Diabético pode fazer tatuagem? Essa é uma dúvida comum para quem tem a doença, uma vez que no procedimento ocorre uma lesão na pele, e a diabetes dificulta a cicatrização e aumenta o risco de infecções na pele.
Para fazer uma tatuagem, uma agulha é usada para injetar tinta sob a pele. Embora isso danifique a pele e inicie um processo de cicatrização, um diabético pode fazer uma tatuagem desde que tome alguns cuidados.
Primeiro, é fundamental que você tenha certeza de que sua diabetes está controlada antes de se submeter a uma tatuagem, já que a glicemia alta pode prejudicar a cicatrização e levar à complicações.
Ao fazer uma tatuagem, a segunda camada da pele chamada de derme é perfurada diversas vezes e cria-se uma “ferida”. Assim, uma tatuagem ou piercing ou qualquer outra lesão na pele quebra a barreira de proteção da mesma, o que pode ser a porta de entrada para microrganismos que causam infecções.
Como quem tem diabetes já tem uma dificuldade maior na cicatrização, é essencial tomar todas as precauções antes de fazer uma tattoo para que a barreira da pele não fique exposta por muito tempo.
Vale lembrar que além da glicose, a pressão arterial sanguínea também pode subir durante o procedimento e ambos interferem negativamente na cicatrização e no risco de infecção pois enfraquecem o sistema imunológico. Esse risco é ainda maior quando a diabetes é do tipo 1 já que esta é uma doença autoimune.
Cuidados que um diabético deve ter ao fazer uma tatuagem
Os diabéticos podem sim fazer tatuagens, mas existem certos cuidados que reduzem o risco de complicações.
Por exemplo, checar a sua hemoglobina glicada por meio de um exame de sangue é uma boa estratégia para ter certeza de que sua diabetes está controlada. O ideal é que o nível de hemoglobina glicada esteja abaixo de 8%. Além disso, é importante que você não sofra de neuropatia diabética, doença renal ou doença cardíaca.
Outro cuidado tem relação com a região da tatuagem. Apesar de não ser uma regra, é prudente que o diabético evite tatuar certas partes do corpo em que há baixa circulação de sangue, como:
- Nádegas
- Parte da frente da perna
- Tornozelo
- Pé.
Como o fluxo sanguíneo é menor nessas regiões, o tempo de cicatrização pode ser maior e o risco de infecção é mais alto.
Também é recomendado evitar tatuar o local em que o diabético aplica injeções de insulina, como por exemplo os braços, o abdômen ou as coxas. Isso porque tais regiões já estão sujeitas a um grande estresse e a tatuagem só iria aumentar a sensibilidade da pele.
Se você não tem ideia de onde fazer sua tatuagem, a região do pulso é um bom local para os diabéticos, já que flui bastante sangue no local e a cicatrização pode ser um pouco mais rápida.
Dicas gerais sobre tatuagens seguras
Depois desse pequeno check-up e de definir o melhor local para a sua tatuagem, é preciso tomar os cuidados que qualquer pessoa que quer fazer uma tattoo deve ter, tais como:
- Garanta que o tatuador use materiais esterilizados bem como luvas;
- Observe se o local é limpo e se o tatuador segue boas medidas de higiene;
- Cuide da higiene da pele após fazer a tatuagem, seguindo sempre as orientações do seu tatuador ou médico;
- Manter uma alimentação saudável com alimentos que ajudam na cicatrização e que são anti-inflamatórios. Saiba o que não pode comer quando se faz tatuagem.
Hoje em dia, existem até tatuagens para diabéticos que ajudam na identificação da doença em caso de emergências médicas. Ao tatuar um símbolo na pele mostrando que se tem diabetes, a equipe médica pode ter essa informação mesmo se a pessoa estiver desacordada.
Além disso, é possível que pessoas com diabetes bem controlada façam qualquer tatuagem que desejar de forma segura. Assim, se você controla a doença e quer fazer uma tatuagem, vá em frente.
Fontes e referências adicionais
- What Do People Really Know About the Medical Risks of Body Ink?. J Clin Aesthet Dermatol. 2018; 11(3): 30-35.
- Medical Complications of Tattoos: A Comprehensive Review. Clinic Rev Allerg Immunol, 2016, 50, 273–286.
- Diabetes and Risk of Surgical Site Infection: A Systematic Review and Meta-analysis. Infection Control & Hospital Epidemiology, 2016, 37(1), 88-99.
- Tattoo Ink–Related Infections — Awareness, Diagnosis, Reporting, and Prevention, N Engl J Med 2012; 367: 985-987.
- Tattoos: 7 unexpected skin reaction and what to do about them, American Academy of Dermatology Association
- I have diabetes. Can I get a tattoo?, Cleveland Clinic
Fontes e referências adicionais
- What Do People Really Know About the Medical Risks of Body Ink?. J Clin Aesthet Dermatol. 2018; 11(3): 30-35.
- Medical Complications of Tattoos: A Comprehensive Review. Clinic Rev Allerg Immunol, 2016, 50, 273–286.
- Diabetes and Risk of Surgical Site Infection: A Systematic Review and Meta-analysis. Infection Control & Hospital Epidemiology, 2016, 37(1), 88-99.
- Tattoo Ink–Related Infections — Awareness, Diagnosis, Reporting, and Prevention, N Engl J Med 2012; 367: 985-987.
- Tattoos: 7 unexpected skin reaction and what to do about them, American Academy of Dermatology Association
- I have diabetes. Can I get a tattoo?, Cleveland Clinic