Muitas mulheres têm medo de trocar o anticoncepcional que usam, pois não sabem como fazer isso sem o risco de engravidar.
Entretanto, saiba que é possível trocar de pílula, ou outros métodos contraceptivos, de forma segura e com o menor risco possível para a saúde ou de gravidez.
Por isso, a seguir vamos conhecer as melhores formas para minimizar esse risco, específicas para cada tipo de anticoncepcional disponível no mercado.
Importante: Esse artigo tem um caráter meramente informativo, e não deve substituir a orientação de um médico. Por isso, caso deseje trocar de método anticoncepcional, marque uma consulta com seu ginecologista para que ele possa avaliar melhor seu caso e indicar as opções mais adequadas.
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Tipos de contraceptivos
Existem muitos métodos contraceptivos disponíveis para o controle de natalidade, e muitos podem ser usados como tratamento para algumas condições de saúde, como no caso da síndrome dos ovários policísticos, da endometriose e das cólicas menstruais intensas.
São eles:
- Pílula combinada: contém estrogênio e progestina sintéticos
- Minipílula: contém apenas progestina sintética
- Preservativos: método de barreira que evita a passagem do esperma
- Dispositivo intrauterino (DIU): dispositivo que é inserido no útero da mulher, e pode ser metálico (de cobre ou prata) ou hormonal
- Anticoncepcional injetável: injeções hormonais que são aplicadas a cada 1 ou 3 meses
- Anel vaginal: dispositivo em forma de anel que é inserido na vagina e libera hormônios
- Adesivos: adesivos que também liberam hormônios, que são absorvidos pela pele.
Por que mudar de anticoncepcional?
Como muitas mulheres sofrem com os efeitos colaterais, ou simplesmente não se adaptam a algum método contraceptivo, a troca é comum, e deve sempre ser feita com cautela, para evitar uma gravidez indesejada.
Além disso, existem outros motivos que podem levar à escolha de outro método anticoncepcional, como:
- Busca por métodos mais seguros
- Condições de saúde subjacentes que exijam outro tipo de contracepção
- Preferência pessoal.
Como trocar de anticoncepcional sem risco de engravidar?
A melhor forma de mudar de anticoncepcional vai depender principalmente do método que está utilizando e do que foi escolhido para a substituição.
Por isso é importante discutir com seu ginecologista quais opções estão disponíveis e quais são as mais indicadas para você.
Mas, de forma geral, existem 2 maneiras de reduzir o risco de engravidar durante a troca de anticoncepcional:
1. Sem pausas
Esse método é usado principalmente na troca de pílula combinada para minipílula ou vice-versa. Entretanto, a prática pode ser aplicada para outros tipos de contraceptivos, como veremos mais adiante.
Assim, a recomendação é terminar o uso de um medicamento num dia, e iniciar o outro no seguinte, sem fazer pausas.
Mas, se você ficar um ou mais dias sem tomar nenhum anticoncepcional, há um risco maior de engravidar.
2. Uso de métodos de barreira
Essa é a maneira mais fácil de prevenir a gravidez para esses casos, pois basta usar um método de barreira, como o preservativo, durante as relações sexuais nos primeiros sete dias da troca.
Além disso, o preservativo é bastante seguro não só para evitar uma gravidez indesejada, como também para proteger o corpo de doenças sexualmente transmissíveis.
Veja também: Esqueci de tomar anticoncepcional. O que fazer?
O risco de usar dois métodos hormonais ao mesmo tempo
Durante a troca do método contraceptivo, muitas mulheres pensam em começar um novo anticoncepcional enquanto ainda estão usando outro, para evitar a gravidez de forma mais eficaz.
Entretanto, esse método pode trazer riscos, uma vez que o organismo começa a receber mais hormônios do que é recomendado, aumentando assim a ocorrência de efeitos colaterais.
Por isso, o ideal é terminar de usar o método contraceptivo hormonal e só então iniciar outro, de preferência no dia seguinte ao último comprimido ou injeção, ou ainda no dia da retirada de DIU, anel vaginal ou adesivo.
Recomendações para cada tipo de contraceptivo
Agora que já conhecemos algumas formas gerais de métodos de troca de anticoncepcional, vamos entender como fazer a mudança levando em conta cada método específico:
- Mudando da pílula combinada para a minipílula e vice-versa: Para trocar de pílulas, você deve usar o método sem pausas. Além disso, em alguns casos, o seu médico pode indicar o uso de preservativo na primeira semana após a troca.
- Mudando de fabricante de pílula: Se você vai continuar usando o mesmo princípio ativo e só vai trocar a marca da pílula, você deve terminar a cartela antiga de comprimidos e só então iniciar a nova cartela, sem necessidade de maiores cuidados.
- Mudando de pílulas para outros métodos: Iniciar o novo método contraceptivo após terminar a cartela da pílula que usa normalmente. E, nesse tipo de troca, pode ser que seu médico indique o uso de preservativos por uma semana.
- Mudando de adesivos para outros métodos: A troca deve ser feita após a retirada do adesivo, de preferência no dia seguinte. Nesse caso, é recomendado usar um método de barreira durante os primeiros 7 dias da troca.
- Mudando de anel vaginal para outros métodos: Deve-se começar o novo método contraceptivo no dia seguinte à retirada do anel vaginal. Nesse caso, também é recomendado usar um método de barreira durante os primeiros 7 dias.
- Mudando de injeções de progestina para outros métodos: Iniciar o outro método na data prevista na qual a próxima injeção seria aplicada. Caso tenha se passado mais tempo, pode ser necessário o uso de preservativos durante os primeiros dias.
- Mudando de DIU para outros métodos: Começar o outro método no dia seguinte à remoção do DIU. Entretanto, é importante ressaltar que alguns ginecologistas recomendam esperar a menstruação descer antes de iniciar um novo tratamento anticoncepcional.
Dicas e cuidados
Agora que já vimos como fazer a troca de anticoncepcional sem risco de gravidez, é importante esclarecer mais algumas coisas:
- O uso da pílula anticoncepcional, assim como outros métodos contraceptivos, ajuda a evitar a gestação indesejada. Entretanto, apenas o preservativo é eficaz na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
- Além disso, é preciso ressaltar que não existe método anticoncepcional com 100% de eficácia, e que os riscos de gravidez, apesar de bem pequenos, existem.
- Outro ponto a se atentar é que nem todas as mulheres se adaptam à determinados métodos anticoncepcionais, e por isso a escolha deve ser feita sempre com o auxílio médico, após a realização de exames, quando indicados.
- Por fim, é importante lembrar que alguns anticoncepcionais são usados para tratar condições de saúde relacionadas aos hormônios sexuais, como TPM, acne e hirsutismo (excesso de pelos em mulheres), e por isso a sua escolha depende de muitos fatores, que devem ser avaliados por seu médico.
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Fontes e referências adicionais
- How to Switch Birth Control Methods, Am Fam Physician. 2011 Mar 1;83(5):575-576.
- What do I have to do to change my birth control prescription?, Planned Parenthood Federation of America Inc.
- Provision of Contraception: Key Recommendations from the CDC, Am Fam Physician. 2015 May 1;91(9):625-633.
- How to Switch Birth Control Methods, Reproductive Health Access Project
- Birth control pills or vaginal ring, Mayo Clinic
- Summary Chart of U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, CDC.gov
- Your contraception guide, NHS
Fontes e referências adicionais
- How to Switch Birth Control Methods, Am Fam Physician. 2011 Mar 1;83(5):575-576.
- What do I have to do to change my birth control prescription?, Planned Parenthood Federation of America Inc.
- Provision of Contraception: Key Recommendations from the CDC, Am Fam Physician. 2015 May 1;91(9):625-633.
- How to Switch Birth Control Methods, Reproductive Health Access Project
- Birth control pills or vaginal ring, Mayo Clinic
- Summary Chart of U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, CDC.gov
- Your contraception guide, NHS