A pandemia do novo coronavírus é oficial desde março. Enquanto passamos mais tempo em casa, usamos máscara e tomamos outros cuidados contra o vírus, esperamos pela vacina contra a COVID-19.
Pois bem, enquanto os testes da vacina de Oxford, aposta do Ministério da Saúde, foram suspensos por tempo indeterminado, o Instituto Butantan espera que a sua vacina esteja disponível em dezembro deste ano.
A instituição produz uma vacina contra o vírus chamada coronavac, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Conforme o diretor do instituto, Dimas Covas, o cronograma diz que sejam entregues 45 milhões de doses ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro. Então, mais 60 milhões de doses até março de 2021 e outras 100 milhões em maio de 2021.
Apoio da Anvisa
A vacina está na fase de testes em humanos no Brasil e, de acordo com Covas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se comprometeu a acompanhar de perto o processo.
Ele disse que o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, concordou que não haja demora na emissão do registro da vacina. Isso com os resultados da fase 3 de testes com a coronavac em mãos, claro.
Covas detalhou que a Anvisa vai acelerar os procedimentos burocráticos. Segundo o diretor do Instituto Butantan, a agência quer agilizar muito o processo.
Segurança e efeitos colaterais da vacina
Covas afirmou que foram apresentados resultados adicionais de estudos de que ocorreram na China. Eles indicaram um perfil de segurança muito parecido com o da vacina contra a influenza (gripe).
Ainda conforme o diretor do Butantan, testes na China com a coronavac em 24 mil pessoas registraram 5% de efeitos colaterais, 3% de efeitos mais graves (dor na área de aplicação da vacina) e 0,18% de manifestações de febre.
O diretor do instituto apontou que, antes do final de setembro, 9 mil voluntários deverão entrar nos testes da coronavac no Brasil. Isso para que os testes de eficácia da vacina ocorram antes do final do ano de 2020.
Uso emergencial da coronavac
O diretor do Instituto Butantan também comentou o o uso emergencial de vacinas contra a COVID-19 na China, em pessoas no grupo de risco e profissionais de saúde, o que incluiu a coronavac.
Conforme Covas, esse uso emergencial começou em julho e fez parte de uma grande avaliação de segurança da vacina. Nela, foram demonstrados os índices de efeitos colaterais, efeitos mais graves e manifestações febris citados pelo diretor do Butantan.
Para ele, esses resultados são uma boa notícia e apontam que a coronavac tem um perfil de segurança apropriado e um desempenho satisfatório em relação às outras vacinas.