Para se dar bem nos treinos e nos exercício que realiza é preciso ficar atento a alguns detalhes importantes como a escolha do seu tênis para corrida. Existem muitas opções de tênis disponíveis no mercado para diversas situações e necessidades, e para não comprar qualquer um, é necessário saber as principais diferenças entre eles.
Escolher o tênis para corrida ideal dentre as variadas opções de marcas e modelos pode não ser uma tarefa tão simples e exige uma pesquisa minuciosa que vai muito além da escolha da cor e do preço mais atrativo. Comprar um tênis é tão importante quanto escolher um novo celular, ou seja, é preciso estar atento à funcionalidade, material e neste caso, tipo de corrida e a pisada do seu pé.
1. Qual é o seu tipo de pisada?
Se você acha que todas as pessoas pisam da mesma forma você está muito enganado. Cada pessoa possui uma espécie de pisada e saber qual é a sua é o primeiro passo para saber escolher o tênis que melhor se encaixe no seu pé, seja confortável e permita uma corrida livre de problemas. Um teste simples para descobrir qual a forma que a pisada do seu pé deixa no chão é molhar o pé e caminhar sobre uma folha de papel para visualizar o desenho que é formado. Assim, você terá a forma certa da sua pegada. São basicamente três tipos de pisada: neutra, pronada e supinada.
A pisada neutra é o tipo ideal de pisada, pois apresenta um nível equilibrado de pronação e supinação, o arco do pé tem altura média e o calcanhar permanece em posição vertical quando comparado ao solo, e portanto esse corredor possui menos riscos de lesão.
A pisada pronada apresenta rotação interna excessiva do pé e também do tornozelo. Esse corredor tem mais riscos de dores na canela e articulações se optar pelo calçado equivocado.
Na pisada supinada o pé rola para o lado de fora, ou seja, apenas as partes do calcanhar e ponta dos pés têm contato com o solo, o que demonstra um pé cavo, sem o arco. Esse corredor também está mais suscetível a lesões.
O tipo de pisada está relacionado a outras características do corpo como disposição dos joelhos, ângulo do quadril, flexibilidade de articulações, equilíbrio muscular e, obviamente, o tipo de pé da pessoa. Escolher o tipo certo de tênis para corrida com base no formato do seu pé impede lesões leves e ósseas, formação de bolhas e calos, tendinites e outros problemas que costumam ser bastante desconfortáveis.
2. Partes do tênis
Um tênis para corrida é composto por diversas partes que integram o todo. As partes que devem acompanhar um tênis desses são: o cabedal, palmilha, sola, entressola, sistema de amarração e talão. Todas essas partes devem ter boa qualidade para que o calçado seja perfeito para o seu pé.
O cabedal é a parte superior do tênis que pode aparecer em couro ou tecido e tem a função de proteger e proporcionar conforto para os pés. A palmilha atua na postura, garantindo que os pés fiquem na posição correta para corrida. A entressola, que fica entre o cabedal e a sola, tem a responsabilidade de reduzir os impactos e controlar os movimentos. Nessa área, como o objetivo é absorver os impactos, podem ser utilizados espumas ou até mesmo molas para melhorar o desempenho. A sola é a parte que fica em contato com o solo e tem a função de garantir a estabilidade e tração para as corridas.
Os cadarços e passantes também são importantes, pois trata-se do sistema de amarração que dá mais firmeza aos pés, evitando que eles se soltem. O ideal é que os fios fiquem firmes, mas sem apertar os pés para não lesionar. A parte inferior do tênis é denominada de talão e merece destaque nos tênis para corrida, pois vem reforçada para firmar o calcanhar e garantir uma passada mais firme, o que evita torções. Sabe-se que um bom tênis tem vida útil de seis meses de uso intenso e contínuo ou 700 km.
3. Categorias de tênis
Existem cinco categorias de tênis de corrida, são eles: estabilidade, controle de movimento, amortecimento, performance e trilha. O critério é estabelecido pela Runner’s World e é o mais utilizado pelas empresas. Os tênis de controle de movimento são os mais rígidos, pesados, mas muito duráveis. O solado é plano, dando mais estabilidade e suporte durante os movimentos. Corredores que possuem pé chato podem preferir esse tipo de tênis pelo conforto que ele proporciona devido ao espaço no calcanhar para um encaixe perfeito. O estabilidade é uma categoria com um solado semi-curvo e tem um bom amortecimento, durabilidade e suporte. Corredores com peso médio e que não tenham super pronação podem preferir esse tênis para corrida.
O amortecimento refere-se aos calçados de solas mais macias, com bastante amortecimento e suporte. Geralmente possuem solado curvo e semi-curvo. Se você não tiver um grau alto de pronação e não precisar de muito suporte pode optar por esse modelo. A categoria performance apresenta solado curvo ou semi-curvo e é mais leve do que os outros, perfeito para treinos que exigem um ritmo rápido, como competições de corrida. E, por último, a categoria trilha, que como o nome já diz foi desenvolvido para corridas em locais acidentados ou com lama. Possui maior tração e é estável e durável.
4. Local e tipo de corrida
O local onde serão realizados os treinos, no caso as corridas, influencia muito na escolha do tênis. Tenha em mente se você treina no asfalto, areia, estrada de terra com lama, enfim, esses detalhes são importantes para escolher o melhor tênis para corrida para você.
Se correr em terrenos irregulares, você pode optar pela categoria trilha, se correr em asfaltos duros você precisará de um calçado da categoria amortecimento e por aí vai. O seu desempenho também conta muito na escolha do tênis. Se você for um atleta experiente e veloz, você poderá preferir o performance que é ideal para participar de competições rápidas, por ser mais leve. Para maratonas longas existem algumas opções com maior grau de amortecimento.
Além de saber como escolher um bom tênis para corrida, deve-se saber a hora certa de aposentá-lo. Insistir no uso de um calçado por muito tempo, por mais que você goste dele, pode prejudicar sua saúde. Os sinais mais claros de que está na hora de trocar são as solas desgastadas. Corredores mais dinâmicos ou pesados terão de trocar o tênis em no máximo seis meses, agora, aqueles corredores mais leves ou que correm menos podem ter um tênis com mais durabilidade.