Um cientista e oficial aposentado da Marinha dos Estados Unidos está vivendo no fundo do Oceano Atlântico em prol de uma missão revolucionária.

Joseph Dituri, de 55 anos, já passou 94 dias no fundo do mar em uma cápsula de aproximadamente nove metros de comprimento e deverá permanecer ali por mais seis dias, estabelecendo um novo recorde mundial de tempo de permanência subaquática, que anteriormente era de 73 dias. Confira: Um homem passará 100 dias debaixo d’água: isso é o que pode acontecer com seu corpo.
Objetivo da missão e observações
A missão de Dituri é estudar como um ambiente pressurizado afeta o corpo humano. A sua permanência estendida na cápsula subaquática é uma oportunidade única para analisar e compreender como o corpo humano responde a essas condições extremas.
Lá, ele testa tecnologias que poderão ser usadas em viagens espaciais, como a ida à Marte, além de executar testes e tratamentos voltados para reverter a perda muscular e desacelerar o envelhecimento.
A rotina subaquática de Dituri inclui trabalhar por uma hora de quatro a cinco dias por semana e ter acesso a ciclos de exercícios.
Uma das coisas que o cientista observou foi que o seu metabolismo aumentou, o que fez com que o seu corpo ficasse mais magro. Apesar disso, a sua massa muscular não mudou desde que estava na superfície, o que é considerado um feito notável.
Rejuvenescimento no fundo do mar
Além disso, exames mostraram mudanças surpreendentes no seu corpo. Dituri descobriu que os seus telômeros, compostos no final dos cromossomos que encurtam com o envelhecimento, agora são 20% mais longos. Telômero, a chave contra o envelhecimento?
De acordo com o cientista, isso é equivalente a um rejuvenescimento de mais de 10 anos.
- Confira também: Novo medicamento revolucionário pode impedir o envelhecimento.
- Aqui temos: 10 alimentos que retardam o envelhecimento.
Adicionalmente, a quantidade de células-tronco no seu corpo aumentou bastante: Dituri revelou que tem até 10 vezes mais células-tronco em comparação a quando se mudou para a cápsula, em março.
Quando as células-tronco aumentam no nosso corpo, isso pode ajudar na regeneração e reparação de tecidos danificados, melhorando a saúde e o processo de cicatrização.
- Veja também: 11 maiores causas do envelhecimento precoce.
Ele ainda disse que consegue atingir de 60% a 66% de sono REM profundo todas as noites, que os seus marcadores inflamatórios reduziram pela metade e que o seu colesterol diminuiu 72 pontos.
Essas descobertas podem ter implicações promissoras no campo da medicina regenerativa e na busca por terapias que promovam a saúde e a longevidade.
As mudanças na saúde observados durante a missão de Dituri são atribuídos à pressão do ambiente subaquático.
O processo é semelhante às câmaras hiperbáricas, que são conhecidas por melhorar o fluxo sanguíneo, o metabolismo e a microestrutura cerebral, o que tem como consequência mudanças positivas na funções cognitivas e físicas, no sono e na marcha.
Preparação para viagem até Marte
Além de suas descobertas pessoais, Dituri também está testando tecnologias que podem ser aplicadas em futuras missões espaciais, especialmente para Marte.
Ele está investigando um dispositivo semelhante ao tricorder da famosa série de ficção científica Star Trek, que pode monitorar a saúde das pessoas e identificar se elas precisam de cuidados médicos.
Além disso, Dituri está dedicando os seus esforços para investigar formas de prevenir a perda de massa muscular no espaço.
Essa é uma preocupação recorrente para os astronautas que passam longos períodos na Estação Espacial Internacional.
A casa do cientista no fundo do mar
A cápsula inclui uma área de trabalho, cozinha, banheiro e dois quartos. Há até mesmo uma pequena “piscina” que funciona como entrada e saída da cápsula.
O local também conta com uma janela com vista para o oceano, além de ser equipada com TV, cafeteira frigobar e micro-ondas. O cientista dorme em uma cama de solteiro com um pequeno beliche em cima. As informações são de Época NEGÓCIOS.