A dor na axila pode ser causada por uma irritação da pele, por conta do uso de algum cosmético ou pelo atrito com o tecido da roupa. Também pode suceder uma distensão muscular sofrida na prática de um esporte, por exemplo.
Essas são causas simples e passageiras, mas a dor na axila também pode ser sinal de algumas doenças crônicas e até mesmo câncer.
Por isso, é importante procurar ajuda médica, caso a dor na axila não melhore em duas semanas ou se houver outros sintomas associados.
Veja quais são as possíveis causas de dor na axila e o que fazer.
Linfonodos inchados nas axilas
Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos, são pequenas estruturas onde substâncias nocivas ao organismo são filtradas. Eles também funcionam como pontos de concentração de células de defesa, que combatem os microorganismos causadores de infecções.
Esses nódulos estão espalhados por todo o corpo, inclusive nas axilas. Quando o sistema imunológico está combatendo algum tipo de infecção, os linfonodos podem ficar inchados e doloridos, sendo popularmente chamados de ínguas.
O inchaço dos linfonodos das axilas pode ocorrer por alguma lesão que tenha acontecido próximo a elas, por exemplo, no braço ou no tórax, ou como resultado de uma infecção ou inflamação na região.
O que fazer
O inchaço e a dor tendem a melhorar, à medida que o organismo se recupera da infecção. Mas, se os sintomas não melhorarem em duas semanas, é recomendado agendar uma consulta médica, para a avaliação dos linfonodos das axilas.
Dermatite de contato
A dermatite de contato ocorre quando a pele fica em contato com alguma substância ou material irritativo, que causa uma inflamação local.
Perfumes, desodorantes, cremes, sabonetes, álcool, látex e lã são cosméticos e materiais que podem causar a dermatite de contato. Essa inflamação provoca alguns sintomas que podem evoluir provocando dor nas axilas, devido à irritação da pele.
Os sintomas podem aparecer poucos minutos depois ou horas após o contato com o material ou substância irritativa. Em casos de dermatite alérgica, esses sintomas podem demorar até seis dias para aparecerem.
O que fazer
Para tratar a dermatite de contato, é necessário identificar a substância ou material que causou a irritação, para que possa evitar um próximo contato. Também recomenda-se lavar o local afetado com água fria abundante e sabão neutro.
Caso os sintomas estejam muito intensos, procure um médico ou médica dermatologista, que poderá diagnosticar e indicar o melhor tratamento para a dermatite. O tratamento, bem como o tempo de duração, varia de caso para caso, dependendo dos sintomas, da causa e do tipo de dermatite.
Furúnculo nas axilas
Os furúnculos são infecções por bactérias que resultam em caroços avermelhados e doloridos na pele, podendo ocorrer em várias partes do corpo, inclusive nas axilas.
Para que um furúnculo se forme, o pelo ou a própria pele precisa estar em atrito com a roupa, o que faz com que os poros fiquem mais dilatados, facilitando a entrada de uma bactéria comumente encontrada na pele, a Staphylococcus aureus.
A infecção de um folículo piloso é chamada de foliculite. Por causa dessa infecção, o sistema imunológico envia suas células de defesa para o local. O produto dessa “batalha” entre as nossas células e as bactérias é o pus, que contém tecidos e bactérias mortas. A concentração do pus forma um caroço, que é chamado de furúnculo.
O que fazer
Se o furúnculo for pequeno, você pode higienizar as axilas com sabão antibacteriano e aplicar compressas quentes, para acelerar o amadurecimento do furúnculo e sua drenagem. Não se deve espremer e nem furar o furúnculo, pois isso pode espalhar a infecção sob a pele e piorar o problema. Confira 6 dicas para curar o furúnculo mais rápido.
Se o furúnculo for muito grande e causar dores intensas, é recomendado procurar ajuda médica, para avaliar a necessidade de drenagem desse furúnculo por meio de uma incisão na pele, que só pode ser feita pelo profissional de saúde. Pode ser necessário, também, o uso de antibióticos orais ou tópicos.
Cobreiro
Cobreiro é o nome popular para uma doença de pele causada pelo mesmo vírus responsável pela catapora, a varicela zoster. O cobreiro tende a acometer adultos e idosos, por causa da reativação do vírus, que fica dormente no corpo.
Normalmente, as erupções na pele são desencadeadas por uma baixa no sistema imunológico, por exemplo, por causa de resfriados, gripes ou situações muito estressantes.
O cobreiro se manifesta com pequenas feridas bolhosas na pele, em forma de faixa no tronco. Essas faixas de ferida, podem se estender a partir das costas ou do peito e atingir a região da axila, causando dor, coceira e formigamento.
O que fazer
O tratamento do cobreiro visa tratar a infecção viral e aliviar a dor, com antivirais e analgésicos, como o aciclovir e o valaciclovir, que só podem ser usados com prescrição médica.
As chances de se desenvolver um cobreiro na pele diminuem com a vacina contra catapora tomada na infância, ou contra herpes zoster, na fase adulta.
Hidradenite supurativa
A hidradenite supurativa é uma doença crônica da pele, causada pela obstrução de um folículo piloso e acúmulo de suor e sebo, levando à inflamação no local. Esses fatores ocasionam a infecção por bactérias, que podem formar abscessos, como se fossem “túneis” na pele, por onde há saída de pus.
A hidradenite supurativa é mais comum em pessoas fumantes, obesas e com histórico familiar da doença.
Essa doença provoca, inicialmente, a formação de um nódulo inflamado e doloroso, que pode evoluir para a formação de nódulos satélites, com pontos pretos, semelhantes a cravos. Eles surgem, preferencialmente, nas axilas e virilhas, pois são regiões onde há contato de pele com pele.
Quando as lesões são múltiplas e demoram para cicatrizar, podem se formar túneis de comunicação entre si e com o exterior da pele, fazendo com que o pus seja drenado com frequência, liberando um forte odor corporal. Em alguns casos, as lesões não “estouram”, apenas involuem.
Essa doença é facilmente confundida com furúnculo, porém são condições diferentes. A hidradenite é uma condição crônica, que pode durar várias semanas até meses, e os nódulos tendem a voltar após a resolução. Além disso, na hidradenite, os nódulos deixam cicatrizes na pele, o que não acontece com os furúnculos.
O que fazer
Ao perceber os sintomas de hidradenite supurativa nas axilas ou em outro local do corpo, procure um médico ou médica dermatologista, para que seus sintomas e lesões sejam avaliados e o melhor tratamento indicado, que varia com o estágio da doença.
A hidradenite não tem cura, mas o médico ou médica dermatologista pode indicar o uso de pomadas antibióticas e injeções de corticosteróides na área afetada, para o controle dos sintomas.
Em casos mais graves, pode ser necessária a realização de uma cirurgia para remover a região da pele que contém as glândulas defeituosas e enxertar uma pele saudável no local.
Distensão muscular
A distensão muscular ocorre quando algum esforço exagerado do músculo ou tendão provoca o estiramento ou o rompimento das fibras musculares, causando uma inflamação local.
Atividades como musculação, tênis e voleibol podem provocar a chamada distensão muscular aguda, que é quando os músculos precisam se contrair de maneira intensa e repentina.
A inflamação decorrente desse esforço pode provocar dores na axila, que irradiam para o braço.
O que fazer
Normalmente, esse tipo de dor melhora com o repouso e o uso de alguns analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides de venda livre.
A aplicação de compressa de gelo na região dolorida, três vezes ao dia, também pode ajudar a aliviar a dor e o inchaço.
Câncer de mama
Na maior parte dos casos, as dores nas axilas são sinais de algum problema de saúde menos grave, mas há possibilidade de indicar um câncer de mama em metástase.
Nos estágios iniciais, o câncer de mama se desenvolve de maneira silenciosa, sem causar sintomas. O primeiro sinal que pode sinalizar a presença de um tumor na mama é a presença de nódulo sentido na palpação.
Quando a dor aparece nas axilas, é um indicativo de que o câncer atingiu os linfonodos da região, o que provoca, também, um inchaço local.
O que fazer
O autoexame é fundamental para identificar o câncer em seus estágios iniciais, pois aumenta significativamente as chances de cura.
O exame de mamografia para rastreamento é indicado para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, a cada dois anos.
O tratamento varia com o estágio do câncer e pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Fontes e referências adicionais
- Dermatite de contato, Anais Brasileiros de Dermatologia, 2000 Set; 75(5): 529-548.
- Linfonodos axilares em pacientes com câncer de mama: avaliação ultrassonográfica, Radiologia Brasileira, 2014; 47(4): 240-244.
- Hidradenite supurativa: atualização e revisão de suas modalidades terapêuticas, Surgical Cosmetic Dermatology, 2014;6(3): 206-212.
Fontes e referências adicionais
- Dermatite de contato, Anais Brasileiros de Dermatologia, 2000 Set; 75(5): 529-548.
- Linfonodos axilares em pacientes com câncer de mama: avaliação ultrassonográfica, Radiologia Brasileira, 2014; 47(4): 240-244.
- Hidradenite supurativa: atualização e revisão de suas modalidades terapêuticas, Surgical Cosmetic Dermatology, 2014;6(3): 206-212.