O ADE, ou Synthol, como é conhecido em outros países, é um tipo de óleo injetável, de uso veterinário composto pelas vitaminas A, D e E, cuja utilização nos animais visa suprir a carência de vitaminas e prevenir infecções.
Entretanto, depois da descoberta que ao ser injetado no corpo humano ele dá a impressão de aumento da massa muscular, por causar uma espécie de inchaço na região aplicada, a substância começou a ser usada por pessoas que queriam ter uma aparência musculosa.
Apesar de não ser classificado como um anabolizante, por não incentivar o crescimento muscular, mas apenas inflamar o local onde o óleo foi injetado, causando o aumento de volume da região, o uso do ADE pode trazer sérias consequências ao corpo de seus usuários.
Efeitos colaterais
Somente pelo fato de que a utilização desse óleo injetável é restrita até para os animais e que chega a ser proibida para cães e gatos, podemos desconfiar dos efeitos colaterais que o óleo injetável possa vir a causar ao organismo humano:
Perda de movimento do músculo
Se essa desconfiança não for suficiente, há outros motivos para não fazer uso do ADE. Um deles é que, ao aplicar a substância diretamente no músculo, com o auxílio de uma seringa, a agulha pode acabar atingindo um nervo. O grande problema disso é que o indivíduo perde os movimentos do músculo onde o óleo foi injetado, sem possibilidades de conseguir voltar à normalidade.
Aparecimento de caroços
Outro problema é que, por se tratar de um composto extremamente oleoso, a colocação do ADE pode fazer com que surjam caroços no local onde ele foi aplicado, que tendem a demorar bastante para desaparecer.
Acúmulo do óleo injetável
O uso exagerado do óleo injetável provavelmente ocasionará o acúmulo da substância entre diferentes partes do corpo. Quando isso acontece, há o risco de aparecerem infecções, do sistema imunológico do organismo do usuário ser prejudicado e que os tecidos que receberam o ADE sofram necrose, que é a morte ou decomposição desses tecidos.
Risco de parada cardíaca ou respiratória
Além de aplicarem o óleo diretamente no músculo, algumas pessoas podem, irresponsavelmente, optar por injetar a substância em veias ou artérias. Com isso, são grandes as chances de que o usuário venha a sofrer uma parada cardíaca ou respiratória, tendo em vista que o ADE interfere entupindo os pontos de acesso do sangue e prejudica o funcionamento adequado do coração.
Risco de morte
Além de todos esses problemas, o uso do óleo injetável ADE/Synthol também pode levar à morte. Foi justamente isso que aconteceu em fevereiro do ano de 2013, com um adolescente de 15 anos, morador da cidade de Rio Branco, no estado do Acre.
De acordo com uma reportagem publicada no site G1, o garoto havia feito o uso da substância juntamente com outros amigos. Duas semanas antes de sua morte, o rapaz já tinha passado mal por conta de infecções ocasionadas pela aplicação do óleo.
Ainda segundo a matéria, os adolescentes conseguiram o óleo com um homem e uma mulher em um bairro de Rio Branco e eles mesmos realizavam a aplicação do conteúdo no próprio corpo.
Um dos amigos do menino que morreu ainda afirmou que eles usavam o óleo com certa frequência e que temia pela própria vida. Outros amigos do rapaz ainda apresentavam sintomas como fraqueza nas pernas, falta de ar e febre após terem aplicado a substância em seus corpos.
Aparência estranha
Se mesmo com todos esses efeitos que tanto prejudicam a saúde, incluindo o risco de morte, a pessoa insistir em utilizar o óleo injetável para ter uma aparência de maior massa muscular, é importante registrar que nem sempre o objetivo é alcançado.
Em alguns casos, o aumento de volume do músculo dá uma aparência estranha ao corpo, com a região que recebeu a aplicação da substância ficando maior e as partes em que o óleo não foi injetado permanecendo menores.
É possível perceber isso nas fotos abaixo:
Além disso, caso após o inchaço muscular a região venha a desinchar, pode ocorrer o esvaziamento, o que faz com que o músculo volte ao seu tamanho normal, porém que fique com a aparência deformada.
Praticantes não recomendam o uso do óleo injetável
O uso do óleo injetável é condenado por profissionais e por praticantes da musculação. É o caso da equipe do Papo de Maromba, que fala sobre o perigo da aplicação da substância neste vídeo abaixo.
Pai do óleo injetável
No vídeo, os apresentadores contam a história de um dos homens mais conhecidos pela prática de inflar os músculos com o uso do óleo injetável: o americano Gregg Valentino. Também conhecido como o “pai” do Synthol/ADE, e que no momento em que fazia o uso da substância, alegava ter o maior bíceps do mundo.
Entretanto, um acidente de percurso acabou revelando mais um dos perigos de utilizar esse tipo de produto no corpo: o de seus braços explodirem.
Isso porque um dia, enquanto injetava a substância em seu bíceps, acabou deixando a seringa cair. Ao colocá-la no braço de novo o resultado foi que, ao reaplicar o óleo na região, começou a sair pus e sangue do local.
Resultado: ele teve que ser atendido no hospital, onde parte do seu bíceps direito acabou tendo que ser serrado, já que por conta da constante aplicação do Synthol, o local tinha uma consistência bastante endurecida.
Tomando a decisão correta
Com todas essas informações sobre os perigos que o uso do Synthol/ADE pode trazer ao corpo humano, não restam dúvidas de que a melhor forma de fazer com que os músculos do corpo fiquem definidos é buscar o crescimento por meio de treinamentos físicos adequados e uma dieta balanceada.
Procure obter o máximo de informações sobre alimentação correta e treinamentos adequados e considere consultar um profissional de educação física e nutricionista para te ajudar no processo.
Pode até ser que isso dê mais trabalho e custe mais dinheiro do que injetar o óleo, mas certamente será melhor para a saúde, para a aparência dos músculos e não há o risco de ter o braço explodido, como aconteceu com Gregg Valentino.
Deus me livre nunca mais uso isso em nome de Jesus amém