Confira se um diabético pode comer melão ou se essa fruta deve ser um dos alimentos evitados na dieta por conta da influência nos níveis de açúcar.
Quando pensamos em comidas saudáveis, é normal que um dos grupos de alimentos a aparecer na nossa mente sejam as frutas. Até porque elas são bastante conhecidas por servirem como fonte de nutrientes importantes para o nosso organismo.
Um belo exemplo é o melão, que é composto por cálcio, potássio, vitamina A, vitaminas do complexo B e vitamina C. Aproveite e veja todos os benefícios do melão e entenda se melão tem carboidrato e fibras.
Mas será que todo mundo pode comer o melão? Mesmo quando a pessoa tem alguma doença crônica? Por exemplo, o diabético pode comer melão ou não?
A diabetes
Algo que vai nos ajudar muito em nossa discussão se o diabético pode comer melão ou não é conhecer melhor a doença. Então, vamos lá?
A diabetes é caracterizada por níveis muito elevados de glicose (açúcar) no sangue. Essa substância é a maior fonte de energia para o nosso organismo e é oriunda dos alimentos que consumimos nas refeições.
Uma pessoa desenvolve a condição quando o seu corpo não dá conta de produzir uma quantidade suficiente ou qualquer quantia de insulina ou não consegue utilizar o hormônio adequadamente.
Isso faz com que a glicose permaneça no sangue e não atinja as células do organismo, já que a insulina é justamente responsável por auxiliar a glicose obtida através da dieta a chegar até as nossas células e ser utilizada como energia.
Ao descobrir que sofre com a diabetes, é fundamental que o paciente não perca tempo e obedeça a todas as orientações passadas pelo médico para o seu tratamento.
Até porque, com o passar do tempo, ter níveis elevados de glicose no sangue pode gerar uma série de complicações como doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), doença nos rins, problemas nos olhos, doenças dentárias, danos nos nervos e problemas nos pés.
Afinal, será que o diabético pode comer melão?
Segundo o nutricionista e consultor da Associação Diabética Britânica (Diabetes UK), Douglas Twenefour, as frutas não devem ser excluídas da alimentação das pessoas que sofrem com a diabetes porque, ao lado dos vegetais, elas diminuem os riscos de desenvolvimento de doenças como pressão arterial alta, doenças no coração, acidente vascular cerebral (AVC), obesidade e alguns tipos de câncer.
De acordo Twenefour, “é ainda mais importante para as pessoas com diabetes comer mais frutas e vegetais, já que essas condições têm mais tendência de afetá-los”. Ele ainda afirmou que as frutas não aumentam as taxas de glicose no sangue de uma maneira tão acentuada quanto outras comidas com carboidratos como pão branco e o próprio pão integral.
E apesar de algumas frutas conterem mais açúcar do que as outras, isso não significa que o diabético não possa consumi-las.
A quantidade total de carboidratos encontrada em um alimento afeta os níveis de glicose no sangue mais do que o tipo de carboidrato, seja esse carboidrato açúcar ou amido (um tipo de carboidrato, assim como o açúcar).
Quando analisamos se o diabético pode comer melão, a notícia boa neste sentido é que a fruta é considerada um alimento low carb.
Por outro lado – o índice glicêmico do melão
A Associação Americana de Diabetes sugere escolher frutas que tenham um índice glicêmico baixo.
O índice glicêmico é usado como uma referência para medir como um alimento contendo carboidratos eleva a glicose sanguínea. Os alimentos são classificados baseado em como eles elevam o açúcar no sangue em comparação a um alimento referência como o açúcar ou o pão branco.
Um alimento com índice glicêmico alto vai elevar a glicose sanguínea mais do que um alimento com um índice glicêmico médio ou baixo.
Embora a maioria das frutas apresente um índice glicêmico de nível leve a moderado, itens como o melão e o abacaxi são exceção a essa regra. O melão contém um índice glicêmico alto.
Isso não significa que o diabético não possa comer abacaxi ou melão, mas se notar que o seu açúcar no sangue tem picos depois de comer um ou outro, é melhor evitá-los no futuro.
Também é importante notar que o índice glicêmico de um alimento é diferente quando consumido sozinho e quando combinado com outros alimentos. Por exemplo, se você está comendo uma fruta de índice glicêmico alto como o melão, pareá-lo com um alimento de índice glicêmico baixo como o queijo de baixo teor de gordura pode ajudar a equilibrar o efeito dos níveis de açúcar no sangue.
O ideal e seguro mesmo é que você converse com o médico e o nutricionista que acompanham o seu caso para saber como deve incluir o melão em suas refeições: qual é a quantidade limite, com que frequência a fruta pode aparecer e na companhia de quais outros alimentos ela deve ser ingerida.
Até porque, em um artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ainda não existe um consenso entre os órgãos mundiais de saúde a respeito do uso do índice glicêmico como estratégia primária para o planejamento da dieta de indivíduos com diabetes, já que a relevância e a praticidade do método é questionada.
É importante ressaltar também que as recomendações a respeito do consumo do melão podem variar de paciente para paciente, já que cada quadro de diabetes tem as suas próprias características e necessidades. Portanto, o jeito mesmo é buscar o conselho profissional.
Lembre-se ainda de que este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir as orientações qualificadas do médico e do nutricionista.
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