Câncer de mama: cerca de 200 substâncias ligadas à doença são encontradas em materiais de contato com alimentos; entenda

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Uma pesquisa realizada pelo Food Packaging Forum, organização suíça que analisa materiais de contato com alimentos – como embalagens de comida, utensílios de cozinha, talheres e potes para armazenamento -, encontraram cerva de 200 substâncias potencialmente causadoras de câncer de mama nos itens vendidos pelo mundo. 

Cerca de 200 substâncias ligadas ao câncer de mama são encontradas em materiais de contato com alimentos

O estudo contou com materiais adquiridos em mercados de vários países de diferentes continentes, como Canadá, Estados Unidos, México, Turquia, Nigéria, Espanha, Dinamarca, Alemanha, China e até mesmo o Brasil. Os resultados foram publicados na revista científica Frontiers in Toxicology.

O trabalho revela uma “grande oportunidade de prevenção da exposição humana a produtos químicos que causam câncer de mama”, como diz Jane Muncke, diretora administrativa do Food Packaging Forum e coautora do estudo. A nota também diz que esse potencial no dia a dia “é pouco explorado e merece muito mais atenção”. 

Os cientistas do Food Packaging Forum realizaram a avaliação por meio de uma lista recentemente publicada por especialistas do Instituto Silent Spring que elencou químicos potencialmente causadores de câncer de mama. Ademais, foram consideradas substâncias presentes em uma base de dados da própria organização, chamada de FCCmigex.

Ao todo, foi obtida uma lista com 909 moléculas ligadas de alguma forma a casos de câncer de mama. A análise dos itens de contato com alimentos mostrava que 189 delas (21%) foram detectadas. Os responsáveis pelo artigo explicam que 30 delas “têm evidências diretas de carcinogênese em modelos de roedores”.

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Outras 67 são suspeitas de causar câncer “com base em sua genotoxicidade (capacidade de causar danos genéticos)”, enquanto as demais são “altamente prováveis de serem desreguladores endócrinos”.

Sobre a relação aos materiais, 143 das substâncias foram detectadas em plásticos (76% do total), seguido por produtos de papel e papelão. Os autores, no entanto, enfatizam que “todos os grupos de materiais, exceto o vidro, continham possíveis carcinógenos mamários”.

Os pesquisadores realizaram uma segunda análise, desta vez, limitando a apenas os químicos mais recentemente associados aos tumores – ou seja, entre 2020 e 2022 -, e que foram alvos de “experimentos de migração (do material para o alimento) que imitam condições realistas”, como explica o Food Packaging Forum.

Ainda assim, nesse cenário mais rígido, foram encontrados 76 carcinogênicos potenciais, 80% deles em plásticos. Os cientistas acreditam que isso “indica a exposição contínua da população global a esses produtos químicos em condições de uso de vida real”.

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Os pesquisadores também apontam que, embora existam regulamentações com a finalidade de limitar as  substâncias ligadas a tumores em materiais de contato com alimentos, os resultados mostram “lacunas nas estruturas regulatórias atuais”.

“Nossas descobertas implicam que a exposição crônica de toda a população a substâncias suspeitas de serem carcinogênicas para a mama provenientes de materiais de contato com alimentos é a norma e destaca uma oportunidade de prevenção importante, mas atualmente subestimada”, conclui o relatório.

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