A dor nas juntas é aquela que ocorre no encontro de dois ou mais ossos do corpo, locais anatomicamente chamados de articulações. Não é incomum encontrar pessoas que sofrem com dores nos ombros, nos cotovelos e nos joelhos, por exemplo.
Na medicina, a dor nas juntas, ou nas articulações, é chamada de artralgia. Quando várias juntas do corpo doem ao mesmo tempo, a condição é chamada de poliartralgia, típica de doenças como a fibromialgia.
As juntas são fundamentais para a movimentação do nosso esqueleto e podem ficar doloridas por vários fatores, como envelhecimento, sobrepeso, lesões e até pelo uso excessivo daquela articulação.
Em alguns casos, as juntas só doem com o movimento, em outros, podem doer mesmo em repouso.
As principais formas de prevenir as dores nas juntas é cultivando o hábito de praticar atividades físicas diárias, alimentar-se de forma saudável, evitar movimentos repetitivos e o excesso de estresse mental.
As especialidades médicas que tratam de dores nas juntas são a ortopedia e a reumatologia. Caso a sua dor nas juntas seja persistente ou cause deformações no seu corpo, procure ajuda de um médico ou médica especialista.
Veja quais são as principais causas de dor nas juntas e o que fazer.
Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, que pode afetar várias articulações do corpo, especialmente as da mão e do punho. A causa dessa doença não é conhecida e tende afetar com mais frequência mulheres do que homens, a partir dos 30 anos.
Os sintomas são os mesmos da artrite: dor, inchaço, calor e vermelhidão. A dor nas juntas é mais comum pela manhã, sintoma chamado de rigidez matinal. Com a progressão da doença, os membros afetados podem ficar deformados, o que pode impedir a pessoa de desempenhar suas tarefas profissionais e pessoais.
As articulações que mais são afetadas com deformações são as dos dedos, levando ao desenvolvimento de padrões chamados de pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e joanete.
O que fazer
Se esses sintomas estiverem presentes por, pelo menos, 6 semanas, é possível que você tenha artrite reumatoide. Para obter um diagnóstico preciso, consulte um médico ou médica reumatologista, que é o profissional capacitado para desenvolver um plano de tratamento para você, que visa:
- Controlar a atividade da doença.
- Prevenir a incapacidade funcional da articulação.
- Prevenir lesões na articulação afetada.
Isso é feito com a administração de anti-inflamatórios e corticoides, além de drogas que modulam a atividade do sistema imunológico, para que pare de atacar as próprias articulações do corpo.
A fisioterapia e a terapia ocupacional auxiliam a pessoa com artrite reumatoide a voltar às suas atividades, por meio do fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade e ajustes na forma de trabalho.
Artrose
Artrose, ou osteoartrite, é uma doença degenerativa que afeta as juntas do corpo. As mulheres são as mais afetadas pela artrose, principalmente as juntas das mãos e dos joelhos. Nos homens, a artrose tende a atingir a articulação coxofemoral, ou seja, a junta do fêmur com a bacia.
Sua incidência é maior entre os idosos, a partir dos 60 anos, sendo pouco comum antes dos 40.
A artrose é caracterizada pelo desgaste da cartilagem entre os ossos, que acaba levando a alterações ósseas, como osteófitos (bicos de papagaio).
O que fazer
Não há um tratamento que reverta os danos às cartilagens das juntas ou que retarde a evolução da doença. Os tratamentos disponíveis controlam os sintomas e possibilitam que a pessoa viva sem dor e com o mínimo de limitação dos movimentos.
Dentre as medidas terapêuticas está a prática de atividade física, com destaque para as caminhadas de baixo impacto e a natação. Para o tratamento de dores eventuais e leves, os analgésicos comuns, como a dipirona e a aspirina, costumam resolver.
Quando há inflamação nas juntas em que a degeneração articular está estabelecida, o médico ou médica reumatologista poderá indicar o uso de anti-inflamatórios não esteroides.
Em alguns casos, são necessárias intervenções cirúrgicas para substituir as cartilagens destruídas, parcial ou totalmente, por próteses artificiais, ou para limpar e alinhar as estruturas ósseas que forem prejudicadas pela degeneração da cartilagem.
Tendinite
A tendinite é uma inflamação no tendão, estrutura responsável por ligar ossos e músculos, permitindo os movimentos. Quando o tendão de uma articulação fica inflamado, ocorre dor na junta afetada.
As regiões mais comumente afetadas pela tendinite são o ombro (manguito rotador), o punho, o joelho e o tornozelo. Como o tendão está envolvido na movimentação, a tendinite pode provocar, além da dor, dificuldade de movimentação da junta afetada.
A principal causa da tendinite é a sobrecarga pelo uso excessivo de uma determinada articulação, o que pode ocorrer em certos ofícios, hobby ou atividade física.
O que fazer
Há várias formas simples de tratar uma tendinite e devem ser feitas em conjunto e pelo tempo indicado pelo médico ou médica que avaliou o seu caso:
- Repouse e evite movimentar o local afetado: é muito importante que você siga corretamente a instrução médica, quanto ao repouso. Se ele for muito prolongado, pode acarretar em atrofia muscular. Em alguns casos, o repouso pode incluir o uso de uma tipoia ou tala, por exemplo, para deixar a junta imobilizada.
- Faça compressas: de gelo, para casos recentes em que se observa um inchaço, e quente, para casos crônicos com rigidez articular.
- Tome anti-inflamatórios pelo tempo indicado pelo médico(a) responsável. Evite a automedicação e o abuso de anti-inflamatórios, pois podem causar danos à sua saúde.
- Faça acupuntura, se desejar, como forma de terapia complementar.
- Faça fisioterapia, se for indicada pelo médico responsável, para aliviar a dor e melhorar a mobilidade da junta.
- Faça correções na sua postura e no seu ambiente de trabalho, para impedir que o problema retorne.
- Alongue a junta, respeitando o limite da dor.
Bursite
A bursite é a inflamação das bursas, que são como pequenas bolsas que ficam entre os ossos, músculos e tendões, prevenindo o atrito entre essas estruturas. Essas bolsas são cheias de um líquido, o líquido sinovial, que tem aspecto viscoso e lubrificante.
Essa inflamação pode afetar os ombros, o quadril, os joelhos, os pés e os cotovelos, estando relacionada com o envelhecimento e a sobrecarga da articulação por movimentos repetitivos.
A inflamação na bursa que provoca a dor na junta é causada pelo aumento da produção do líquido sinovial, o que faz a bolsa inchar, causando dor intensa ao movimentar ou apalpar a junta.
O que fazer
A primeira medida importante em caso de bursite é identificar a atividade que está causando a dor e parar de realizá-la. De início, quando a junta está muito dolorida e inchada, o recomendado é aplicar compressas de gelo, por 15 a 20 minutos, sempre protegendo a pele com um pano.
Se o repouso e as compressas de gelo não resolverem, você pode tomar anti-inflamatórios não esteroides pelo tempo indicado pelo seu médico ou médica. Em alguns casos, é necessário retirar o excesso de líquido da bursa com uma seringa, o que é realizado em consultório médico.
Infecções
Microrganismos causadores de uma infecção sistêmica, como certas bactérias, vírus ou fungos, podem ir para a corrente sanguínea e chegar até uma junta, onde podem iniciar uma infecção.
Uma infecção nas juntas leva ao desenvolvimento da chamada artrite infecciosa, marcada por dor, febre, e inchaço.
Infecções virais, como dengue, zika e chikungunya, podem levar à inflamação das juntas, que também resulta em dor, cansaço, perda de apetite, mal estar e cansaço generalizado.
O que fazer
Diante da suspeita de infecção ou inflamação nas juntas, é fortemente recomendado que você procure um médico ou médica para uma avaliação. Evite a automedicação, pois medicamentos comuns, como a aspirina, podem aumentar os riscos de hemorragia.
Feito o diagnóstico, o médico ou médica indicará o melhor tratamento, que pode ser feito com antibiótico ou antifúngico, dependendo do microrganismo causador da infecção. No caso das doenças virais, o tratamento envolve bastante repouso, hidratação e analgésicos apropriados, para o alívio dos sintomas.
Fontes e referências adicionais
- Prevalência de artralgia em indivíduos obesos no pré e pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica, Scientia Medica, 2009; 19(2): 1-6.
- Tratamento fisioterapêutico das artralgias, Revista Dor, 2013; 14(3): 216-218.
- Saltos altos e artralgias nos membros inferiores e coluna lombar, Fisioterapia Brasil, 2004; 5(1): 16-21.
- Avaliação da capacidade funcional de idosas com artralgia praticantes de hidroginástica e cadastradas no programa de atenção multidisciplinar à saúde do idoso, Research, Society and Development, 2020; 9(10): 1-18.
- Análise de quatro marcadores sorológicos na artrite reumatoide: associação com manifestações extra-articulares no paciente e artralgia em familiares, Revista Brasileira de Reumatologia, 2017; 57(4): 286-293.
Fontes e referências adicionais
- Prevalência de artralgia em indivíduos obesos no pré e pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica, Scientia Medica, 2009; 19(2): 1-6.
- Tratamento fisioterapêutico das artralgias, Revista Dor, 2013; 14(3): 216-218.
- Saltos altos e artralgias nos membros inferiores e coluna lombar, Fisioterapia Brasil, 2004; 5(1): 16-21.
- Avaliação da capacidade funcional de idosas com artralgia praticantes de hidroginástica e cadastradas no programa de atenção multidisciplinar à saúde do idoso, Research, Society and Development, 2020; 9(10): 1-18.
- Análise de quatro marcadores sorológicos na artrite reumatoide: associação com manifestações extra-articulares no paciente e artralgia em familiares, Revista Brasileira de Reumatologia, 2017; 57(4): 286-293.