemia, alterações nos hormônios da tireoide, carência de ferro ou de vitaminas.
Normalmente, o eflúvio telógeno se configura como uma condição autolimitada, ou seja, se a pessoa estiver saudável, não estiver com nenhuma doença de base e se o fator desencadeador tiver passado, o eflúvio telógeno se resolve espontaneamente.
Por isso, ao constatar que seu cabelo está caindo muito, não é recomendado que você tome vitaminas desenfreadamente pois, em alguns casos, até mesmo o excesso delas pode levar ao eflúvio telógeno.
Para a maioria dos casos, não há necessidade de se tomar nenhuma medicação, como é o caso do pós-parto e do pós evento traumático. Na verdade, em certas situações, a interrupção da medicação, especialmente quando estava sendo usada sem prescrição médica, pode resolver o problema do eflúvio telógeno.
Logo, para a maioria dos casos, é preciso ter paciência e calma, pois o problema terá um fim e logo os cabelos voltarão à fase de crescimento. O controle da ansiedade e do estresse nesse período é fundamental, para que não se entre em um ciclo vicioso, em que uma fase estressante gera um eflúvio telógeno, que gera outra fase estressante, e assim por diante. Confira algumas dicas para te ajudar a aliviar a ansiedade.
Caso os resultados apontem para algum problema de saúde, ele deverá ser tratado. Por exemplo, se é detectada uma carência de ferro, o mineral precisa ser reposto. No caso da tireoide, a falta (hipotireoidismo) ou o excesso (hipertireoidismo) de produção dos hormônios tireoidianos precisam ser tratados.
Após a correção da causa ou o fim do evento desencadeador, a queda capilar tende a voltar aos níveis normais após 6 meses. Caso esse período se estenda, é indicativo de que se trata de um problema crônico e a causa deve ser investigada.
Quanto aos tratamentos, não existe um que seja específico para o eflúvio telógeno, mas há opções que ajudam a estimular o crescimento capilar e a recuperação dos fios:
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