A diabetes é caracterizada pelo descontrole dos níveis de açúcar no sangue. Isso porque o quadro da condição é desenvolvido quando o organismo não é capaz de produzir insulina ou não consegue utilizar adequadamente o hormônio que produz. Ela trabalha justamente no controle da quantidade de glicose encontrada no sangue.
Para não sofrer complicações provenientes da elevação das taxas de açúcar no sangue, como danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos, ao ser diagnosticado com a doença, o paciente deve seguir o tratamento indicado pelo médico.
Entre várias medidas, isso inclui e exige que sejam feitas adaptações na alimentação, de modo que a dieta favoreça o controle dos níveis de glicose no sangue.
- Veja também: Dicas de dieta para diabéticos.
Diabético pode comer açúcar mascavo?
Se a diabetes traz consigo o descontrole das taxas de açúcar no sangue, então quem tem a doença não pode ingerir açúcar, certo?
É importante saber que não é o açúcar que causa a diabetes. Como vimos no início deste artigo, ela é desenvolvida por conta de problemas relacionados à maneira que o corpo utiliza a insulina. Além disso, no caso da diabetes do tipo 1, o problema surge, entre outros fatores, por questões genéticas.
Já em relação à diabetes do tipo 2, a Associação Americana de Diabetes explica que um dos maiores fatores de risco para o surgimento da doença é o excesso de peso, que pode ser motivado pelo consumo em excesso do açúcar através de guloseimas.
Segundo a associação, no passado as pessoas com diabetes eram aconselhadas a evitar o açúcar por completo. No entanto, agora a convenção é que os diabéticos reservem os doces cheios de açúcar para ocasiões especiais (e raras) e baseiem a alimentação em comidas mais nutritivas como vegetais, grãos integrais, frutas, produtos laticínios livres de gorduras, peixes e carnes magras.
E onde o açúcar mascavo entra nisso tudo? Como saber se o diabético pode comer açúcar mascavo ou não? Bem, a Associação Americana de Diabetes lista o ingrediente com um dos adoçantes com calorias e carboidratos.
A contagem de carboidratos
Para a organização, enquanto o tipo de carboidrato consumido afeta os níveis de glicose no sangue, algo que exerce ainda mais interferência neste sentido é a quantidade da substância que é ingerida.
Vale lembrar que os carboidratos são formados por blocos de moléculas de açúcar e adquirem a forma de açúcar depois de passar pelo sistema digestivo. Depois disso é que eles são utilizados como fonte de energia por parte do corpo humano.
Uma colher de sopa de açúcar mascavo (5g) é composta por 4,7 g de carboidratos. Essa é só um pouquinho a menos que a quantidade de carboidratos presentes no açúcar refinado. Então, o mesmo cuidado que o diabético deve ter com açúcar branco refinado deve ter com açúcar mascavo.
Muitas pessoas consideram que o açúcar mascavo, embora mais saudável, tem um poder de adoçar menor do que o açúcar refinado. Sendo assim, para adoçar um suco ou receita qualquer, pode ser necessário que a receita fique com mais carboidratos, o que não é muito bom.
Recomendação da Associação Americana de Diabetes
Segundo a Associação Americana de Diabetes, o limite do consumo de carboidratos fica entre 45 g e 60 g para a maioria das pessoas. Entretanto, a própria organização afirma que o organismo de cada pessoa responde de uma maneira em relação ao aumento dos níveis de glicose no sangue.
Isso significa que a quantidade máxima ideal de carboidratos que cada diabético deve consumir difere de caso para caso. Daí a importância de ter o acompanhamento de um médico e nutricionista e conhecer qual é o limite indicada para o seu caso em particular.
Para manter os níveis de açúcar no sangue controlados, a organização aconselha substituir os doces e ingredientes adoçantes – grupo em que o açúcar mascavo está incluído – como fontes de carboidratos por outros alimentos que contenham o nutriente em sua composição como leite, frutas, pães, sucos, iogurtes e batatas, por exemplo.
Veja que a orientação não é eliminar os carboidratos da dieta, mas saber controlar a sua ingestão no dia a dia.
Como consumir o açúcar mascavo
Entretanto, não estamos dizendo que é totalmente errado afirmar que o diabético pode comer açúcar mascavo. A questão é que ele não é classificado como uma fonte preferencial de carboidratos e, portanto, deve ser utilizado com sabedoria e moderação.
Por exemplo, você vai comer um docinho ou sobremesa feita com o açúcar mascavo? Então, para que isso não prejudique o controle da diabetes a regra é cortar outra fonte de carboidratos presente na refeição.
É como se fosse uma troca. Vamos supor que você deseje comer biscoitinhos tipo cookies no lanche ao lado de um sanduíche de frango na hora do jantar. Para saborear o cookie sem causar problemas, será necessário trocar o pão utilizado no sanduíche por um com menos calorias e menos carboidratos ou utilizar uma fatia no lugar de duas.
Conforme informou a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a ingestão do açúcar mascavo para os diabéticos está liberada desde que a sua quantidade nutricional seja levada em consideração na hora de contar as calorias e carboidratos que podem ser consumidos em cada dia, conforme o que foi indicado pelo médico e nutricionista.
A médica Ana Maria Calábria, da gestão 2008-2009 do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD, atentou para o fato de que a diferença entre o açúcar refinado e o mascavo em relação ao teor de carboidratos não é significativa.
Ela ainda explicou que o que difere um açúcar do outro é que o mascavo não passa pelo processo de refinamento, não recebe aditivos químicos e, portanto, carrega valores maiores de nutrientes como cálcio, magnésio, fósforo, potássio, cobre, vitamina B1 e vitamina B6.
Entretanto, a médica afirmou que isso não significa que os diabéticos devam utilizá-lo como substituto do açúcar branco, já que os efeitos em relação à glicose no sangue são parecidos. Além disso, esses nutrientes a mais que o mascavo apresenta podem ser obtidos por meio do consumo de outros alimentos.
Outras informações sobre a diabetes
A mudança da alimentação é somente uma das estratégias para controlar a condição. Outros aspectos que fazem parte do tratamento são: a prática de atividades físicas, a checagem da glicemia, a aplicação de insulina, o uso de medicamentos, o cuidado com a saúde bucal, o controle do estresse, a eliminação do cigarro e a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas.
Já a lista de sintomas da doença é composta por: sede excessiva, fome excessiva, infecções frequentes nos rins, na pele e na bexiga, demora na cicatrização de feridas, alterações na visão, formigamento nos pés, furúnculos, vontade frequente de urinar, emagrecimento, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudança de humor, náusea e vômito.
Se você já experimentou ou experimenta alguns desses sintomas, vale a pena buscar ajuda médica e realizar exames para identificar se tem a doença ou não. Assim, caso realmente tenha a condição poderá dar início ao tratamento prontamente e evitar que complicações sejam desenvolvidas.
Vídeos:
Gostou das dicas?
Os mais dificeis de tirar foram o açúcar e batatas. Eu comia batatas fritas todos os dias no almoço e no jantar.