O brócolis contém um ingrediente que pode ajudar as pessoas que têm diabetes tipo 2 a controlarem o seu nível de açúcar no sangue, de acordo com um novo estudo – potencialmente fornecendo uma opção de tratamento tão necessária para milhões de pacientes no mundo.
Uma substância presente em vegetais crucíferos como brócolis e brotos chamada sulforafano era responsável pelo efeito, tendo ela reduzido os níveis de glicose em experiências anteriores em laboratórios feitas em ratos diabéticos.
“Estamos muito entusiasmados com os efeitos que percebemos e estamos ansiosos para trazer o extrato aos pacientes com diabetes”, disse um dos pesquisadores, Anders Rosengren, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
“Vimos uma redução da glicose de cerca de 10%, o que é suficiente para reduzir as complicações nos olhos, nos rins e no sangue”.
Essa redução média de 10% foi feita em uma amostra de 97 voluntários humanos que participaram de um estudo aleatório controlado com placebo de 12 semanas. Os participantes que eram obesos e que apresentavam maiores níveis de glicose basais começaram a se beneficiar mais.
A dose era equivalente a cerca de 5 quilos de brócolis diariamente, mas os pesquisadores disseram que poderia ser adaptado em pó para adicionar a alimentos ou bebidas.
É importante notar que quase todos, exceto três participantes do estudo, continuaram a tomar metformina, um medicamento já utilizado para melhorar a regulação do açúcar no sangue em pessoas com diabetes.
No entanto, os pesquisadores acham que o sulforafano pode eventualmente substituir a metformina para alguns pacientes – até 15% das pessoas com diabetes não podem tomar metformina devido aos riscos de danos nos rins.
As duas substâncias têm abordagens diferentes: o sulforafano suprime as enzimas no fígado que estimulam a produção de glicose, enquanto a metformina torna as células mais sensíveis à insulina, tirando mais glicose da corrente sanguínea.
Antes do teste em humanos, os pesquisadores também descobriram que o sulforafano conseguiu reduzir a produção de glicose em células hepáticas cultivadas em um laboratório e deslocaram a expressão do gene do fígado para longe de um estado anormal e doente em ratos diabéticos.
Estudos maiores e mais detalhados são necessários antes que a droga possa ser aprovada para tratamentos regulares, e até então provavelmente é sábio manter o seu consumo de vegetais em um nível normal e saudável.
“Mais pesquisas são necessárias para ver se esta substância pode ser usada para tratar diabetes tipo 2, pois foi testada apenas em um pequeno número de pessoas e só ajudou um subconjunto daqueles que a tomaram”, diz Elizabeth Robertson, da Diabetes UK, que não estava envolvida na pesquisa.
“Por enquanto, recomendamos que as pessoas continuem com o tratamento prescrito pelas equipes de saúde”. As descobertas foram publicadas na Science Translational Medicine.
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