Enquanto o mundo espera por uma vacina contra a COVID-19, cientistas apresentaram ontem, 14/09, na revista científica Cell, um pequeno componente de anticorpo eficaz contra o novo coronavírus em ratos e hamsters.
Eles encontraram a molécula entre mais de 100 bilhões candidatos em potencial. Conforme o Centro Médico da Universidade de Pittsburgh (UPMC, sigla em inglês), o componente é 10 vezes menor que um anticorpo de tamanho completo.
Assim, os pesquisadores usaram a molécula para produzir a Ab8, uma droga com potencial uso terapêutico e preventivo contra a COVID-19.
Uma equipe da Universidade do Texas e do Laboratório Nacional de Galveston, nos Estados Unidos, testou a Ab8 e verificou que ela bloqueia a entrada do vírus nas células.
Aliás, em experimentos com ratos, os animais que receberam a droga tiveram uma quantidade 10 vezes (10-fold) menor do vírus. Isso em comparação aos que não se submeteram ao tratamento com ela.
“Anticorpos maiores funcionaram contra doenças infecciosas e foram bem tolerados. Isso nos dá a esperança de que ela (a Ab8) poderia ser um tratamento efetivo para pacientes com COVID-19”, afirmou o coautor da pesquisa, John Mellor.
Outra expectativa é de que a droga poderia servir como uma proteção para quem nunca teve a doença e não é imune a ela, completou Mellor. Ele também é chefe da divisão de doenças infecciosas da UPMC.
Os cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh isolaram o composto. Trata-se da menor molécula até agora a neutralizar completa e especificamente o novo coronavírus.
Pesquisadores da Universidade da Carolina no Norte, Universidade do Texas, Universidade da Colúmbia Britânica e Universidade de Saskatchewan também avaliaram a Ab8.
Além disso, a Abound Bio, uma empresa com apoio da UMPC, já licenciou a Ab8 para desenvolvimento mundial.
O composto é uma variável, domínio de cadeia pesada de uma imunoglobulina, um tipo de anticorpo presente no sangue.
O tamanho pequeno da molécula aumenta o seu potencial de propagação nos tecidos. Assim como permite que a administração da droga por vias alternativas, como inalação.
Além disso, ela não se liga a células humanas. O que se considera ser um sinal de que o composto não provoca efeitos colaterais negativos em pessoas.
A produção da Ab8 envolve a fusão do domínio de cadeia pesada com parte da região da cauda da imunoglobulina. O que agrega às funções imunes de um anticorpo de tamanho completo. Porém, sem adicionar o seu volume.
Enquanto não temos a certeza se o pequeno componente de anticorpo poderá ser usado em humanos e nem de quando isso poderá ocorrer, o que fazer?
Continuar a seguir os cuidados básicos contra a COVID-19, que incluem lavar bem as mãos, evitar aglomerações e usar máscaras, por exemplo.
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