É inegável que o novo coronavírus mudou a rotina e os hábitos diários de todos. Um estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo comprovou que estas mudanças chegaram também na dieta dos brasileiros.
Assim como a prática de exercícios físicos, a alimentação é uma das melhores maneiras de cuidar da sua imunidade e, portanto, se manter longe da COVID-19. Pensando nisso, a pesquisa buscou compreender os impactos da pandemia na dieta do brasileiro.
Entenda como nossos hábitos alimentares se modificaram nos últimos meses e descubra, ainda, como manter uma alimentação saudável nesta época de isolamento.
Dieta varia conforme classe social, aponta estudo
A dieta dos brasileiros mudou significativamente durante a pandemia. A pesquisa realizada pela USP concluiu sua primeira fase no último mês.
O estudo realizou um levantamento com cerca de 10 mil participantes. Durante o mesmo, foi feito um questionário online em que os pesquisadores indagavam os voluntários a respeito de sua alimentação e as mudanças ocorridas durante a pandemia.
Desta forma, o estudo observou uma disparidade na alimentação entre as classes sociais. De acordo com os primeiros dados levantados, o índice de ingestão de produtos saudáveis como hortaliças e frutas aumentou de 40,2% para 44,6% durante a pandemia entre as classes A e B.
Já entre as classes C e D houve um aumento no consumo de junk food, que são alimentos altamente calóricos e pouco nutritivos como pizzas, refrigerantes e doces, por exemplo.
A pesquisa apurou que no Nordeste, por exemplo, o consumo de alimentos industrializados aumentou de 8,8% para 10,9%.
Para os especialistas, estas mudanças apenas reforçaram os hábitos alimentares característicos destas classes sociais. Este estudo demonstra a desigualdade na distribuição de alimentos. Sendo assim, ele preocupa os especialistas, já que pode ter consequências a longo prazo.
Ansiedade pode ser um motivador para o aumento do consumo de junk food
Outra pesquisa também apontou um aumento de junk food entre os adolescentes. O estudo da sociedade Brasileira de Urologia revelou que seu consumo aumentou 54% entre os jovens.
Os pesquisadores entrevistaram 267 adolescentes. A ansiedade apareceu como um dos principais motivos para o aumento do consumo destes alimentos pouco nutritivos.
Conforme os cientistas responsáveis pela pesquisa divulgaram, os alimentos contidos nesse gênero de refeição costumam ser ricos em gordura e açúcar. Estes nutrientes atuam sobre o sistema cerebral de recompensa atenuando temporariamente sensações desconfortáveis.
Isso explica a escolha destes alimentos em tempos de estresse na pandemia, já que eles podem transmitir uma sensação falsa de conforto.
Portanto, os especialistas advertem para o risco da dependência. Por isso, é importante procurar ajuda médica caso este hábito já tenha se tornado um vício.
Saiba como manter uma alimentação saudável durante a quarentena
Como vimos, os hábitos alimentares dos brasileiros vêm mudando. Já que a dieta é uma ótima maneira de se manter saudável e evitar o novo coronavírus, é importante se manter informado sobre maneiras de melhorar sua alimentação.
Sabemos que manter uma alimentação equilibrada neste momento de crise é difícil. Deste modo, separamos alguns cuidados que você pode tomar para melhorar sua dieta:
- Dar preferência para alimentos orgânicos, buscando feiras onde eles estejam mais baratos;
- Beber bastante água;
- Evitar o consumo de álcool e cafés, já que podem piorar a ansiedade
- Cozinhar sempre que possível;
- Não exagerar na compra de junk food e doces quando for ao mercado;
- Pesquisar novos pratos saudáveis e fáceis de fazer.
Manter-se saudável nesta pandemia pode ser um desafio. No entanto, com algumas boas escolhas você chega lá!